Em um especial sobre a história da Palestina, este Diário vem se dedicando a expor a natureza ditatorial e fascista do Estado de “Israel”, para desmascarar a propaganda de que seria a única democracia do Oriente Médio. Uma das formas de fazer isto é expondo as centenas de assassinatos que o Mossad (agência de espionagem israelense) e outros órgãos do aparato repressivo sionista cometeram contra líderes e militantes palestinos ou mesmo aqueles que lutaram em defesa da causa palestina, contra o sionismo.
O artigo de hoje é sobre Abbas al-Musawi, ninguém menos que o cofundador e secretário-geral do partido de massas libanês Hesbolá.
Al-Musawi nasceu em 26 de outubro de 1952 em uma família xiita, na aldeia de Al-Nabi Shayth, no Vale de Beqaa, região leste do Líbano. Durante grande parte de sua infância e adolescência (oito anos), morou na cidade de Al-Najaf, no Iraque, onde estudou teologia islâmica, sendo estudante de Muhammad Baqir al-Sadr, fundador ideológico do Partido Islâmico Dawa, de ideologia xiita. Em razão desses estudos, foi influenciado pelas ideias de Ruhollah Khomeini, quem viria a ser o líder da Revolução Iraniana, de 1979.
Após os anos no Iraque, Al-Musawi retornou ao Líbano em 1978, quando país estava em plena guerra civil, ou melhor, estava sendo alvo de uma guerra de agressão perpetrada pelo imperialismo e por “Israel”, que se utilizaram de milícias fascistas cristãs maronitas.
Foi nessa conjuntura que ele, junto de Subhi al-Tufayli, começou a organizar, em 1982, a partir do Vale de Beqaa, o movimento que resultou no Hesbolá. Essa região era uma das três do Líbano com maior população xiita.
Entre os anos de 1983 e 1985, Al-Musawi foi o líder operacional do Aparelho Especial de Segurança do Hesbolá.
Após três anos, o Partido de Alá foi oficialmente criado, em 1985. A partir desse ano, até 1988, o líder libanês liderou a Resistência Islâmica, isto é, o braço armado do partido.
Ainda na conjuntura da guerra civil, há um feito heroico do Hesbolá que, por alguns, é atribuído a Al-Musawi, qual seja, o sequestro e eventual aniquilação do tenente-coronel William Higgins, do exército imperialista norte-americano, enquanto este havia sido enviado ao Líbano em uma farsesca missão de paz da ONU. Farsesca, pois, com a guerra já próxima do fim, “Israel” não havia conseguido subjugar o Líbano. Além disto, sua monstruosa repressão para acabar com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) contribuiu para criar o Hesbolá, que se tornou mais um a cerrar as fileiras da resistência ao sionismo.
Em razão de seu papel na criação do Partido de Alá, no combate a “Israel” e na aniquilação do militar norte-americano, as forças israelenses de ocupação assassinaram Al-Musawi em 16 de fevereiro de 1992.
Como típico de “Israel”, não conseguiram derrotar a resistência palestina e impedir o crescimento do Hesbolá, limitaram-se a assassinar seu fundador.
Naquela data, o comboio de três carros em que Al-Musawi estava foi atacado por helicópteros Apache israelenses, os quais dispararam mísseis destruindo todos os veículos. Não só o líder do Hesbolá foi covardemente assassinado, mas também sua esposa, seu filho de cinco anos e quatro outras pessoas.
Contudo, a resistência ao sionismo não foi derrotada. Al-Musawi, que já era secretário-geral do Hesbolá na época em que foi assassinado, foi sucedido por Hassan Nasralá, o atual líder do partido.
Atualmente, o Hesbolá é uma das principais forças armadas que combate as tropas sionistas, prestando valoroso auxílio à resistência palestina e garantindo que “Israel” e o imperialismo se afunde cada vez mais na crise em que se meteu ao tentar subjugar o povo do Oriente Médio.