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Política nacional

Eleições municipais inauguram show de horrores da frente ampla

Derrota certa: setores da esquerda carreirista reformista já se prepararam para vender até a alma para a direita a fim de conseguir um cargo nas eleições municipais

O período eleitoral está se aproximando e, junto com ele, vêm as estratégias “geniais” da esquerda pequeno-burguesa. E, como não haveria de ser diferente, o “monstro” da vez é o bolsonarismo. Diante desse que é considerado o pior inimigo de toda a sociedade, vale tudo, até fazer pactos com os setores mais reacionários da política.

Como se já estivesse preparando sua militância e seus apoiadores para o festival grotesco que virá a seguir, o PCdoB publicou em seu sítio, Vermelho, uma matéria para fazer a apologia da frente ampla, ou seja, de se vender para a burguesia e abandonar todos os princípios políticos que norteiam a luta da classe operária.

O próprio título da matéria – Frente ampla pode assegurar a democracia e as conquistas sociais já é um engodo completo. No que diz respeito ao governo do PT, é evidente que a tal ‘frente ampla’ é uma forma que a burguesia encontrou para impedir que Lula possa levar adiante uma política que realmente favoreça à população mais pobre do país e que se indisponha com o imperialismo.

A frente ampla, como se sabe, é uma política fracassada e tem sido uma das principais bandeiras políticas do PCdoB. Segundo eles, se trata de uma “articulação de forças políticas em torno de um projeto popular, em oposição aos setores retrógrados”, que seria “uma tarefa da maior importância, notadamente para a derrota da extrema-direita que hoje é identificada como bolsonarismo”.

Para justificar essa empreitada falida, eles pegam exemplos do passado: “a experiência da Frente Ampla, em vários momentos históricos de nosso país, mostra-nos importantes exemplos de como a unidade de forças político-sociais, convergindo para a defesa de algo maior – a democracia, em especial, e a defesa da nação e do povo – pode atingir seus objetivos”.

O problema é que todos os exemplos citados pelo texto são de retumbantes fracassos da política da frente ampla, a saber, a “frente ampla” entre a direita udenista e Juscelino na oposição à ditadura militar, bem na época em que se deu o fechamento do regime (1968, com o AI5). Um fiasco total. Para eles, “os três estavam lado a lado em nome de uma luta maior contra algo que ameaçava o país: a ditadura”. No entanto,  era evidente que Carlos Lacerda, que outrora havia apoiado o golpe, não poderia nunca levar adiante uma luta séria e consequente contra a ditadura.

Ele cita também o exemplo das Diretas Já, outro fracasso histórico, onde a mobilização popular, que tinha o potencial de efetivamente conquistar as eleições diretas no país, foi colocada a reboque de um setor da burguesia dito democrático (PMDB e afins), o que culminou numa derrota no Congresso Nacional.

No momento atual, a frente ampla é a principal razão pela qual o governo Lula não consegue realizar nada de significativo para a população. As alianças feitas dentro do Congresso com os partidos de direita não trouxeram nada de positivo. Esses parlamentares direitistas nunca votam nenhum dos projetos do Governo, apenas apoiando aquilo que a burguesia quer que eles apoiem.

A matéria cita Curitiba e a situação política da cidade, vista que é escrita por uma representante do PCdoB – PR, deve ser uma preparação para alguma aliança macabra que o partido pretende fazer na capital paranaense. Os curitibanos que se preparem para o que vem a seguir.

Em todas as cidades do país se vê o PT, e também o PCdoB, entregando suas candidaturas para elementos da direita. É o caso de São Paulo e do Rio de Janeiro, por exemplo. Essa política desastrosa, além de levar à destruição do PT e de todo o restante da esquerda que se embrenhar por esse caminho, pelo menos num âmbito municipal, desmoraliza todos os seus participantes e apoiadores diante da população. Isso sem falar na reciclagem do lixo golpista dos últimos anos, o que é um tremendo desserviço para toda a luta popular.

A justificativa para essa estratégia “genial” seria, como diz o próprio texto, uma articulação de todos esses setores para “a derrota da extrema-direita que hoje é identificada como bolsonarismo”. No entanto, Bolsonaro demonstrou no dia 25 de fevereiro que essa política não o está derrotando, muito pelo contrário. Ao lotar a Avenida Paulista, os bolsonaristas provaram para quem souber ver que a associação da esquerda com os setores mais detestados da sociedade (a direita tradicional) apenas fortalece a extrema-direita e os bolsonaristas.

É preciso diferenciar-se totalmente de PSDB, PSB, PSD, União Brasil e todo o restante dos partidos de direita. Essa política de se submeter a um setor falido e odiado da burguesia nacional favorece apenas o próprio setor falido e coloca a esquerda em desmoralização diante do povo brasileiro. Infelizmente, as eleições municipais deste ano, com centenas de milhares de cargos em jogo ao redor do país, promete ser um show de horrores. É preciso superar os setores oportunistas e carreiristas da esquerda e fortalecer a verdadeira luta contra a direita, seja ela a bolsonarista ou a direita tradicional, ambos inimigos do povo.

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