Em agosto, dois comentaristas políticos tiveram suas residências ilegalmente invadidas e vasculhadas pelo FBI (a polícia federal dos EUA). Sob a alegação de terem ligações com o governo da Rússia, Scott Ritter e Dimitri K. Simes estão sendo alvos de perseguição pelo aparato de repressão dos EUA. Ambos são comentaristas políticos independentes, críticos da política externa norte-americana, principalmente no que diz respeito à guerra imperialista que os EUA travam contra a Rússia na Ucrânia.
Segundo informações do jornal norte-americano The New York Times (NYT), embora nenhuma acusação criminal tenha sido feita contra eles, deve-se esperar que novas buscas em residências sejam feitas, não apenas contra eles, mas contra outras pessoas, havendo ainda a possibilidade de acusações criminais, segundo declaração de autoridades do FBI para o NYT.
O governo Biden acusa (sem provas) órgãos de imprensa com sede na Rússia, tais como a RT (Russian Today) de estarem trabalhando para as agências de inteligência russas para intervirem nas eleições presidenciais norte-americanas. Em 29 de julho, o Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional (EUA) acusou a Rússia de utilizar “americanos, conscientes e inconscientes” para fazer propaganda para o governo Russo: “Essas personalidades publicam conteúdo nas redes sociais, escrevem para vários sites com laços abertos e secretos com o governo russo e conduzem outros esforços de mídia”.
Sobre a perseguição, Scott Ritter declarou na RT recentemente que “O governo dos EUA trabalha horas extras para estigmatizar qualquer jornalismo que tenha conexão com a Rússia”. Simes, por sua vez, disse à emissora Sputnik que a invasão da casa de sua família em Virgínia (EUA) foi “claramente uma tentativa de intimidar, não apenas alguém da Rússia, mas qualquer um que vá contra as políticas oficiais e particularmente contra o estado profundo”.
Sob o pretexto de impedir a influência do Kremlin sobre as eleições, o FBI persegue jornalistas e comentaristas políticos que denunciam a guerra política imperialista dos Estados Unidos, em especial a guerra que trava contra a Rússia, utilizando a Ucrânia como bucha de canhão.