Na quinta-feira (15), o Ministério das Relações Exteriores do Mali anunciou que será formada uma confederação com o Burquina Fasso e o Mali. Em janeiro, eles anunciaram que abandonaria a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO. É uma organização submissa ao imperialismo que por pouco não organizou uma invasão militar do Níger após o golpe nacionalista que aconteceu no país em 2023. Na quinta-feira (15) aconteceu uma reunião em Uagadugu, capital do Burquina Fasso, que teve a participação dos três ministros das relações exteriores.
O MRE do Mali afirmou sobre a reunião que “eles reafirmaram o seu compromisso de avançar resolutamente no processo de implementação da AES [Aliança dos Estados do Sael] e de criação da Confederação Tri-Estado”. Em novembro de 2023, os ministros das finanças disseram que estava sendo avaliado o abandono do Franco CFA, moeda controlada pelos franceses. Seria um importante passo para a libertação desses países do domínio francês. O primeiro passo foi dado quanto as tropas francesas foram expulsas de todos esses países.
A região da África Ocidental, tradicionalmente controlada pelos franceses, passou por uma onda de levantes nacionalistas nos últimos 3 anos. Os golpes militares de caráter anti-imperialista aconteceram além desses três países também na Guiné e no Gabão, que se localiza mais ao sul. Os governos mais radicais são esses do Sael. Um dos mais emblemáticos é o do Burquina Fasso, onde governa o capitão Ibrahim Traoré, um jovem militar que claramente leva adiante o legado do revolucionário dos anos 1980, Thomas Sankara.
As políticas nacionalista envolvem a tomada do controle dos recursos naturais nestes países, aliança com a Rússia, inclusive na questão militar, aliança com o Irã, em termos semelhantes. A expulsão dos franceses foi um dos passos mais importantes e agora há as bases militares norte-americanas que seguem existindo em alguns países, com destaque para o Níger, onde há a maior base de VANT (chamados de drones) da região.
A união dos países é uma política extremamente progressista, é uma demonstração de que os povos em sua luta contra o imperialismo tendem a se unificar. O imperialismo começou sua intervenção na África dividindo as nações. Agora em meio a sua luta elas voltam a se unir. A Confederação será um enorme entrave para o domínio da CEDEAO na região. A crise já atingiu o Senegal, onde há grandes protestos, e pode muito bem chegar em outros países.
