A escalada de censura contra o Partido da Causa Operária (PCO) ganhou um novo capítulo. Na última sexta (26), o YouTube, plataforma controlada pelo Google, deletou de uma vez mais de 30 vídeos da Causa Operária TV (COTV), além de aplicar a punição da desmonetização não só à COTV, mas também aos canais tidos como “associados”.
A plataforma norte-americana alegou que os canais violaram as “diretrizes da comunidade” ao produzir “conteúdo que apoie, promova ou ajude organizações criminosas ou extremistas violentas”.
E quem são essas “organizações criminosas ou extremistas violentas”? Trata-se simplesmente das organizações da luta armada palestina, entre as quais figuram o Movimento de Resistência Islâmica – Hamas, a Jiade Islâmica, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), entre outras. Em resumo: o YouTube puniu os canais porque eles defendiam a luta dos palestinos contra o genocídio e a ocupação colonial promovidos pelo Estado de “Israel”.
Esse episódio é mais um da série de arbitrariedades a que o Partido foi submetido no último período. Em 2022, teve todos os seus perfis nas redes sociais bloqueados por quase um ano por decisão arbitrária do ministro Alexandre de Moraes, sendo, inclusive, incluído no farsesco Inquérito das “Fake News“. É alvo de um sem-número de processos judiciais, movidos tanto por bolsonaristas e figuras da extrema direita (como Paulo Kogos), quanto por elementos pseudo esquerdistas (como Renato Rovai), simplesmente por defender reivindicações de seu programa histórico.
A causa imediata da intensificação da censura contra o PCO é seu desempenho na campanha em defesa da luta do povo palestino. O partido assumiu na cena política nacional (e mesmo na internacional) um papel de destaque na questão. Desencadeou, contra as calúnias do sionismo, uma campanha sem paralelo em defesa das organizações da luta armada palestina, em particular do Hamas, campanha essa que vinha incomodando e preocupando cada vez mais as hostes imperialistas. A censura contra o PCO, nesse sentido, é uma censura contra a sua política de defesa incondicional da luta do povo palestino.
A situação é grave e exige uma resposta não só do PCO, mas de toda a esquerda nacional. O PCO é uma organização do movimento operário, popular e democrático brasileiro; integra a Central Única dos Trabalhadores (CUT) desde a sua fundação na década de 1980; é um partido legalizado e com atuação em todo o território nacional. Engana-se quem pensa que a repressão ao PCO diz respeito apenas ao partido em questão. Hoje censuram o PCO, amanhã, censurarão as demais organizações da esquerda.
À esquerda que, até aqui, colocou todas as suas fichas na política persecutória e antidemocrática do ditador de toga, Alexandre de Moraes, abandonando qualquer resquício de política independente; à esquerda que investe numa campanha sórdida de calúnias contra o PCO, lançando as mais absurdas acusações contra o partido, como a de que é “bolsonarista” ou constitui “uma empresa da família Pimenta” ― a essa esquerda, é preciso declarar sem meias-palavras: quem apoia ou se cala diante da repressão ao PCO é cúmplice do imperialismo e do sionismo, é cúmplice das ações criminosas do Estado sionista, é cúmplice das forças reacionárias dentro do País.