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Coluna

A operação de sabotagem chamada Carlo Ancelotti

Do início ao fim, a operação para trazer Carlo Ancelotti não passou de um esforço para ridicularizar e humilhar os treinadores brasileiros e a seleção

O treinador italiano Carlo Ancelotti pôs fim nos últimos dias de 2023 à incógnita a respeito de seu futuro. Ele renovou contrato com o clube espanhol Real Madrid até 2026 e, assim, matou a possibilidade de assumir o comando da seleção brasileira no período atual.

Desde o início, a operação para trazer Ancelotti não foi senão uma obra de sabotagem contra a seleção. 

A premissa da operação é a campanha, há muito impulsionada pelos “vira-latas” da imprensa pró-imperialista, contra os treinadores brasileiros. Como os técnicos nacionais são “ultrapassados”, “obsoletos”, “incompetentes” e “incapazes intelectualmente”, é preciso contratar um treinador europeu para dirigir o escrete nacional. É o que diz a campanha.

Enquanto a operação se desenrolava, essa campanha se intensificou. Nas mesas redondas e programas esportivos da imprensa estrangeira sediada no Brasil, Ancelotti era sistematicamente comparado aos treinadores brasileiros, e o resultado não poderia ser outro: pobre dos treinadores brasileiros, não chegam nem ao nível do dedão do pé do italiano. Ancelotti já ganhou a Liga dos Campeões da Europa, dirigiu as principais equipes europeias, ganhou os principais campeonatos nacionais da Europa… E os técnicos brasileiros? O que ganharam? Campeonatos brasileiros? Copa Libertadores da América? Pobres técnicos brasileiros. Nem são contratados pelos clubes europeus… 

Quando Ancelotti colocou um ponto final nas tratativas que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)  empreendeu para contratá-lo, teve início mais uma etapa da campanha. “O Real Madrid é maior do que a seleção brasileira”: eis o mote da campanha neste exato momento. Ancelotti recusou o Brasil e, portanto, a conclusão a tirar é que, para um grande treinador como ele, um treinador de ponta, dos melhores do mundo, um multicampeão, é mais vantajoso treinar o clube espanhol do que o selecionado nacional, isto é, a seleção brasileira não está à altura do grandiosíssimo técnico europeu.

Do início ao fim da operação Carlo Ancelotti, o que se viu foi só o esforço para ridicularizar e humilhar os treinadores brasileiros e a seleção. A mesma imprensa que soltou fogos quando vazou a notícia das negociações com o italiano é a que hoje fala, após a negativa de Ancelotti, e espumando pela boca, que “depois do 7 a 1 é a maior vergonha do futebol” (canal De Placa, da TVT Sports).

A vinda de Ancelotti para o Brasil sempre foi uma farsa. Isso já estava claro no início do episódio e ficou mais claro ainda após o seu desfecho. Foi mais um capítulo da campanha venal, cuja fonte são, em última análise, os grandes monopólios internacionais, sempre contra o futebol nacional. 

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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