Na tarde dessa segunda-feria (3) o fundador do Reforma Reino Unido: partido do Brexit e fundador, além de ex-lider do Partido de Independência do Reino Unido (em inglês UK Independence Party; ou conhecido pela sigla UKIP) Nigel Farage, anunciou candidatura ao Parlamento britânico.
“Estou defendendo Clacton” foi a alegação de Farage ao apresenta publicamente sua candidatura a um assento no Parlamento. Ele ainda afirmou have uma “rejeição da classe política neste país” se colocando frontalmente contra.
Farage foi líder do UKIP de 2010 a 2016, fundado o RRU em 2018, entre as suas principais bandeiras políticas encontram-se o Brexit e a contestação da migração. Mesmo integrando a extrema-direita britânica, este tenta diferenciar-se do Partido Conservador.
Em 12 de abril de 2019, criticando as relações do UKIP com a extrema direita tradicional, Farage afirmou que “não há nenhuma diferença entre Partido do Brexit e o UKIP em termos de políticas, [mas] em termos de pessoas, é uma vasta diferença”.
Qual a posição do RRU?
Como alegado por Farage, o RRU distingue-se muito pouco do UKIP, tendo basicamente a mesma ideologia. Suas diferenças se dão mais como uma reciclagem política.
O RRU teve como bandeira principal a remoção do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. Além de perfilar em 2021 uma postura anti-lockdown, durante a pandemia de Covid-19, e oposição à migração.
Essa contestação da orientação política principal do imperialismo, aparecendo como oposição do sistema, ocasionou uma votação expressiva ao RRU em 2019. O partido recém-formado obteve 30,5% dos votos das eleições europeias, ocupando 29 das 73 cadeiras.
Dissuasão nuclear
O pronunciamento de Farage, ocorreu em sequência aos posicionamento do líder do Partido Conservador e primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, e do líder do Partido Trabalhista e líder da Oposição, Sir Keir Rodney Starmer, acerca da questão nuclear.
Sunak iniciou sua campanha com o espectro da guerra nuclear, alegando a necessidade de um governo forte neste período. Entretanto, seu discurso não parece capaz de cativa os eleitores, atingindo apenas 21% das intenções de voto na pesquisa semanal realizada pelo Techne UK do The Independent.
As perspectivas são devastadoras para os Conservadores, que caso se concretizem, passariam de para apenas 51 assentos. Menor representação nos 346 anos de existência da agremiação.
Segundo a executiva-chefe da Techne UK, Michela Morizzo: “existe a sensação de que o tiro inicial das eleições gerais foi disparado. Com o primeiro-ministro falando há alguns dias sobre o fato de poder haver uma escalada nuclear no mundo e o líder trabalhista regressando hoje com o seu cartão de compromisso político de ‘primeiros passos’, todos os eleitores poderiam ser perdoados por sentirem que as eleições estão chegando”.
“Parece que os eleitores estão decididos e procuram uma mudança após 14 anos de governo conservador. Todos sabemos que na política tudo pode acontecer, mas desta vez o cenário parece muito claro.” Complementou Morizzo.
Qual a posição dos trabalhistas?
Ao reunir-se com veteranos e candidatos das forças armadas, Sir Keir prometeu transformar o Partido Trabalhista no “partido da segurança nacional”. Ratificando o compromisso de estabelecer um “bloqueio triplo de dissuasão nuclear”, com a construção de quatro novos submarinos nucleares em Barrow-in-Furness.
É uma ambição de Sir Keir, alocar 2,5% do produto interno bruto (PIB) na indústria bélica. Meta compartilhada por Sunak, que deseja cumpri-la até 2030. Nas palavras de Starmer: “a segurança nacional sempre estará em primeiro lugar no novo Partido Trabalhista que lidero”.
“Manter o nosso país seguro é a base da estabilidade que o povo britânico espera, com razão, do seu governo”, afirmou. E ainda complementou: “a minha mensagem para eles é clara: o Trabalhismo mudou. Não é mais o partido do protesto, o Trabalhismo é o partido da segurança nacional”.
Embora o Partido Trabalhista, uma perspectiva de maioria com 342 nas próximas eleições, a um esforço de sua direção para aproximasse das posições conservadoras.
Análise Internacional
No programa Análise Internacional n.º 196, “México: vitória ou derrota para López Obrador?” desta segunda-feira, o presidente do Partido da Causa Operária (PCO) Rui Costa Pimenta, abordou o tema.
Rui destacou que: “ps conservadores estão em uma situação muito complicada. Então eu acho que essa candidatura ela pode muito bem ser uma tentativa de reciclagem, descartar o partido conservador e abrir caminho para um partido ultradireitista – Farage é da extrema direita inglesa -, até porque a situação é favorável. Acho que é um dos poucos países europeus, se é que tem mais algum, onde a extrema direita não cresceu eleitoralmente nos últimos anos”.
Rui complementou: “O partido conservador evoluiu muito à direita. Ele até, num certo sentido, conseguiu se manter tomando conta da reivindicação principal da extrema-direita, que era o Brexit. Quer dizer, então todo mundo sabe que a base desse partido está cada vez mais direitista. Acho que é uma política viável, se ela vai dar certo ou não, teremos que esperar para ver, mas ela é viável, acho que é perfeitamente possível tomar de assalto o Partido Conservador. Tomar de assalto, aqui, significa tomar o lugar do partido conservador na política britânica, não tomar o partido por dentro”.