A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu, na cidade de Pouso Alegre/MG, 560 comprimidos utilizados para praticar o aborto.
Segundo a PRF, os comprimidos, que tem o uso liberado pela Anvisa apenas para os hospitais, estavam sendo transportados de forma clandestina e seriam utilizados para a prática ilegal do aborto.
O homem que transportava os comprimidos, um senhor de 60 anos, que tinha como destino a cidade de Divinópolis/MG foi encaminhado para a delegacia.
É um absurdo que em um país onde perto de um milhão de mulheres recorrem ao aborto todos os anos, a maioria delas jovens, as quais devido à restrição para a prática legal do procedimento, que vem sendo cada vez mais cerceada inclusive nos casos que são previstos em lei, recorrem ao aborto clandestino, não possam utilizar de um procedimento muito mais seguro que é a pílula abortiva.
Estudos já comprovaram que essas pílulas são um método, além de seguro, bastante eficaz, de modo que se ingeridas até a décima segunda semana de gravidez tem quase 100% de eficácia e pode ser administrado pela própria mulher sem ser necessário nem mesmo o acompanhamento médico.
Justamente por tratar se de um método que permite à mulher que decida de forma bastante simples e independente pelo procedimento de aborto, o uso das pílulas abortivas vem sendo criminalizados em várias partes do mundo.
No Brasil, uma mulher morre vítima de procedimentos clandestinos de aborto, a cada dois dias. A maioria das vítimas são mulheres da classe trabalhadora que não podem pagar uma clínica clandestina cara para realizar o procedimento e acabam recorrendo a expedientes como agulha de tricô, pregos, ou remédios fortes.
Esse é mais um fato que mostra que a atuação da polícia em nada serve para proteger a população, mas apenas atuar para a sua coação.
A mesma polícia criminosa que mata centenas de crianças nas favelas todos os anos, atua de forma demagógica para dizer que está “protegendo a vida” quando está simplesmente condenando uma mulher a uma morte que poderia ser perfeitamente evitada.