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Campanha da Palestina

A entrevista de Rui Costa Pimenta à HispanTV – Parte 2

Evento ocorreu logo após a realização do ato nacional em defesa da Palestina na Avenida Paulista, São Paulo

No dia 1º de julho, um dia após a realização do primeiro ato nacional em defesa da Palestina no Brasil, a emissora iraniana HispanTV entrevistou o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta. Embora o ato tenha sido convocado por mais de 100 entidades, o PCO foi o partido que tomou a iniciativa de propor a manifestações às demais organizações, destacando-se, assim, durante toda a mobilização para o dia 30 de junho.

Reproduzimos, abaixo, a segunda parte da entrevista de Rui Pimenta à HispanTV:

HispanTV: Você pensa que, em particular, este genocídio deve terminar em algum momento fazendo justiça em prol do povo palestino, ou pensa que, como se desenvolvem os acontecimentos, o regime israelense conseguirá concretizar a anexação, primeiro da Cisjordânia, e depois de Gaza. Sabemos que o povo palestino em geral resistirá até o último suspiro na defesa de seu território e de seus direitos. Senhor Ruy Costa Pimenta, estamos ouvindo.

Rui Costa Pimenta: Não, não acho que isso vai acontecer. Por quê? Porque a resistência, não só palestina, mas também do Líbano, do Hesbolá, do Iêmen, está impondo sérias dificuldades ao regime sionista. A atuação das forças sionistas, apesar de toda propaganda enganosa, mentirosa, não está indo como esperavam. Temos quase nove meses de luta. Até agora, não conseguiram eliminar a resistência armada palestina. Não acho que vão conseguir.

HTV: Agora, gostaria de sua opinião, conhecedor da incansável atuação histórica da República Islâmica do Irã em defesa da causa palestina, com seu objetivo central dentro da revolução islâmica, sob a égide de seu fundador e ideólogo, o imã Khomeini, seguido agora pelo líder do Irã, o aiatolá Seyyed Ali Khamenei, que trabalha, por sua vez, pela paz na região, apesar das constantes perturbações e tentativas de desestabilização do regime israelense com o apoio do Ocidente.

RCP: São hoje no mundo a força libertária e revolucionária mais importante que existe. Acho que o mundo, sem a atividade permanente, sistemática e firme da República Islâmica do Irã, estaria muito mal. Sem dúvida alguma. Sob a inspiração da República Islâmica do Irã, está em vigor o trabalho do Eixo da Resistência com as atividades concretas e efetivas do movimento Ansar Alá, do Iêmen, juntamente com a resistência iraquiana na interrupção da passagem de navios relacionados e dirigidos aos territórios ocupados por Israel com armamentos de guerra para serem utilizados contra a população civil palestina. Bem, sabemos do bloqueio da passagem desses navios pelo Mar Vermelho e pelo Mar Arábico, para citar alguns exemplos. Também vale a pena destacar o trabalho do movimento Hesbolá do Líbano, no norte dos territórios ocupados, e do próprio movimento Hamas na Palestina, com ações que estão reduzindo o ímpeto e as capacidades das forças israelenses. Concordamos que são iniciativas que, se não existissem com o Irã na vanguarda, o regime já teria alcançado seus objetivos na Palestina.

HTV: O que você pensa a respeito? Conte-nos.

RCP: Acredito que esse seja o maior desafio ao regime sionista e ao imperialismo. Em 200 anos de história, vejo com imensa esperança o progresso dessa luta. No Brasil, temos apoiado abertamente, mesmo contra uma pressão gigantesca da direita brasileira, o Hamas, o Irã e o Hesbolá. Vejo com preocupação a possibilidade de guerra entre o sionismo e o Hesbolá, porque acredito que, se isso ocorrer, o povo libanês sofrerá, mas acho que poderia muito bem acontecer que isso levasse o regime sionista ao seu fim. Ao seu fim, ou seja, praticamente abrindo tantas frentes de maneira simultânea sem alcançar resultados ainda. Ou seja, os objetivos que se propuseram desde o começo, a partir de 7 de outubro, uma vez que iniciou esse genocídio brutal contra a população palestina. Ali na Faixa de Gaza, como você já disse de uma maneira muito clara e muito contundente, “Israel” não alcançou nenhum dos objetivos.

HTV: Qual a sua interpretação sobre o fato de que, após nove meses de ataques incessantes contra o povo palestino, a destruição de suas infraestruturas, incluindo monumentos emblemáticos milenares, enfrentando essa resistência palestina heroica, sem a capacidade militar que o regime de ocupação tem por conta do apoio dos Estados Unidos, não tenha conseguido atingir nenhum de seus objetivos? Vamos mencionar apenas dois deles, meu amigo Rui Costa Pimenta: o fim do movimento Hamas e o resgate dos reféns israelenses em poder da resistência palestina. Conte-nos seu raciocínio sobre este tema em particular.

RCP: Sim, não conseguiram e eu acho que não conseguirão. Hoje, li uma declaração de um general sionista que disse: “Nós nunca enfrentamos o Hamas cara a cara. Dizer que o Hamas está sendo destruído é uma farsa, não é verdade, e a situação é muito difícil para Israel”. Acho que a declaração dele é precisa. Não conseguiram nada, apenas assassinaram friamente e brutalmente a população civil. Um crime monstruoso contra a humanidade.

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