Liberdade de expressão

Ditadura israelense censura imprensa libanesa Al Mayadeen

A emissora se pronunciou: "permanecemos firmes, enraizados e comprometidos, apoiados pelo profissionalismo e dedicação, sem hesitação, ou retrocesso"

No último domingo (11) governo de ocupação israelense aprovou uma proposta do Ministro das Comunicações Shlomo Karhi para renovar a proibição da rede de imprensa Al Mayadeen. A decisão inclui o confisco de seus equipamentos e o bloqueio de seus sites.

Em novembro de 2023, o Gabinete de Segurança Israelense aprovou a suspensão da imprensa Al Mayadeen na Palestina ocupada. A proibição seguiu uma declaração conjunta do Ministro da Segurança da Ocupação, Joabe Galante, e do Ministro das Comunicações, Shlomo Karai, que citou a rede como uma ameaça à “segurança de Israel” como o motivo da proibição.

Em dezembro, o ministro de Benjamin Nataniahu já tinha concordado em estender as restrições contra o Al Mayadeen por mais trinta dias. Além da tentativa de censura, há vários relatos de jornalistas e lideranças da imprensa libanesa que afirmam que sofreram ataques físicos e até prisões orquestradas pelos militares sionistas.

Segundo a próprio Al Mayadeen, em novembro de 2023, a correspondente na ocupada al-Quds, Hanaa Mahameed enfrentou uma grave ameaça de jornalistas e colonos israelenses. “Eles a seguiram até seu carro, a ameaçaram diretamente e a impediram fisicamente de entrar no veículo. Este incidente é parte de uma campanha mais ampla e organizada e de uma política israelense sistemática de intimidação projetada para silenciar todas as vozes palestinas”, afirma o jornal.

Na Cisjordânia, o diretor do escritório de Al Mayadeen na Palestina ocupada, Nasser al-Laham, confirmou que as forças de ocupação israelenses agrediram sua esposa e filhos após invadirem sua casa em Beit Lahm, no sul da Cisjordânia ocupada, em 31 de outubro. Na época, a ocupação prendeu os dois filhos de al-Laham, Bassel e Bassil, depois libertou Bassil e insistiu em confiscar o telefone de Bassel.

No Líbano, enquanto cobriam a agressão, o correspondente da Al Mayadeen, Farah Omar, e o cinegrafista Rabih Me’mari foram assassinados em um ataque aéreo israelense em sua localização em Tayr Harfa, sul do Líbano. Um avião de guerra israelense disparou dois foguetes na localização de Farah e Rabih.

A decisão de estender a proibição ao jornal do Líbano desencadeou uma série de críticas de figuras e organizações, entre elas o principal movimento de resistência da Palestina, o Hamas. O Hamas enfatizou que a proibição “reflete o desconforto da entidade sionista com o papel significativo da Al Mayadeen no apoio ao povo palestino e na transmissão de seu sofrimento ao mundo“.

A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) expressou sua total solidariedade, enfatizando que a decisão israelense de fechar os escritórios da rede na Palestina constitui mais um crime cometido pela ocupação. As organizações da Resistência Palestina disseram que “Israel” pretende “silenciar toda voz que transmita a verdade de seus crimes contra o povo [palestino]“. “A guerra sionista contra a Al Mayadeen e seus correspondentes não apagará a verdade criminosa da entidade sionista“, enfatizou o partido palestino.

O Movimento al-Mujaidim também condenou a decisão de proibir aAl Mayadeen. Ela (a decisão) também destaca o fracasso deles em suprimir e ocultar a voz e a imagem da verdade, apesar do apoio ilimitado à narrativa sionista pela máquina de imprensa ocidental“, destacou o partido palestino.

Da mesma forma, a Comissão Internacional de Apoio aos Direitos do Povo Palestino (ICSPR) condenou veementemente a decisão do governo israelense de renovar a proibição da Al Mayadeen Media Network, descrevendo-a como uma “violação flagrante da liberdade de imprensa”. A Telesur que é uma imprensa latina americana também expressou sua solidariedade.

O Ministro da Agricultura libanês, Abbas al-Haj Hassan, classificou a decisão da ocupação israelense de congelar e proibir a Al Mayadeen como “terrorismo intelectual”, destacando-a como um reflexo da natureza da ocupação israelense.

Além disso, a primeira-dama de Cuba também condenou a decisão, observando que ela não apenas proíbe aAl Mayadeen, mas também ameaça seus repórteres na Palestina, que o governo de ocupação israelense injustamente rotulou como terroristas.

Outras lideranças árabes também destacaram seu apoio a imprensa, como, por exemplo, o Ministro da Informação do governo interino do Iêmen, Dayfallah al-Shamim, O fundador do Congresso Nacionalista Árabe, Maan Bashour e também Hamdeen Sabahi, Secretário-Geral do Congresso Nacionalista Árabe, expressou em seu nome e em nome do CNA total solidariedade à Al Mayadeen. A linguagem de intimidação usada contra a rede e seus correspondentes, o que revela que o ocupante está interessado em cometer massacres humanos”, pontuou o Secretário Geral.

Em nota oficial a Al Mayadeen diz que continuará seu trabalho com profissionalismo, comprometimento “juntamente com a máxima humildade e coragem, mantendo-se firme nos valores da verdade e da justiça, alinhando-se com os oprimidos e defendendo a Palestina, Gaza e o povo.” “Permanecemos firmes, enraizados e comprometidos… apoiados pelo profissionalismo e dedicação… sem hesitação, ou retrocesso...” diz outro trecho da nota.

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