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Operação Dilúvio de al-Aqsa

200 dias de pesadelo para o imperialismo

Após 200 dias, não só o Irã acabou com a ditadura de “Israel” no Oriente Próximo, mas o Hamas caminha para consagrar sua vitória contra a ocupação sionista

Nesta terça-feira (23), completaram-se 200 dias desde que “Israel” e o imperialismo vêm fracassando em tentar conter a nova etapa da Revolução Palestina. Ela foi desencadeada no dia 7 de outubro de 2023, quando combatentes das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam (braço armado do Hamas), liderando demais brigadas da resistência, deflagraram a Operação Dilúvio de al-Aqsa.

Desde então, “Israel”, com apoio aberto do imperialismo, principalmente dos Estados Unidos, tenta afogar a Revolução em sangue. Ao fechamento desta edição, considerando-se toda a Palestina, mais de 34.670 palestinos foram assassinados, dos quais pelo menos 14.500 eram crianças e 8.400 mulheres. Este número, entretanto, pode ser maior, pois mais de oito mil estão desaparecidos, os quais muito provavelmente estão mortos. E o número de feridos? Mais de 77.143 pessoas.  Em outras palavras, um verdadeiro genocídio, perpetrado contra a população civil. 

Contudo, mesmo após todo esse morticínio, “Israel” não conseguiu conquistar nenhum objetivo militar contra o Hamas e a resistência. Já não tinha conseguido quando o Dilúvio de al-Aqsa havia completado 100 dias. Tanto é que já naquela data, o Hamas havia forçado “Israel” a se sentar na mesa de negociações para assinar uma trégua.

A trégua, que durou cerca de uma semana, de 23 de novembro a 1º de dezembro, foi a primeira grande derrota política de “Israel” após o 7 de outubro, servindo para deixar claro que o Estado sionista não conseguiria dobrar a resistência e o povo palestino, apesar de toda a violência fascista.

Em resumo, naquela data, já estava clara a derrota de “Israel” ante o Hamas.

Apesar disto, a ocupação sionista violou a trégua e passou a intensificar o genocídio em Gaza, bem como suas ações fascistas na Cisjordânia. Tratou-se de uma tentativa de escalar a guerra rumo a um conflito ainda mais amplo, isto é, todo o Oriente Próximo, fazendo o Irã se envolver diretamente na guerra. E para que “Israel” queria fazer isso? Para obrigar o imperialismo, especialmente os Estados Unidos, a intervirem diretamente na guerra.

Ocorre que assassinar mais palestinos trouxe não apenas mais desmoralização para “Israel”, mas também para todo o bloco imperialista, principalmente para o governo norte-americano de Joe Biden. Não apenas o mandatário perdeu apoio eleitoral em razão de seu apoio ao genocídio, mas também setores de seu governo se opuseram ao apoio dos EUA a “Israel”. A continuidade do massacre de “Israel” contra o povo palestino ainda produziu divisão no seio da extrema direita norte-americana, com Donald Trump sendo forçado pela realidade a admitir que “Israel” está perdendo a guerra de propaganda.

Em demonstração de que a luta da resistência palestina contra “Israel” estava derrotando não apenas o sionismo, mas também o imperialismo, em 25 de março, foi aprovada uma resolução no Conselho de Segurança da ONU exigindo cessar-fogo em Gaza. Isto é, uma resolução contra “Israel”. Pela primeira vez na história, os Estados Unidos tiveram de se abster ao invés de vetar uma decisão do tipo. Uma demonstração de como se aprofundou a crise do principal país imperialista desde que o governo Biden decidiu bancar o genocídio sionista contra os palestinos.

Naturalmente, nenhuma destas vitórias contra “Israel” e os EUA seria possível sem a luta armada que foi (e continua sendo) travada diariamente pelo Hamas e demais partidos e organizações da resistência palestina. É impossível listar aqui todas as ações da resistência. Contudo, vale destacar o heroico combate que todas as organizações travaram para expulsar as forças israelenses de ocupação do Hospital al-Shifa e acabar com a invasão e cerco ao complexo médico que já durava duas semanas. A resistência derrotou os nazissionitas no dia 31 de março, acabando com a invasão e expulsando-os do local. A ocupação resultou no martírio de mais de 400 palestinos, o que aprofundou a crise de “Israel” e do imperialismo perante as massas oprimidas de todo o mundo.

Não foi apenas de um hospital que as forças israelenses de ocupação foram expulsas, mas também da cidade de Khan Yunis. Nos dias finais da batalha pela cidade, combatentes da resistência provocaram pesadas baixas nas tropas sionistas, não lhes dando alternativa senão se retirarem da cidade. Releia a matéria que foi publicada neste Diário sobre a acachapante vitória da resistência por meio deste link.

