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Valéria Guerra

Historiadora, artista (atriz) sob DRT 046699-RJ. Jornalismo UMESP-SP, término neste ano corrente. Bióloga e professora da Rede Estadual do Rio de Janeiro. Colaboradora textual do Site Brasil 247 há 4 anos. Escritora com livros publicados e textos para inúmeras Antologias, inclusive concursos de textos teatrais. Mestrando em psicologia da Educação. Escreveu o livro “Eu preciso de um Hulk” que se transformou em peça homônima

Coluna

Atos, golpes, vil metal e bardos

A maioria dos brasileiros não consegue reagir a toxicidade sistêmica da mentira

“A propaganda é a fraude mais sórdida que o capitalismo já havia produzido”.

“Os consumidores são como animais confinados; e a publicidade é como agitar uma vara dentro do balde da lavagem”. As frases acima foram ditas por Gordon Comstock: um inglês, um poeta (bardo), um homem inteligente, um personagem da obra de George Orwell.

Em Flor da Inglaterra, Eric Arthur Blair, verdadeiro nome do jornalista e escritor G. Orwell, também há visão crítica, como fora em Revolução dos Bichos, e 1984.

“Corner Table adora Bovex”, lia um homem, na propaganda escrita na caneca de seu café. Segundo Gordon, ele parecia um rato, isto se deu nos idos de 1930. E aquele “apelo publicitário” causava náuseas ao nosso Gordon. Avesso aos efeitos nefastos do abuso de poder do capitalismo.

E um vegetal resistente, bem adaptável, a aspidistra, era regada pelos londrinos; cultivada, uma verdadeira febre, pois sobrevivia em péssimo ar. Orwell, assim como Gordon, trabalhou em uma livraria à época da inspiração para escrever o romance, que em seu nome original Keep The Aspidistra Flying, pode ser traduzido como “O vil metal”, mas talvez fora intencionalmente publicado aqui no Brasil, como “Flor da Inglaterra”.

Quando Gordon foi trabalhar em uma empresa publicitária; de maneira injusta, lhe deram um cargo medíocre; depois descobriram seus dotes de poeta, e os colegas o apelidaram de “O bardo”. Usando o termo de forma pejorativa, em relação ao seu dom.

E nós aqui no Brasil com os nossos talentos sufocados pela máquina mortífera da vulgaridade improvisada e improfícua – que vem abarrotando os bolsos dos utilizáveis pelo Mercado do entretenimento, tanto político como cultural, é ato que nos leva a padecer do mesmo mal que acometeu o senhor Gordon.

Sempre foi assim, só que agora, tal situação virou status quo, e infelizmente as tais ilhas de alienadores sociais estão jogando no lixo: escritores, professores, donas-de-casa e mecânicos brilhantes, que ficam presos dentro das câmaras da invisibilidade que origina miséria, em um círculo vicioso.

Gordon desafiou o poder do deus-dinheiro, na Londres de 1930.

E a maioria dos brasileiros não consegue reagir à toxicidade sistêmica da mentira, pois há um hipnotismo no ar, que vem transformando nossos filhos e netos em gerações de zumbis no meio da insignificância forçada por um sistema de exclusão, que segrega, e lacra.

Resistir é preciso, revolucionar é preciso. Senão seremos fuzilados em Praça pública pela casta monárquica de bobos da corte do pérfido Mercado, que hoje coloca trash no trono dos storytellings fúteis do senso comum e da incoerência. Cheia de ácido na face e silicone na alma.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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