Na última quarta-feira (28), o Senado da França aprovou, por 267 votos a favor e 50 contra, um projeto de lei que inclui o aborto na Constituição do país. Anteriormente, no dia 30 de janeiro deste ano, a Assembleia Nacional francesa havia aprovado o projeto com um placar de 493 deputados a favor, 30 contra e 23 abstenções.
Agora, a medida precisa ser aprovada por uma maioria de três quintos em sessão conjunta do Congresso, ou seja, com os deputados e os senadores. Emmanuel Macron, presidente da França, afirmou, em sua conta oficial no X (antigo Twitter), que a votação será feita no dia 4 de março.
Após a votação, o Senado emitiu uma nota afirmando que “nos Estados Unidos, o direito ao aborto foi posto em causa a nível federal por uma decisão do Supremo Tribunal de 24 de junho de 2022. Em outros países, especialmente na Europa, certos movimentos pretendem restringir o direito ao aborto e à contracepção”.
Muitos afirmam que o governo Macron enviou o projeto para o Legislativo por conta da decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que derrubou a jurisprudência que permitia o aborto no país. Nesse sentido, o presidente francês estaria preocupado com os direitos das mulheres.
Longe da realidade, fato é que Macron está sofrendo uma enorme pressão por parte da população por conta da crise na França e, portanto, tenta angariar algum tipo de apoio. Afinal, nos últimos anos, a França não só perdeu controle de uma série de países na África, como o Gabão e o Níger, como também sofreu as consequências das sanções impostas pelos Estados Unidos contra a Rússia, que causaram uma crise energética em toda a Europa.