Com a expansão do conflito no Oriente Médio e os recentes ataques pelas forças armadas israelenses na Cisjordânia ocupada, tem crescido o risco de um levante popular contra o governo de Mahmoud Abbas. O governo da Fatá é um governo de colaboração com o Estado de “Israel” e, nos últimos dias, tem reprimido cada vez mais aqueles que se levantam contra o regime sionista.
De acordo com o jornal Al Mayadeen, a violência de “Israel” na Cisjordânia aumentou significativamente após o dia 7 de outubro. O que já era comum, como, por exemplo, o sequestro de palestinos na região, tornou-se ainda mais comum nos últimos 100 dias.
“Na Cisjordânia e em Al-Quds ocupada, os palestinos detidos incluem aqueles que são retirados de suas casas e dos postos de controle militares, aqueles que se rendem sob pressão e aqueles usados pela ocupação como escudos humanos antes de serem arrastados para centros de detenção”, afirma o jornal libanês.
A explosão social pode acontecer a qualquer minuto. Isso levaria a uma escalada de forças da resistência na região e, possivelmente, até mesmo a queda do atual governo de colaboração com o imperialismo. Segundo o jornal sionista Haaretz, “a deterioração da segurança na Cisjordânia ocupada e a probabilidade de abertura de outra frente na guerra constituem uma enorme ameaça à ocupação israelense”.
De acordo com Al Mayadeen, na segunda feira (15), por exemplo, as incursões israelenses na Cisjordânia estenderam-se ao campo de Ein al-Sultan, em Ariha, e ao campus histórico da Universidade Nacional Al-Najah, em Nablus. Na universidade, vários estudantes protestavam há cerca de 26 dias quando os militares israelenses invadiram e os deteve.
Por outro lado, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que deve libertar a Cisjordânia do seu estrangulamento económico, bem como controlar os colonos e salvaguardar a coordenação de segurança existente com a Autoridade Nacional Palestina.
Neste momento, já passam de 500 pessoas mortas na Cisjordânia desde 7 de outubro. Há muito descontentamento pelas ruas, incluindo manifestações e cortejos funerários culpando as tropas israelenses. Houve também bastante discursos inflamados protestando contra a Fatá, por permitir que os colonos portem armas e continuem expulsando palestinos de suas casas.
“As forças israelenses têm invadido casas palestinas uma após a outra”, relatou a correspondente da Al Jazeera, Nida Ibrahim, de Tulkarem na Cisjordânia ocupada. “Eles levaram muitos palestinos para duas áreas. O que temos visto muito ultimamente é a prática israelense de retirar palestinos e detê-los por horas a fio no que eles chamam de ‘interrogatórios de campo'”. As forças israelenses também mataram três palestinos em um ataque com drone em Nablus anteriormente.
Relatos de médicos na Cisjordânia afirmam que eles mesmo têm sido alvos das forças militares israelenses, bem como ambulâncias que carregam feridos para os hospitais. Segundo o Haaretz, o primeiro-ministro de “Israel” está ignorando o que está sendo dito pelo próprio exército. O jornal sublinhou que “o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prefere pôr em risco ‘Israel’ em vez do seu governo, que se baseia no expansionismo e na supremacia da extrema direita”.