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Futebol brasileiro

Casagrande trocaria as cores da Seleção pelas cores do McDonald’s

Colunista do UOL ataca a Seleção e a CBF em defesa do imperialismo

Em sua mais nova coluna, ao afirmar que a CBF e a seleção precisam fechar as portas e começar tudo de novo – título de seu artigo -, Casagrande defende entregar o futebol brasileiro para o estrangeiro. Para ele, o fato de que Carlo Ancelotti, técnico italiano do Real Madrid, não irá para a Seleção faz o Brasil passar um grande “vexame”.

“A renovação do contrato de Carlo Ancelotti com o Real Madrid mostra claramente a imagem que temos hoje no futebol mundial”, afirma. Sua declaração comprova que seu objetivo é fazer uma campanha para que a Canarinho seja treinada por um técnico estrangeiro – algo que ele admite posteriormente ao afirmar que Abel Ferreira, técnico português atualmente no Palmeiras, seria “o nome certo”.

Para tentar “provar” suas acusações, ele diz:

“Há 15 anos, qualquer treinador no mundo sonhava em treinar a seleção pentacampeã, pois tínhamos um futebol invejável. Mesmo nas copas que não ganhávamos, o time era cheio de craques que qualquer técnico gostaria de dirigir.”

Ele não tem, entretanto, como provar isso, como provar que algo mudou nesse sentido. Em primeiro lugar, quando é que, no passado, técnicos estrangeiros imploravam para treinar a Seleção? Segundo, que técnicos brasileiros se recusam veementemente a treinar a Seleção? A história da Canarinho foi feita por brasileiros, pelo futebol-arte que só o Brasil sabe fazer, não tem nada a ver com estrangeiros.

Nesse sentido, é preciso responder à pergunta: por que Ancelotti se recusou a treinar a Seleção? E a resposta não é, como defende Casagrande, uma suposta desmoralização da Seleção frente aos outros países.

Fato é que Ancelotti, assim como todos os outros técnicos estrangeiros cotados para a Seleção, está interessado única e exclusivamente em dinheiro. Esse grupo de burocratas não liga para o desenvolvimento do futebol brasileiro, apenas para seus lucros. Finalmente, é preciso destacar que esses técnicos não possuem relação nenhuma com o futebol-arte.

Ancelotti e os demais não conseguem compreender o nosso futebol, são defensores do futebol europeu, feio e robótico. Consequentemente, são figuras necessariamente incompetentes no que diz respeito a treinar a Seleção.

O italiano do Real Madrid recusa a Canarinho porque é um gestor, um empresário, ele não tem paixão alguma pelo futebol de verdade. E sem essa garra, como tem Fernando Diniz, por exemplo, que técnico estrangeiro irá dirigir a Seleção mais atacada e sabotada de toda a história? É isso que mais pesa na decisão. Um indivíduo que ganha um rendimento bilionário na Espanha e é prestigiado pela imprensa burguesa, não dirigirá a Seleção de um país que só sofre nas mãos do imperialismo.

Tudo isso só reforça porque não se pode apoiar nenhum técnico estrangeiro para treinar a Seleção Brasileira. São equivalentes a extraterrestres que, se pudessem, destruiriam o futebol-arte, como de fato estão tentando.

Casagrande usa isso para atacar o futebol brasileiro, afirmando que a administração da CBF “é caótica há décadas, mas os resultados em campo encobriam tudo de errado que já existia”. Ele, então, relembra que os últimos dirigentes da entidade brasileira sofreram fins trágicos:

“Um deles foi preso pelo FBI (José Maria Marin), outros dois estão na lista da Interpol (Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero) e ainda teve outro afastado por acusação de assédio moral e sexual (Rogério Caboclo)”, diz.

O que o ex-jogador esquece de mencionar é que esse “caos” é resultado de uma espécie de “Lava Jato” orquestrada para atacar o futebol brasileiro. E ele, enquanto jornalista esportivo e profundamente capacho do estrangeiro, é um dos principais colaboradores e responsáveis por essa política.

Tanto é que Casagrande destaca como foi um desastre a novela de Ancelotti na Seleção, algo que prova que existia uma pressão sobre o presidente recém-deposto da CBF, Ednaldo Rodrigues, para que ele fosse na contramão dos interesses da própria Confederação.

Como já é tradicional de suas colunas, Casagrande ataca ainda mais a Seleção Brasileira reforçando sua tese de que ela precisa “fechar as portas e começar tudo de novo”:

“Ficar mostrando as cinco estrelas e jogando na cara dos outros que somos pentacampeões do mundo virou um comportamento ridículo de gente que não tem argumento. As estrelas que valem são aquelas que as seleções estão colocando em suas camisas agora”, afirmou.

Como Casagrande é um serviçal do imperialismo e está se desconectando cada vez mais de seu próprio País, ele esquece que as cinco estrelas mostram que somos o País do Futebol. Nesse sentido, o fato de sermos os únicos pentacampeões do mundo tem a maior importância. Principalmente quando consideramos que o Brasil é um País pobre, oprimidos pelas potenciais que não conseguem superá-lo no esporte mais popular de todo o mundo.

Além disso, fato é que as estrelas só não aumentam porque o imperialismo sabota constantemente o futebol brasileiro, a história das Copas não deixa dúvida disso – basta observarmos a Copa de 2022 e a farsa feita contra o Brasil no jogo em que foi eliminado.

O que mais chama atenção é que, enquanto Casagrande ataca a Seleção Brasileira e a CBF, o imperialismo, por meio da Fifa e da Conmebol, ensaiam uma intervenção na entidade brasileira, ameaçando banir a Canarinho da Copa do Mundo e os times brasileiros de competições como a Libertadores. Assim como ignorou a marca de um ano desde a morte de Pelé, Casagrande ignora essa campanha que já chegou ao ponto de que a Fifa enviará representantes para o Brasil a partir de janeiro para “observar” a situação.

Casagrande ignora esses ataques e faz, no final, uma frente única com o imperialismo contra o futebol brasileiro. Nesse sentido, ele não quer simplesmente um técnico estrangeiro na Seleção, ele quer que o nosso futebol seja completamente estrangeiro.

Assim como Fernando Henrique Cardoso (FHC) retirou o acento de “Petrobrás” para facilitar a sua entrega para o estrangeiro, Casagrande, se pudesse, trocaria as cores da Seleção pelas cores do McDonald’s.

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