Previous slide
Next slide

Palestina

Hesbolá: o povo do Líbano apoia a resistência contra ‘Israel’

No dia de homenagem aos mártires e feridos nas batalhas, o secretário geral do Hesbolá realizou mais um importante discurso sobre a guerra contra o Estado de “Israel”

Na terça-feira (13), o secretário-geral do Hesbolá, Saied Hassan Nasseralá, partido mais popular do Líbano, realizou mais um discurso sobre a situação do Líbano e da Palestina. O evento era uma homenagem aos membros feridos e detidos da resistência que acontece todos os anos. Nesse ano em que a organização está em guerra com o Estado de “Israel”, o discurso pôde ser mais político. Foram comentados diversos aspectos importantes tanto da guerra em Gaza quanto da participação do Hesbolá na guerra ao norte de “Israel”.

O discurso começa abordando qual é a política do Hesbolá para Gaza: “aquilo que estamos fazendo no Líbano, apoiando Gaza, é uma resposta honesta com a responsabilidade moral e religiosa que cada um de nós possui”. Mas não é apenas isso, é também “o interesse nacional dos países da região [que] vem [ainda] antes do interesse palestino, que é a derrota de Israel”. Ele concluiu: “a abertura da frente libanesa contra a ocupação [israelense promoveu o] interesse nacional do Líbano, principalmente para evitar uma vitória israelense”.

Ele então comentou sobre a política interna do seu país: “o problema é que algumas pessoas consideram inútil o que estamos fazendo na frente libanesa, e isso é desastroso. A divisão sobre a [política em relação a] ‘Israel’ existe no Líbano desde a criação da entidade ocupante”. Ele faz referência aos setores pró-imperialistas que não lutam contra “Israel” e às vezes até mesmo atuam a serviço do sionismo. Mas logo depois ele frisou que “mártires cristãos e muçulmanos” lutam contra a ocupação sionista.

Sobre o sul do Líbano, onde existe uma grande população xiita que é a principal base de atuação do Hesbolá, ele afirmou: “um grande número de mártires é das aldeias. As [pessoas das] aldeias fronteiriças que fazem esses sacrifícios expressam a verdadeira vontade da maioria esmagadora, e é uma questão que transcende a questão sectária. O povo das aldeias fronteiriças cedem suas casas à resistência, apesar de saberem que serão destruídas”. Logo depois ele prometeu que todas as casas “seriam reconstruídas melhor do que eram”.

Sobre esse assunto, ainda concluiu: “a insistência das pessoas dessas aldeias fronteiriças em realizar cortejos fúnebres para seus familiares na presença de [grandes multidões] e enterrar seus mártires em sua terra é uma expressão de sua escolha [firme de apoiar a resistência]”.

Sobre a presença de agentes do imperialismo, principalmente diplomatas, no Líbano, ele se pronunciou: “os enviados ocidentais que visitam o Líbano têm um objetivo, que é proteger ‘Israel’ e garantir a segurança de seus colonos ao norte”. Ele continuou: “essas delegações ignoram qualquer discussão e se contentam em apresentar propostas de ‘Israel’ ao Líbano”. O seu objetivo é mover as tropas do Hesbolá para o norte do rio Litani, ou seja, a mesma política que “Israel” formulou na década de 1970 e impôs por meio da invasão do Líbano. O Hesbolá derrotou essa política no ano 2000.

Ele então comentou: “o fronte no sul do Líbano é [destinado a produzir] pressão, apoio para a derrota do inimigo e enfraquecê-lo até que a agressão [em Gaza] pare. Não importa o quanto nos ameacem, não cederemos, e mesmo se declararem guerra contra nós, não pararemos [as operações na] frente sul até que a agressão contra Gaza cesse”.

Sobre a segurança contra a espionagem, ele enfatizou: “deve ser observado que algumas redes sociais fornecem informações gratuitas ao inimigo. O inimigo explora as informações das redes sociais para minar a Resistência e espionar smartphones. Deve-se ter extrema cautela em relação às informações enviadas por dispositivos smartphones“.

Ele então ameaçou o Estado de “Israel”: “se você não quiser encerrar a guerra conosco, então você é bem-vindo [a continuar]. Quando o inimigo parar a guerra em Gaza, voltaremos às [formas anteriores] que estabelecemos, e nossas respostas serão proporcionais [ao efeito dos ataques]. Se o inimigo cumprir suas ameaças contra nós, deve saber que os cem mil que deixaram o norte, não retornarão. A Resistência hoje está mais certa, determinada e preparada para enfrentar o inimigo [israelense]”. E fez sua ameaça final: “ainda temos alguns casos pendentes com o inimigo.

O principal dirigente do Hesbolá concluiu seu discurso homenageando os mártires e feridos, que eram o principal foco de todo o evento: “essas feridas e o sangue derramado abriram caminho para muitas conquistas reais para nosso povo e nosso país. Nossa responsabilidade é preservar essas conquistas”.

O discurso como um todo segue a linha política do partido libanês. Eles têm a compreensão de que militarmente pode fazer muito, mas que essa escalada da guerra possivelmente levaria ao envolvimento dos EUA de forma mais intensa, algo que dificultaria a luta da resistência. A política do Hesbolá é manter a guerra de baixa intensidade, a guerra que mina o regime político de “Israel” a cada dia que passa. E também que é um enorme auxílio aos palestinos por segurar um enorme contingente de tropas no outro extremo de “Israel”. Nasseralá segue sendo um mestre na luta política.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.