A proximidade das eleições norte-americanas – que se realizarão no próximo novembro – está fazendo subir a temperatura política nos Estados Unidos, acirrando a disputa entre as duas facções do imperialismo (Republicanos e Democratas) pelo controle da maior economia do planeta.
A ebulição vem escalando na medida em que parece haver todo um esforço do judiciário norte-americano (e de outro setores) para derrubar as intenções de voto no ex-presidente e atual candidato republicano, Donald Trump, que neste momento disputa com Biden, cabeça à cabeça, o voto do eleitor norte-americano.
Na última quinta-feira, dia 30, Trump foi condenado por um tribunal de Nova Iorque, que o declarou culpado de 34 acusações de falsificação de documentos contábeis para ocultar um pagamento destinado a silenciar uma ex-atriz de filmes adultos para evitar um escândalo sexual.
Todavia, se um dos propósitos da condenação e da nítida perseguição judicial ao ex-presidente era inviabilizar, do ponto de vista popular, a sua candidatura, parece que o efeito foi exatamente o contrário, pelo menos se o medidor for o montante de doações que o bilionário candidato recebeu depois de anunciada a condenação.
É o que afirmam os dois principais colaboradores da campanha de Trump, Chris LaCivita e Susie Wiles, que em comunicado disseram: “poucos minutos após o anúncio do veredicto do julgamento-farsa, nosso sistema digital de arrecadação de fundos ficou sobrecarregado de apoio e, apesar dos atrasos temporários online devido ao tráfego intenso, o presidente Trump arrecadou US$ 34,8 milhões de dólares de pequenos doadores”. Isso foi na quinta-feira, logo após o anúncio da condenação. Na sexta-feira, um dia após a decisão judicial, a campanha anunciou que mais US$ 85 milhões haviam sido arrecadados. De acordo com os coordenadores, o julgamento reacendeu seu apoio “como nunca antes”.
Nos círculos jurídicos e políticos dos Estados Unidos, é quase consensual que Trump receberá liberdade condicional e não estará impedido de dar continuidade à sua campanha eleitoral, mesmo na hipótese – pouco provável – de que venha a ser preso.
O republicano Donald Trump, representante da ala mais extremista da direita norte-americana, não é, contudo, o candidato do núcleo principal do imperialismo. Os democratas – que tentam um segundo mandato através da reeleição de Joe Biden – aparecem como o setor mais confiável para levar adiante a política traçada nesse momento pelo imperialismo, que se encontra mergulhado talvez em sua pior crise das últimas décadas, depois de ter colhido sucessivas derrotas vexatórias em vários pontos do planeta (Iraque, Afeganistão, Síria, Irã, América Latina, Ucrânia, África, etc). O candidato do imperialismo tem nome e sobrenome, chama-se Joe Biden, o homem que está fazendo todo o serviço exigido pelos maiores capitalistas da maior economia do mundo.