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Isaias Filho

Membro da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO) e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

Coluna

A esquerda, a Palestina e o golpe de 64

A esquerda precisa romper com a política da direita tradicional, principal ala do imperialismo no país, e desenvolver uma política independente

Na etapa atual da luta política no Brasil, as principais organizações da esquerda afirmam, oficialmente, que o bolsonarismo é o inimigo principal a ser combatido.

O curioso é que, ao invés de recorrer aos métodos tradicionais e históricos da esquerda, da classe operária e dos trabalhadores em geral, essa esquerda resolveu terceirizar a luta contra a extrema direita para o STF e o Poder Judiciário. Alguns colunistas representativos dessa opinião chegaram a falar: “não é hora da política, é hora da Justiça”. O herói dessa corrente, não por acaso, é o ministro do STF, Alexandre de Moraes. 

O resultado dessa política é bastante evidente: o bolsonarismo vai muito bem, apesar dos discursos estridentes no sentido de que está com os dias contados, de que Bolsonaro vai ser preso no próximo minuto e assim por diante. O ato em São Paulo no dia 25 de fevereiro comprovou esse fato.

A política adotada pela esquerda é um arremedo de luta contra o bolsonarismo. Uma farsa. Alexandre de Moraes e Cia., representantes da direita tradicional, fazem uma encenação, e a esquerda se joga no colo desse setor.

A esquerda abraça uma política incapaz de enfrentar o bolsonarismo e repele a única via capaz de derrotá-lo ― a mobilização de massas. Não é por outro motivo que a esquerda não consegue impulsionar o movimento em defesa da Palestina e, ademais, evitou realizar atos contra a ditadura militar de 1964. 

A defesa da luta dos palestinos contra o sionismo e a denúncia do golpe militar 1964 são duas questões que colocam, de um lado, as direções políticas da esquerda, as organizações operárias e populares e, de outro, o movimento bolsonarista. São duas questões que teriam condições de impulsionar, nas ruas, a luta contra o bolsonarismo. Afinal, o bolsonarismo é hoje a principal representação política tanto do sionismo no Brasil quanto dos herdeiros do golpismo de 1964.

Mas a esquerda, amante de Alexandre de Moraes, decidiu fugir dessas duas frentes de batalha. A luta cênica e irreal contra o bolsonarismo ganhou mais um capítulo. As direções da esquerda se desmoralizam, e o bolsonarismo agradece. 

Àqueles que querem efetivamente jogar o bolsonarismo na lata do lixo da história, é preciso combater essa política de derrota e colocar em marcha a única política eficaz contra o bolsonarismo. A esquerda precisa retomar as ruas do bolsonarismo. Precisa levantar novamente as reivindicações concretas dos trabalhadores (salário mínimo vital, redução da jornada de trabalho sem redução do salário), a defesa das liberdades democráticas (liberdade de expressão, de organização, o devido processo legal), a defesa da economia nacional (reestatização do petróleo, do sistema financeiro, reversão das privatizações). Só assim conseguirá dividir a base bolsonarista, passo fundamental para derrotar a extrema direita. A esquerda, em suma, precisa romper com a política da direita tradicional, principal ala do imperialismo no país, e desenvolver uma política independente.  

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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