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8 de Março

Censure seus inimigos e chame-os de ‘gângster’ quando protestarem

Grupelho emite nota caluniosa sobre conflito entre o PCO e a esquerda pequeno-burguesa

Uma pequena organização autointitulada Partido Proletário Revolucionário Internacionalista (PPRI) publicou uma nota sobre a manifestação de 8 de março ocorrida em São Paulo. Intitulado NOTA DO PPRI – Sobre o conflito com o PCO, o texto apresenta uma série de calúnias sobre o entrevero entre as mulheres do coletivo Rosa Luxemburgo e do Partido da Causa Operária (PCO) com a esquerda pequeno-burguesa, que se apresentava como a “organização” do movimento.

Nem o PPRI nega que o PCO tenha sido censurado: “quando o caminhão de som estava parado junto ao MASP, o PCO reivindicou a palavra e os organizadores lhe negaram, com uma resolução burocrática”. No entanto, o texto acusa o PCO de ter respondido “burocraticamente: ameaçou que, se não falasse, impediria fisicamente que o caminhão se deslocasse. O que colocou em prática por meio da agressão física, respondida enquanto tal”.

Por qual motivo o PPRI chamou de “burocrática” a esquerda pequeno-burguesa, que decidiu censurar o PCO, valendo-se do pretexto de que o Partido não participou de uma reunião, é fácil de entender. Mas em que sentido a reação do Partido teria sido “burocrática”? O PCO entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para que lhe deixassem falar? Provocou a Corte Internacional de Justiça? Escreveu uma carta aberta aos “organizadores”?

A atitude do PCO foi justamente o oposto de algo “burocrático”: os militantes do Partido protestaram contra a censura. Gritaram palavras de ordem como “sem censura” e fizeram um protesto dentro do protesto. A tal “ameaça” de impedir o ato não aconteceu: a não ser que protestar, para o PPRI, seja uma “ameaça”. Que o PCO tenha iniciado as agressões é, por sua vez, uma calúnia, uma mentira dos redatores do artigo, que não apresentam qualquer prova.

Para que, afinal, chamar o PCO de “burocrático” e ainda caluniar o Partido? Para, finalmente, justificar a conduta deplorável dos “organizadores”. Na medida em que o PCO protestava, a esquerda pequeno-burguesa chamou, do carro de som, a Polícia Militar. Esse episódio, no entanto, é narrado de maneira convenientemente incompleta:

“A PM interveio, como de costume, repressivamente, invadindo o espaço da manifestação, prendendo um militante do PCO e tomando-lhe sua grande faixa.”

Não é à toa que o PPRI escreveria entre as palavras de ordem do texto “Fora a PM das manifestações! Pelo fim da PM!”. Afinal, fazer discurso contra a PM é fácil. Cantar “chega de chacina, PM na favela, ‘Israel’ na Palestina”, também. O que é difícil para o PPRI é criticar os seus amigos da esquerda pequeno-burguesa, que chamaram a polícia para o ato. O que é difícil para o PPRI é chamar o que aconteceu pelo nome: não é mero “burocratismo”, é censura! Não se trata de uma “manobra comum” em assembleias, quem chama a PM para uma manifestação e ainda aplaude ela por reprimir a esquerda não pertence ao movimento de trabalhadores.

A conclusão de quem lê o artigo é a de que, no final das contas, tudo o que aconteceu ao PCO estaria justificado. O Partido não foi censurado porque defende a luta do povo palestino, enquanto a esquerda pequeno-burguesa, que ou é muito covarde para enfrentar o sionismo, ou é financiado por este, não se levanta contra o genocídio. O PCO foi censurado e reprimido porque reagiu “burocraticamente” e era “oposição” em um ato cujos únicos opositores deveriam ser Benjamin Netaniahu e a PM de Tarcísio.

Mas tudo fica ainda mais grotesco. Diz o PPRI:

“São conhecidas também as atitudes gangsteris do PCO no interior dos movimentos. Não têm como política se apoiar nas bases para se contrapor às direções, e sim se organizam como bando para responder à violência burocrática com a violência física dos aparatos à margem das massas. Também usam dessa violência gangsteril para se impor ou chantagear os movimentos. Agridem mulheres, colocam mulheres para agredir em nome de marmanjos, etc.

As atitudes burocráticas de direções e as respostas burocráticas do PCO são destrutivas aos movimentos.”

Não por coincidência, o PPRI utiliza a mesma palavra que Ronaldo Caiado está usando para se referir a seu desafeto Luciano Bivar: gângster. Esse é, afinal, o método tradicional da direita, chamar de bandido ou terrorista. Assim, tanto serve para ocultar suas intenções, como para chamar a polícia contra seus adversários.

As grotescas acusações de que os militantes do PCO “usam dessa violência gangsteril para se impor ou chantagear os movimentos” são, novamente, calúnias. Quando o PCO usou de violência para se impor ou para chantagear algum movimento? Onde? Em que circunstância? O PPRI não diz, pois não lida com fatos, mas com mentiras.

Mas o que a acusação de “gangsterismo” em si diz sobre o PPRI? Que, para o grupo, a reação às tentativas de submeter o movimento à política da burguesia deve ser condenada. Não é legítima. Só seria legítima se estive “apoiada nas bases”, seja lá o que isso signifique.

Com um argumento semelhante, há quem, na esquerda, condene a operação Dilúvio de al-Aqsa por ter sido deflagrada, na cabeça desses esquerdistas, pelo Hamas, sem “apoio das bases”. E, por isso, a guerra não seria entre “Israel” e os palestinos, mas entre “Israel” e o Hamas. Ainda que uma verdadeira revolução esteja em marcha na Faixa de Gaza e na Cisjordânia!

Se protestar contra a censura é “gangsterismo”, então, naturalmente, a censura deve ser defendida, segundo o PPRI. Seu protesto contra a intervenção da PM no ato é incapaz de esconder o seu apoio à política reacionária da esquerda pequeno-burguesa.

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