Você é a favor do assassinato de 1% da população de um território em três meses de bombardeio? Você é a favor da morte de milhares de crianças e mulheres em nome de um Estado que quer exterminar toda uma nação? Você é a favor da prisão arbitrária de milhares de pessoas de um mesmo povo? Você é a favor de que dois milhões de pessoas sejam submetidas à fome, à sede e a uma série de doenças contagiosas? Se sua resposta for não para qualquer uma dessas perguntas, se prepare: você corre o sério risco de ser acusado de “antissemita”.
É o que acontece no Brasil, é o que acontece no mundo. Qualquer pessoa que se oponha aos crimes contra a humanidade praticados pelo Estado de “Israel” é imediatamente acusado pelos sionistas de querer o extermínio do “povo judeu” e é, portanto, acusado de “antissemitismo”. Foi assim, por exemplo, com o descendente de judeu (!) Breno Altman, jornalista filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), que vem se opondo de maneira contundente ao Estado de “Israel”. Foi assim com o Partido da Causa Operária (PCO), cujos militantes e dirigentes saúdam a luta de libertação nacional do povo palestino. Foi assim com José Genoíno, ex-presidente do PT, por simplesmente propor um boicote às empresas que financiam o morticínio em Gaza. E foi assim até mesmo com o presidente Lula, que endossou a moderada acusação da África do Sul de que “Israel” teria praticado genocídio.
Ao acusar todos os seus inimigos de “antissemitismo”, os sionistas tentam compará-los aos nazistas, que, durante a Segunda Guerra Mundial, assassinaram milhões de judeus e protagonizaram alguns dos mais horrendos crimes que a humanidade já testemunhou. Em editorial recente, O Estado de S. Paulo literalmente compara a proposta de José Genoíno às medidas tomadas por Adolf Hitler à frente do Estado alemão. Os campos de concentração, as perseguições e as execuções sumárias do século passado, portanto, teriam o mesmo peso que hoje têm declarações não contra os judeus, mas contra o Estado de “Israel”, uma entidade política criada artificialmente pelo imperialismo para tutelar os povos no Oriente Médio. É ridículo.
E é ainda mais ridículo quando levado em consideração que, segundo os judeus ultraortodoxos, os sionistas – os defensores de “Israel” – sequer seriam judeus. Os fundadores de “Israel” não estiveram nos campos de concentração, nem mesmo viviam na Palestina. Segundo os ortodoxos, o Estado de “Israel” estaria em desacordo com tudo em sua religião. Trata-se, portanto, não do Estado dos judeus, mas de um Estado criminoso erguido com o pretexto de expressar a vontade dos judeus.
As acusações de “antissemitismo” não podem ser levadas a sério e correspondem, na verdade, a uma operação política bastante antiga. É o famoso grito do “pega ladrão”, quando o ladrão grita para que ninguém perceba que o verdadeiro infrator é ele. Da mesma forma, os sionistas gritam “antissemita” para que ninguém aponte o dedo para o genocídio que promovem em Gaza.