Ucrânia

A unidade do regime ucraniano foi rompida

Volodimir Zelenski, presidente do país, tenta demitir General Valerie Zalujni, comandante das forças armadas, que, apoiado por milícias fascistas, recusa a exoneração

Após quase dois anos do início da guerra imperialista contra a Rússia, a crise política do regime ucraniano segue cada vez mais difícil de ser contornada, e a derrota do imperialismo parece cada vez mais próxima.

Segundo informações da rede de notícias Sputnik, o presidente ucraniano lacaio do imperialismo, Volodimir Zelenski, teria convocado o comandante das Forças Armadas Ucranianas, o General Valerie Zalujeni, para uma reunião no dia 29 de janeiro de 2024, na qual informou o militar que ele estava sendo exonerado do comando das tropas.

Contudo, segundo informações da imprensa ucraniana (e também da imprensa imperialista), o general recusou-se a abandonar o cargo, sendo que Zelenski teria hesitado em seguir adiante com a exoneração, por pressão do alto escalão militar. Não coincidentemente, o presidente ucraniano vem declarando à imprensa a respeito de uma iminente e grande reforma no comando militar.

A respeito da recusa, Larry Johnson, ex-analista da CIA, informa que Zalujeni vem poupando os militares da extrema direita, pertencentes ao Setor Direito (Pravy Sektor) e à brigada Stempitsky de ir para a frente de combate contra a Rússia. De forma semelhante, foi noticiado que o outrora batalhão Sich, braço armado do partido nazista Svoboda, atualmente é uma unidade de polícia na cidade de Kiev, longe do front.

Sobre este fato, de as tropas nazistas serem poupadas, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), fez comentário preciso sobre a covardia dos fascistas:

“Esses grupos nazistas são muito ferozes para bater em gente desarmada. É o que a gente vê na Faixa de Gaza. O pessoal joga bomba sobre gente desarmada, mas quando eles vão enfrentar o Hamas, é só choro, não conseguem nada. Quando a violência se volta contra eles, ficam assustados. Então eu acho natural que eles poupassem esses nazistas. A função deles é oprimir o povo ucraniano”, afirmou no programa Análise de Terça, que foi ao ar neste dia 6, no canal Rádio Causa Operária

Voltando à análise de Larry Johnson, essas medidas tomadas por Zalujeni para beneficiar as tropas fascistas ucranianas serviu-lhe para criar uma base de poder político contra Volodimir Zelenski. Senão para apenas se proteger de uma exoneração, até mesmo para derrubar o presidente. De forma que o general, em comparação com o presidente, possui mais força dentre das Forças Armadas. Assim, Rui Pimenta analisa que pode haver um golpe militar em andamento, apesar de destacar que é difícil dizer exatamente se é isto o que ocorre neste exato momento.

O que é seguro dizer, conforme o presidente do PCO, é que a situação do regime político ucraniano (e do imperialismo no país) fica cada vez mais insustentável, de forma que se chegará a um ponto em que o regime político será colocado contra a parede.

Vale ressaltar ainda que essa notícia de que os batalhões fascistas sendo poupados pode muito bem ser uma preocupação de parte dos militares com eventual revolta popular diante da catástrofe. O que é algo perfeitamente possível de ocorrer, afinal, apesar de toda a destruição que o imperialismo já provocou ao utilizar a Ucrânia como bucha de canhão contra a Rússia, os Estados Unidos seguem insistindo nessa mesma política de terra arrasada. “O imperialismo deve estar prevendo que a coisa vai terminar mal”, disse Rui Pimenta.

E, embora seja difícil apontar com precisão o que acontece, dada a falta de informações precisas, o dirigente do PCO diz que é possível afirmar com segurança que se tratar de “uma situação de grande crise, de grande instabilidade” e que se “rompeu a unidade do regime”.

Além disso, vale ressaltar que se a extrema direita fascista, o setor ideologicamente mais antirrusso da Ucrânia, está se colocando contra a continuidade do conflito (ou ao menos coloca objeções), é porque a situação está extremamente complicada.

Por fim, enquanto que os EUA seguem tentando levar adiante uma política de terra arrasada, forçando a continuidade da guerra, a manutenção do regime político e da coesão social da Ucrânia é cada vez mais difícil.

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