Nesta semana, o Parlamento da Geórgia aprovou um projeto de lei que prevê um registro separado para ONGs e meios de comunicação que possuem mais de 20% de financiamento proveniente do exterior. A chamada Lei de Transparência da Influência Estrangeira foi intensamente atacada pela oposição do governo georgiano e por manifestantes que se reuniram em frente ao parlamento. As manifestações tomaram tamanha proporção que o governo georgiano declarou “nível vermelho” de perigo nas proximidades do edifício.
A Lei de Transparência da Influência Estrangeira tem por objetivo combater a pressão do imperialismo no país. Segundo os relatores da legislação, grupos e pessoas estrangeiras vêm promovendo uma campanha intensa para financiar grupos e partidos contrários ao governo da Geórgia, grupos estes que não apenas são financiados pelo imperialismo, mas atuam como forças anti-Rússia no país. Estes grupos, por exemplo, afirmam que o país está retornando a uma política soviética, clamando contra a sua aproximação ao governo Putin.
Estas manifestações contra a lei em questão se dão conjuntamente a uma intensa pressão do imperialismo contra a Geórgia. Após a aprovação do projeto, a União Europeia declarou que a nova lei é “incompatível” com o bloco econômico e que a Geórgia não participaria deste, tendo em vista que o pedido de ingresso do país ao bloco será votado em dezembro.
Os Estados Unidos também se manifestaram quanto à nova lei. Durante sua visita ao país, o assistente do secretário de Estado dos EUA, Jim O’Brien, declarou que os EUA poderiam impor “restrições de viagem e sanções financeiras contra os indivíduos envolvidos e suas famílias” caso a lei não fosse derrubada.
Para além da crise na Geórgia, outro país da Europa Oriental encontra-se em crise. A Armênia está, neste momento, em meio a uma disputa política pela renúncia do seu primeiro-ministro, Nikol Pashinya, liderada pelo arcebispo da diocese de Tuvush, Bagrat Galstanyan.
Diversas manifestações estouraram no país do Cáucaso, lideradas por Galstanyan e pelo seu movimento Tavush. Este movimento surge como uma oposição aos acordos do governo armênio com o Azerbaijão quanto à delimitação de suas fronteiras na região de Tavush. Nestes acordos, a Armênia transferirá quatro vilarejos da região para o governo azerbaijano.
Galstanyan afirmou, em 9 de maio, que os partidos da oposição estão prontos para iniciar o processo de impeachment contra o primeiro-ministro. Entretanto, ainda precisam do apoio de parte dos parlamentares do governo.

As movimentações contra os governos da Geórgia e da Armênia vêm crescendo conforme a vitória russa sob a Ucrânia se aproxima. A derrota do imperialismo nesta guerra de procuração se torna cada vez mais uma realidade. Ao mesmo tempo, o imperialismo vem forçando os países do Cáucaso a se voltarem contra a Rússia.
O que assistimos, neste momento, é uma tentativa de desestabilização dos governos da região em nome da ascensão de movimentos contrários à Rússia financiados pelo imperialismo. Algo similar ao que foi feito na Ucrânia em 2014, com o Euromaidan.
Nesse sentido, o imperialismo parece estar se preparando para o início de uma guerra generalizada, algo que se torna cada vez mais realidade a medida em que a crise imperialista aumenta em todo o mundo.





