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Oriente Médio

Hamas explica origens dos conflitos Palestina-‘Israel’

Resistência palestina apresenta uma série de dados históricos

No dia 21 de janeiro, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) publicou um extenso documento respondendo às principais questões relacionadas ao atual conflito entre israelenses e palestinos. O texto, intitulado Nossa narrativa sobre a Operação Dilúvio al-Aqsa, possui cinco capítulos e foi traduzido para o português com exclusividade por este Diário. Você encontra o texto na íntegra aqui.

Abaixo, reproduzimos o primeiro capítulo, que trata das calúnias de “Israel” contra a resistência palestina.

Por que a Operação Dilúvio al-Aqsa?

1- A batalha do povo palestino contra a ocupação e o colonialismo não começou em 7 de outubro, mas teve início há 105 anos, incluindo 30 anos de colonialismo britânico e 75 anos de ocupação sionista. Em 1918, o povo palestino possuía 98,5% da terra da Palestina e representava 92% da população na terra da Palestina. Enquanto os judeus, trazidos para a Palestina em campanhas massivas de imigração coordenadas pelas autoridades coloniais britânicas e o Movimento Sionista, conseguiram assumir o controle de não mais que 6% das terras na Palestina e corresponderem a 31% da população antes de 1948, quando a Entidade Sionista foi anunciada na histórica terra da Palestina. Naquela época, foi negado ao povo palestino o direito à autodeterminação, e as gangues sionistas se envolveram em uma campanha de limpeza étnica contra o povo palestino, com o objetivo de expulsá-los de suas terras e áreas. Como resultado, as gangues sionistas assumiram, por meio da força, o controle de 77% da terra da Palestina. Nesse processo, expulsaram 57% da população da Palestina e destruíram mais de 500 vilarejos e cidades palestinas, cometendo dezenas de massacres contra os palestinos, culminando na fundação da Entidade Sionista em 1948. Além disso, em continuidade à agressão, as forças israelenses ocuparam o restante da Palestina em 1967, incluindo a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém, além de territórios árabes ao redor da Palestina.

2 – Ao longo destas décadas, o povo palestino sofreu todas as formas de opressão, injustiça, expropriação de seus direitos fundamentais e políticas de apartheid. A Faixa de Gaza, por exemplo, vem sofrendo, desde 2007, com um bloqueio sufocante ao longo de 17 anos, transformando-a na maior prisão ao ar livre do mundo. O povo palestino em Gaza também sofreu com cinco guerras destrutivas, todas das quais “Israel” foi a parte ofensora. Em 2018, o povo em Gaza iniciou as manifestações da Grande Marcha do Retorno para protestar pacificamente contra o bloqueio israelense, contra as condições humanitárias miseráveis e para exigir seu direito ao retorno. No entanto, as forças de ocupação israelenses responderam a esses protestos com uma força brutal, resultando na morte de 360 palestinos e no ferimento de outros 19.000, incluindo mais de 5.000 crianças, em questão de poucos meses.

3 – De acordo com dados oficiais, no período entre janeiro de 2000 e setembro de 2023, a ocupação israelense matou 11.299 palestinos e feriu outros 156.768, sendo a grande maioria deles civis. Infelizmente, a administração dos Estados Unidos e seus aliados não deram atenção ao sofrimento do povo palestino nos últimos anos, mas forneceram cobertura para a agressão israelense. Lamentaram apenas os soldados israelenses mortos em 7 de outubro, sem buscar a verdade do que aconteceu e seguindo erroneamente a narrativa israelense, condenando um suposto ataque a civis israelenses. A administração dos Estados Unidos forneceu apoio financeiro e militar para os massacres da ocupação israelense contra civis palestinos e para a agressão brutal à Faixa de Gaza. Os oficiais dos Estados Unidos continuam ignorando as atrocidades cometidas pelas forças de ocupação israelenses em Gaza.

4 – As violações e brutalidades israelenses foram documentadas por várias organizações da ONU e grupos internacionais de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, e até mesmo por grupos israelenses de direitos humanos. No entanto, esses relatórios e testemunhos foram ignorados, e a ocupação israelense ainda não foi responsabilizada. Por exemplo, em 29 de outubro de 2021, o embaixador de “Israel” nas Nações Unidas, Gilad Erdan, insultou o sistema da ONU rasgando um relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU durante um discurso na Assembleia Geral e jogou-o em uma lixeira antes de sair do palanque. No entanto, ele foi nomeado no ano seguinte – 2022 – para o cargo de vice-presidente da Assembleia Geral da ONU.

