Diante de uma intensa campanha da imprensa golpista e direitista no Brasil, o governo Lula está se envolvendo profundamente em algo que, além de ser totalmente contrário a qualquer ideologia de esquerda, é um ataque direto à população preta e pobre do país, principalmente nas favelas e periferias brasileiras, ao lançar uma política de guerra contra o crime organizado.
As políticas de guerra às drogas, ou o crime organizado, como são implementadas pelos governos neoliberais e de direita, fortalecem o aparato de repressão da burguesia. Não é segredo para ninguém que isso nunca funcionou. O governo pode investir bilhões, mas não conseguirá acabar com o tráfico de drogas e muito menos fazer com que a população pare de consumir.
Quando se cria esse tipo de regime de exceção no país sob a falsa alegação de que está combatendo o tráfico e o crime, a primeira vítima são os direitos democráticos da população. Por outro lado, é uma política totalmente antipopular. Em qualquer comunidade que se vá e pergunte o que eles acham das polícias, a resposta sempre será a mesma. Desde crianças até os mais idosos, eles odeiam os militares.
O ex-ministro da segurança e da justiça, Flávio Dino, que é de direita, implementou um plano para fortalecer e equipar ainda mais todo o aparato repressivo do país. Onde Dino se apresentava, era para entregar dinheiro, viaturas e armas para as polícias da região. O novo ministro da justiça, Ricardo Lewandowski, parece seguir o mesmo caminho e já disse que irá fortalecer e expandir as atividades das instituições policiais no Brasil.
“A segurança pública merecerá especial atenção do Ministério da Justiça sob minha gestão, que deverá expandir as atividades de inteligência e a coordenação entre as distintas autoridades policiais da União, estados e municípios para um combate mais eficaz e eficiente à criminalidade organizada”, projetou o futuro ministro.
Quando o governo dá esses sinais, afirmando que é preciso ampliar e estruturar ainda mais o aparato de repressão, é o mesmo que estar dando aval para os policiais barbarizarem e atacarem ainda mais o povo nas ruas. Se a situação da população já é caótica quando se trata de segurança, com essas investidas do governo, a tendência é piorar ainda mais.
Outro ponto que é preciso ressaltar é que o governo irá colocar bilhões de reais em uma guerra que não terá resultado algum. Muito pelo contrário, o resultado será catastrófico. Todo mundo sabe o que esses esquadrões da morte fazem quando entram nas favelas e periferias do país – são verdadeiras chacinas generalizadas. O novo secretário de segurança pública, Mário Sarrubbo, é procurador-geral de Justiça de São Paulo desde 2020 e foi escolhido por João Doria. Ele foi indicado para o novo cargo por ninguém menos que Alexandre de Moraes, este que, por sua vez, chegou ao Supremo Tribunal Federal por indicação de Michel Temer, o golpista chefe. Ou seja, o governo do PT está a reboque da direita chave de cadeia, que tem horror ao povo brasileiro na questão da segurança pública.