Em entrevista ao portal libanês Al Mayadeen, o alto funcionário do Hamas, Osama Hamdan, declarou que “não continuarão” negociações sem objetivo. Ainda apontou que os ocupantes israelenses desejam apenas “recuperar o fôlego e piorar a crise humanitária” na Faixa de Gaza.
Hamdan, afirmou que “o obstáculo existe desde o primeiro dia em que o primeiro Documento de Paris foi apresentado, e o Hamas trabalhou com ele de forma realista”. Complementando com: “desde o primeiro dia, ficou claro que os norte-americanos e os israelenses queriam uma trégua temporária, enquanto se recusavam a cessar as hostilidades permanentemente.”
Para Hamdan, o governo Biden acoberta os crimes da ocupação sionistas. EUA e “Israel”, estão apenas manobrando para ganhar tempo.
A posição do Hamas, desde o início, era clara “que qualquer informação sobre os cativos israelenses tem um preço” o movimento impôs um acordo formal. “Se não houver respostas claras, não podemos continuar a andar em círculos”, enfatizou Hamdan.
Ele expôs que, até o momento, a ajuda humanitária lançada por via aérea, não excede a carga de dois caminhões. Observando que os EUA fazem parte do cerco a Gaza.
Rodadas do Cairo
A última rodada de negociações no Cairo terminou sem solução, nas palavras de Hamdah Salhut da Al Jazeera: “Esta rodada de negociações foi concluída sem nenhuma resposta ou solução substancial para [um] cessar-fogo ou pausa nos combates.”. Nesta rodada de negociações estiveram presentes delegações representantes do Hamas, Catar, Egito e EUA.
“Vale a pena mencionar que os próprios israelenses optaram por não enviar a sua própria delegação ao Cairo para esta rodada de conversações porque esperavam receber uma lista de nomes de todos os cativos que estão vivos e atualmente detidos em Gaza”. Complementou Salhut.
O Hamas ainda afirmou ser impossível atender a exigência de lista os reféns vivos, é impossível sem um cessar-fogo. Devido aos cativos estarem dispersos pela de zona de guerra.
“A delegação do Hamas deixou o Cairo esta manhã para consultar a liderança do movimento, com negociações e esforços contínuos para parar a agressão, devolver os deslocados e trazer ajuda humanitária ao nosso povo”. Afirmou o Hamas em comunicado. Há um esforço dos mediadores, frustrado por “Israel”, para estabelecer um acordo, trégua de 40 dias, antes do mês sagrado muçulmano de Ramadã.
A força do Hamas encurrala o sionismo
O Hamas demonstra que está aberto as negociações, mas exige que deve ser estabelecido um cessar-fogo antes da libertação dos cativos. Além disso, as forças israelitas devem retirasse de Gaza e a região deve ser aberta ao retomo dos exilados.
Hamdan, que denunciou a política norte-americana, também manifestou que “aqueles que querem vir a Gaza para contribuir para o projeto de libertação são bem-vindos, enquanto aqueles que querem fazer parceria com a ocupação israelense serão tratados como ocupantes”. Há um anseio por boa vontade, permitindo a entrada de caminhões de ajuda humanitária na Faixa sitiada.
Ele também acentuou que a escalda da agressão perpetrada por “Israel”, eleva o nível da resistência. Destacando que o confronto atual aponta que “o Eixo da Resistência está passando para outra fase que nos levará a uma libertação abrangente”.
“Esta batalha é a primeira na história do conflito com a entidade onde a propaganda palestina vence, graças à imprensa da Resistência”. Afirmou Hamdan, indicando o caminho vitorioso para o povo palestino.
Hamdan ainda pontuou acerca do direito internacional. Colocando que havendo um mínimo de justiça nas instituições de internacionais, a entidade de ocupação israelense e os seus líderes teriam sido julgados por crimes de guerra.
Ele ainda considerou a repercussão política internacional, considerando que as manifestações e movimento popular na Europa e sua pressão sobre seus governos não podem ser desconsiderados.
Hamdan afirmou que a vitória do deputado George Galloway, nas eleições suplementares de Rochsdale é descontração disso. Em outro momento, Hamdan ainda elogiou a atuação de Moscou no apoio ao palestino.
Para Galloway, em entrevista com o Al Mayadeen no dia 1 de março, dois terços da população do Reino Unido é solidária com a Palestina. “Eu me opus às atrocidades em Gaza, ao contrário dos outros candidatos que se aliaram a ‘Israel’. A resposta do eleitorado nas eleições reflete isso.” Afirma Galloway.
“Tanto eu como o povo do Reino Unido temos o dever de nos solidarizarmos com as vítimas afetadas pelas políticas imperialistas da nossa nação.” Declara Galloweay. “O apoio à Palestina na Europa está atualmente no seu auge, mas os governos estão alinhando-se com as políticas dos EUA, pelo que as nossas expectativas de mudanças substanciais são limitadas”. Complementa o mesmo.