5 – A administração dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais sempre trataram “Israel” como um Estado acima da lei. Eles o protegem para manter a ocupação prolongada e reprimir o povo palestino, permitindo também que “Israel” explore tal situação para expropriar mais terras palestinas e “judaizar” suas santidades e locais sagrados. Apesar de a ONU ter emitido mais de 900 resoluções ao longo dos últimos 75 anos em favor do povo palestino, “Israel” recusou-se a cumprir qualquer uma dessas resoluções, e o VETO dos Estados Unidos esteve sempre presente no Conselho de Segurança da ONU para evitar qualquer condenação às políticas e violações de “Israel”. É por isso que vemos os Estados Unidos e outros países ocidentais como cúmplices e parceiros da ocupação israelense em seus crimes e no sofrimento contínuo do povo palestino.

6 – Sobre o “processo de assentamento pacífico”: apesar de os Acordos de Oslo assinados em 1993 com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) estipularem o estabelecimento de um Estado palestino independente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, “Israel” destruiu sistematicamente todas as possibilidades de estabelecimento do Estado palestino por meio de uma ampla campanha de construção de assentamentos e “judaização” das terras palestinas na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém. Os defensores do processo de paz, após 30 anos, perceberam que haviam chegado a um impasse e que tal processo teve resultados catastróficos para o povo palestino. Os oficiais israelenses confirmaram em várias ocasiões sua rejeição absoluta ao estabelecimento de um Estado palestino. Apenas um mês antes da Operação Dilúvio al-Aqsa, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu apresentou um mapa de um chamado “Novo Oriente Médio”, retratando “Israel” como um território que se estenderia do rio Jordão ao mar Mediterrâneo, incluindo a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Na Assembleia Geral da ONU, o mundo inteiro permaneceu em silêncio diante de seu discurso cheio de arrogância e ignorância em relação aos direitos do povo palestino.

7 – Após 75 anos de ocupação implacável e sofrimento, e após o fracasso de todas as iniciativas de libertação e retorno do nosso povo, e também após os resultados desastrosos do chamado processo de paz, o que o mundo esperava que o povo palestino fizesse em resposta às seguintes questões?

  •  Os planos de “judaização” israelenses para a abençoada Mesquita de Al-Aqsa, suas tentativas de divisão temporal e espacial, bem como a intensificação das incursões de colonos israelenses na mesquita sagrada.
  • As práticas do governo israelense de extrema direita, que está praticamente tomando medidas para anexar toda a Cisjordânia e Jerusalém à chamada “soberania de Israel”, em meio a planos para expulsar palestinos de suas casas e terras.
  • Os milhares de detentos palestinos nas prisões israelenses que sofrem privações de seus direitos básicos, bem como agressões e humilhações sob a supervisão direta do ministro fascista israelense Itamar Ben-Gvir.
  • O bloqueio injusto por ar, mar e terra imposto à Faixa de Gaza ao longo de 17 anos.
  • A expansão dos assentamentos israelenses em toda a Cisjordânia em um nível sem precedentes, bem como a violência diária perpetrada por colonos contra palestinos e suas propriedades.
  • Os sete milhões de palestinos vivendo em condições extremas em campos de refugiados e outras áreas, que desejam retornar às suas terras, das quais foram expulsos há 75 anos.
  • O fracasso da comunidade internacional e a cumplicidade das superpotências em impedir o estabelecimento de um Estado palestino.

O que se esperava do povo palestino após tudo isso? Continuar esperando e contar com a impotente ONU?! Ou tomar a iniciativa em defesa do povo palestino, de suas terras, direitos e santidades; sabendo que o ato de defesa é um direito consagrado nas leis, normas e convenções internacionais?

Diante do exposto, a Operação Dilúvio al-Aqsa em 7 de outubro foi um passo necessário e uma resposta natural para enfrentar todas as conspirações israelenses contra o povo palestino e sua causa. Foi um ato defensivo com o objetivo de se livrar da ocupação israelense, reivindicar os direitos palestinos e caminhar rumo a sua libertação e sua independência, como fizeram todos os povos ao redor do mundo.

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