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Guerra na Palestina

Hesbolá: se o Chipre abrir aeroportos para ‘Israel’, atacaremos

Líder do Hesbolá fez um novo e enfático discurso contra a entidade sionista, que no dia anterior havia aprovado o plano de invasão do Líbano

O novo e importante discurso de Nasseralá, secretário-geral do Hesbolá, transmitido na última quarta-feira (19), destacou a importância estratégica da resistência libanesa na luta contra a ocupação israelense. Durante um serviço memorial para uma liderança do partido libanês e seus companheiros, que foram martirizados em um ataque israelense no sul do Líbano, Nasseralá sublinhou o papel crucial desempenhado pela frente de apoio libanesa na guerra em Gaza. Ele afirmou que a batalha na frente libanesa causou perdas materiais, morais e psicológicas consideráveis ao inimigo israelense.

Nasseralá questionou a maneira como os eventos na frente sul foram retratados, revelando que a intensidade das respostas israelenses indicava uma situação muito mais grave do que o relatado pelo inimigo sionista. “Se o que está acontecendo na frente sul fosse uma questão rotineira, então por que esses esforços árduos para pará-lo, e por que todos os gritos, intimidação, lamentos e ameaças?” ele perguntou. A fala de Nasseralá comprova a resistência está infligindo danos consideráveis a “Israel”, forçando-o a adotar medidas desesperadas para conter a situação.

O Hesbolá possui mais de 100.000 homens.

O líder do Hesbolá também mencionou a possibilidade de uma escalada do conflito, incluindo a invasão de al-Jalil, caso a confrontação se intensifique, destacando que a entidade sionista não ficará de pé e não possuirá nenhum local seguro, se este for o cenário. “A possibilidade de invadir al-Jalil permanece na mesa caso a confrontação escale”, advertiu, enquanto destacou que o inimigo sionista esconde suas perdas no norte e não revela o número de civis evacuados dos assentamentos. “O inimigo esconde suas perdas na frente norte, mas não pôde ocultar o número daqueles que evacuaram assentamentos.”.

De forma acertada, Nasseralá criticou a imprensa global, principal braço da comunicação do imperialismo: “Desde o início da Operação Dilúvio de al-Aqsa, houve uma máquina de imprensa global cuja missão é menosprezar as ações das frentes de apoio e da resistência em Gaza”, acusando a imprensa internacional de estar alinhada com os interesses israelenses, minimizar os sucessos da resistência e amplificar narrativas falsas favoráveis a “Israel”, sendo estas falsificadas pelo próprio Mossad. “A imagem de dissuasão militar-segurança do inimigo está colapsando perante seu povo, sua sociedade e o mundo” – isto é, a resistência palestina e seus aliados, como o Hesbolá, estão conseguindo enfraquecer a percepção de invulnerabilidade de “Israel”, acabando com a falácia da invulnerabilidade do domo de ferro, afetando seu moral e sua capacidade de dissuadir adversários. A resistência tem causado perdas significativas à ocupação israelense não apenas em Gaza e na Cisjordânia, mas também no Líbano, Iêmen e Iraque. “O inimigo entendeu desde 8 de outubro que suas posições seriam alvo e que temos informações suficientes sobre elas, suas fortificações, seus equipamentos e seus números. Continuamos a atacar posições inimigas dentro de um cronograma certo e específico”, acrescentou, detalhando a estratégia da resistência para “cegar” e “ensurdecer” a ocupação israelense através de ataques a equipamentos técnicos, radares e balões.

A Operação Hoopoe haverá 2ª, 3ª, 4ª e 5ª etapas.

A Operação Hoopoe, mencionada por Nasseralá, envolveu drones de reconhecimento do Hesbolá sobrevoando grandes áreas da Palestina ocupada, incluindo Quiriate Cihmona, Naharia, Safad, Carmiel, Afula e Haifa. O vídeo divulgado pela imprensa militar do Hesbolá mostrou os drones sobrevoando um complexo militar-industrial pertencente à Raphael Advanced Defense Systems, que fabrica componentes para os sistemas de defesa aérea Domo de Ferro e Funda de Davi.

Temos longas horas de filmagens de Haifa e seus arredores, cobrindo o que está ao norte de Haifa, o que está além de Haifa e o que está além, além de Haifa“, destacou Nasseralá, que também enfatizou que o Hesbolá tem desenvolvido novas armas e mantido outras em reserva para futuras batalhas. “Desenvolvemos nossas armas, usamos novas e estamos guardando outras armas para os próximos dias para defender nossa terra, nosso povo e a soberania do Líbano“, também destacando que a resistência tem uma força de trabalho sem precedentes e está preparada para enfrentar qualquer desafio imposto pela ocupação fascista inimiga. “Lutamos apenas com parte de nosso armamento até agora, e obtivemos novas armas que não divulgaremos; isso se tornará evidente no campo de batalha“.

Abordando as ações da ocupação israelense na Síria, Nasseralá afirmou que “Israel” falhou em impedir a chegada de suprimentos ao Líbano. “O inimigo conduziu uma batalha em meio à guerra na Síria e foi recebido com falha. Tudo o que era para chegar ao Líbano chegou“, observou. Ele ressaltou que nenhum local dentro da Palestina ocupada está seguro dos mísseis e drones do Hesbolá, e que a resistência está preparada para lutar sem restrições, regras ou limites.

Se o Chipre abrir seus aeroportos para “Israel”, será atacado.

Nasseralá alertou o governo do Chipre contra permitir que seus aeroportos e bases sejam usados por “Israel” para atacar o Líbano. “O governo cipriota deve ser alertado de que abrir seus aeroportos e bases para o inimigo atacar o Líbano significa que se tornou parte da guerra“, advertiu. Essa declaração sublinha a seriedade com que o Hesbolá encara a possibilidade de novos teatros de guerra se abrirem na região.

Ele descreveu o confronto em andamento como a maior batalha desde 1948, com um horizonte claro e brilhante que promete mudar a face da região e moldar seu futuro. Nasseralá concluiu seu discurso reafirmando a firmeza do Hesbolá e a prontidão para continuar a luta até a vitória. “Afirmamos a solidez de nossa posição e nossa prontidão para continuar essa posição histórica, humanitária e moral até a vitória“, concluiu.

O discurso de Nasseralá é histórico, pois não só reafirma a postura de resistência do Hesbolá, mas também envia uma mensagem clara a “Israel” e à comunidade internacional sobre a capacidade e a determinação do grupo, como no destaque dos mais de 100.000 homens prontos para o combate, nas ameaças legítimas de defesa contra o Chipre, na prova de alcance de seus mísseis em todo o terreno roubado pela entidade sionista, assim como a ênfase em novas armas, estratégias de guerra e a disposição de lutar sem restrições.

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