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'Israel' x Palestina

Imperialismo inicia a sua contraofensiva

Diante da fragilidade da entidade sionista, Estados Unidos e União Europeia partem para a repressão total

Até o fechamento desta edição, 900 estudantes já haviam sido presos nos Estados Unidos por causa de seu apoio à luta dos palestinos contra os crimes do Estado de “Israel”. A repressão brutal é uma resposta a uma mobilização de enormes proporções no coração do imperialismo – mobilização essa que já atingiu dezenas de universidades e que continua crescendo.

Reprimir os estudantes está muito longe de ser uma medida isolada. Ela é parte de um conjunto de medidas que vêm sendo tomadas em todo o mundo para tentar conter a rebelião contra a política genocida do imperialismo. Por mais que a dominação imperialista seja, em si, uma ditadura, essa dominação vem adquirindo um caráter ainda mais abertamente autoritário, como visto no caso dos estudantes.

Ao contrário do que possa parecer, a repressão não é uma demonstração da força do imperialismo. É, antes de tudo, uma demonstração de fraqueza. É um sinal de desespero. Mostra que o imperialismo decidiu utilizar recursos extremos, que normalmente só são utilizados quando a situação já saiu completamente de seu controle.

O problema central neste momento é a crise no Oriente Próximo. O próprio fato de que “Israel”, acostumado a vencer guerras em poucos dias, esteja em uma guerra há mais de seis meses já seria, em si, um grande fracasso para a dominação imperialista. No entanto, o problema é muito maior. Não apenas “Israel” não conseguiu derrotar as forças de resistência, como todos os dados da situação indicam que a entidade sionista está sofrendo uma grande derrota militar.

Entre os fatos que podemos citar, estão as medidas desesperadas do governo israelense em relação ao recrutamento forçado, que inclusive estão levando a uma crise com uma importante base de apoio, os judeus ultraortodoxos. Também pode-se citar os fracassos das negociações em torno do cessar-fogo. As negociações estão travadas porque o Hamas, que representa todas as forças de resistência da Palestina, se nega a qualquer discussão que não seja nos termos que o próprio partido islâmico colocou. Isto é, o Hamas entende que a situação é tão favorável que as forças de resistência é quem devem ditar os termos do acordo.

Os termos do Hamas, por sua vez, já foram tornados públicos. O partido palestino quer a retirada das tropas israelenses – que é o único “cessar-fogo” possível -, a troca de seus prisioneiros por prisioneiros palestinos e o fim do bloqueio imposto à Faixa de Gaza. Para Netaniahu, tal acordo é inviável porque tornaria público a sua derrota perante a resistência palestina. O que tornaria praticamente certa a sua queda.

Não bastasse toda a crise no conflito entre “Israel” e os palestinos, o Irã, que, desde a revolução de 1979, vem apoiando a luta contra a entidade sionista, passou a participar de maneira ainda mais explícita do conflito. Ao deflagrar a Operação Promessa Cumprida, em 13 de abril, o país persa pôs abaixo 75 anos de hegemonia militar do sionismo na região.

A fraqueza do sionismo e, por consequência, do imperialismo, se tornou patente. Outro caso, hoje pouco comentado, até mesmo para omitir essa fragilidade, é a guerra da Ucrânia, que, para todos os analistas sérios, levará inevitavelmente a uma vitória dos russos.

Não bastasse a fraqueza em si do imperialismo, que faz com que esteja sofrendo uma série de derrotas, ela traz em si um problema político muito grave: quanto mais o imperialismo parecer derrotado, mais ficará desmoralizado perante os países oprimidos. E, portanto, mais os países oprimidos tentarão se libertar da dominação imperialista.

O imperialismo está em um beco sem saída. Caso cesse os conflitos em que está envolvido, poderá acabar incentivando que outros povos reajam. Caso intensifique o apoio a países como “Israel” e Estados Unidos, poderão despertar uma revolta ainda maior, inclusive, como já está acontecendo, dentro dos próprios países capitalistas.

Para levar adiante sua política de guerra, o imperialismo sofrerá não apenas o desgaste político por apoiar crimes contra a humanidade, mas também precisará entrar em um problema econômico. Será preciso diminuir cada vez mais o orçamento público destinado à população para que sobre ainda mais dinheiro para financiar suas guerras. Em todo o mundo, será necessário estabelecer uma política como a de Javier Milei: uma terra arrasada que permita aumentar o dinheiro disponível para as aventuras dos capitalistas.

Diante do altíssimo grau de crise e de desespero, esse plano precisa ser implementado imediatamente. Quando a situação chega a esse ponto, há apenas duas possibilidades: brigar ou chegar a um acordo. O problema de chegar a um acordo é que os países oprimidos não querem um acordo. Quando um partido como o Hamas se nega a negociar com “Israel”, está claro que nenhum país oprimido está disposto a uma negociação com o imperialismo, a não ser que essa negociação seja muito prejudicial ao próprio imperialismo. É como se russos, chineses e iranianos estivessem falando: “não é hora de acordo, vamos bancar a briga”. Por isso, o imperialismo está sendo forçado a reagir.

Nos últimos dias, uma série de eventos têm comprovado essa tendência. Trata-se de uma necessária contraofensiva, para reagir à ação revolucionária do Hamas e do Irã no Oriente Próximo. Entre esses eventos, estão o banimento do TikTok nos Estados Unidos e o aumento da repressão na Europa contra o movimento de apoio ao povo palestino.

Outro dado importante é a nova visita de Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, ao Oriente Médio. Blinken esteve na Arábia Saudita para se reunir com os países árabes para reforçar a aliança militar contra o Irã. Em relação à China, alguns falam que os Estados Unidos estariam aumentando a pressão sobre o país asiático, enquanto outros falam que estariam tentando afastá-lo da Rússia. Qualquer que seja o caso, também mostra uma situação de desespero.

Há também uma pressão gigantesca contra a chamada Flotilha da Liberdade, cujo objetivo é entregar alimentos para o povo que está sendo alvo de um genocídio. O motivo da pressão é óbvia: chegando lá, os israelenses vão afundar os barcos de civis, o que poderia aumentar a crise em uma proporção inimaginável. Por fim, é preciso destacar a censura brutal ao Partido da Causa Operária (PCO), que teve os seus três principais canais parceiros, além de seu próprio canal, “desmonetizados” do YouTube por causa de seu apoio à resistência palestina.

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