Durante os últimos dez anos, a Coreia desenvolveu uma capacidade impressionante de produção de mísseis balísticos nativos que resultou em uma ampla gama de sistemas de armas avançados, incluindo mísseis de curto alcance, alcance intermediário, mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs), mísseis lançados por submarinos e, mais recentemente, mísseis hipersônicos. Quando armados com armas nucleares, esses mísseis representam um poder de dissuasão contra potenciais adversários regionais, incluindo os EUA, o sul da Coreia ocupado pelos EUA e o Japão. Embora o princípio de destruição mútua assegurada impeça a Coreia de implementar uma política de ataque nuclear preventivo, avanços na tecnologia de mísseis, quando combinados com novas capacidades de vigilância via satélite, conferem ao governo uma capacidade ofensiva convencional que provavelmente poderia superar as defesas de mísseis balísticos existentes dos EUA.
Os EUA e seus parceiros regionais devem agora considerar a possibilidade de um ataque preventivo coreano debilitante que poderia alterar o equilíbrio estratégico de poder de maneiras nunca imaginadas pelo imperialismo.
A Coreia do Norte fez progressos significativos com seu programa de mísseis nos últimos meses. Em 14 de janeiro, realizou um lançamento de teste de um míssil balístico de combustível sólido de dois estágios de alcance intermediário, carregado com uma ogiva controlada hipersônica manobrável. O objetivo do teste era verificar as características operacionais da ogiva e a confiabilidade dos motores de foguete sólido, acredita-se que sejam compostos pelos dois primeiros estágios do ICBM de combustível sólido de três estágios Hwasong-18.
Em seguida, em 20 de março, a Coreia realizou um teste estático de um motor de foguete de segundo estágio destinado a ser usado no míssil hipersônico Hwasong-16B. Este teste visava confirmar o desempenho de seu segundo estágio. Ao contrário de um míssil balístico convencional, que utiliza as características do movimento parabólico definidas pelo impacto da gravidade da Terra em um objeto para atingir um alvo designado (muitas vezes em velocidades muitas vezes superiores à velocidade do som), um míssil hipersônico usa o poder de seu sistema de propulsão, independente das forças gravitacionais, para alcançar velocidades superiores a cinco vezes a velocidade do som (o limite inferior do que pode ser classificado como velocidade hipersônica).
Isso foi seguido, em 2 de abril, pelo lançamento de um míssil de alcance intermediário Hwongsong-16B equipado com a ogiva controlada hipersônica manobrável que havia sido testada em voo em 14 de janeiro. Este míssil utilizou o propulsor de foguete sólido do ICBM Hwongsong-18, o segundo estágio capaz de hipersônico que havia sido testado estaticamente em 20 de março, e a nova ogiva manobrável que, quando combinada, dá à Coreia uma capacidade operacional de míssil hipersônico de alcance intermediário.
A guerra está por vir
A crise mundial está levando o imperialismo a tomar medidas drásticas nas diversas regiões do mundo. Países europeus estão se armando, o Japão realizando exercícios militares, além dos conflitos abertos no Oriente Médio (“Israel” x Palestina, onde o Hamas impõe uma derrota militar e política aos EUA), no leste-europeu, com o envio extraordinário de dinheiro para tentar conter os russos e conflitos nas regiões africanas, é o caso da região do Sael. A Coreia, que desde a guerra na década de 1950 vem sendo pressionada pela ocupação norte-americana e pelo Japão, desenvolve uma capacidade nuclear inédita e pode abrir mais uma frente ao combate dos países oprimidos contra o imperialismo mundial.