Quando do Dilúvio de al-Aqsa, houve aqueles mentirosos que disseram que o povo palestino tinha se voltado contra o Hamas por causa do genocídio que “Israel” estava perpetrando em Gaza. Contudo, antes mesmo de completar os 100 dias de conflito, uma pesquisa comprovou que não só isto era uma mentira, como o Hamas havia ficado ainda mais popular.

Passados seis meses do Dilúvio, “o naufrágio de ‘Israel’ segue em ritmo avançado”, conforme constatado neste Diário. Em nova pesquisa feita no início de abril, constatou-se que 44% dos palestinos da Cisjordânia apoiam o Hamas, enquanto este número era apenas de 12% em setembro. Já na faixa de Gaza, onde ocorre a maior parte do genocídio, o apoio ao partido varia entre 40% e 60%.

Deve ser ressaltado ainda que o Hamas e as organizações palestinas nunca estiveram sozinhas. Foram apoiadas pelo Eixo da Resistência. As ações do Hesbolá contra posições militares e os assentamentos ilegais no norte de “Israel” resultaram no deslocamento de mais de 100 mil colonos. Segundo afirma o analista militar Comandante Robinson Farinazzo, o norte de “Israel” tornou-se inabitável, pois o Hesbolá não cessará as ações militares contra a região. Situação esta que aprofundou ainda mais a crise interna não apenas do governo, mas da sociedade israelense como um todo.

No Mar Vermelho e no Golfo de Adém, o Iêmen, país que faz parte do Eixo da Resistência, continua seu bloqueio contra embarcações sionistas e imperialistas. E a coalizão de mais de 20 países liderada pelos EUA e criada ainda em 2023 não conseguiu impedir a ação revolucionária do Ansar Alá. Uma demonstração inequívoca da fraqueza do imperialismo e do fortalecimento dos países oprimidos. Se antes não era, a derrota do bloco imperialista ficou clara quando os EUA tentaram subornar o governo do Iêmen para encerrar o bloqueio, recebendo não como resposta dos revolucionários iemenitas.

Então, nos dias 13 e 14 de abril, o Irã realiza a Operação Promessa Cumprida, a primeira vez que um país muçulmano atingiu o território israelense em cinco décadas. Conforme já analisado neste Diário, a ação militar iraniana consolidou o país persa como um poder de dissuasão na região, retirando qualquer poder dissuasório que os EUA e “Israel” ainda possuíam no Oriente Próximo. Foi um fato político histórico, transcendental, pois o Irã se tornou uma força decisiva na política mundial. Podemos afirmar seguramente que foi o segundo acontecimento mais importante do século XXI, atrás apenas do próprio Dilúvio de al-Aqsa.

A Operação Promessa Cumprida veio na sequência de várias derrotas do imperialismo: expulsão dos EUA do Afeganistão em 2021 pelo Talibã; Operação Militar Especial russa, derrotando o imperialismo na Ucrânia; golpes militares nacionalistas na África; e o próprio Dilúvio de al-Aqsa. A cada uma dessas derrotas, a crise do imperialismo se acelerou. Agora, após 200 dias do Dilúvio, a ação militar do Irã vem para acelerar ainda mais o colapso de “Israel” e, consequentemente, do imperialismo. 

A luta armada na Palestina segue cada vez mais generalizada. Recentemente, o povo palestino, liderado pelas Brigadas al-Quds (Jiade Islâmica), repeliu a invasão das forças israelenses de ocupação ao Campo de Refugiados de Nour Shams, na cidade de Tulcarém. Os sionistas, como de praxe, atacaram os civis e promoveram uma enorme destruição. Mas não conseguiram nenhum objetivo militar. E, ante a destruição provocada, e também diante de bombardeios em Rafá e recente descoberta de covas coletivas na cidade de Khan Yunis, os palestinos deflagraram uma greve geral em Jerusalém e na Cisjordânia. Uma demonstração do avanço da Revolução Palestina e do fracasso do imperialismo e do sionismo em sua tentativa de contê-la em sangue.

A Operação “Promessa Cumprida” também derrubou o major-general Aharon Haliva, chefe da inteligência militar israelense. 

Além disso, no dia 20 de abril, o líder do birô político do Hamas, Ismail Hanié, foi recebido por Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia. Ao anunciar o encontro, o líder turco declarou: “o líder da causa palestina será meu convidado neste fim de semana”.

Em 26 de março, Hanié já havia estado no Irã, encontrado com o líder supremo do Conselho de Guardiães do Irã e Chefe de Estado do país persa, Ali Khamenei. Conforme consta em matéria publicada neste Diário, “os encontros oficiais com os chefes de Estado do Irã e da Turquia dão um passo a mais nesse sentido, legitimando Hanié como o verdadeiro líder do partido do governo palestino no exílio”.

Após 200 dias do Dilúvio de al-Aqsa, não só o Irã acabou com a ditadura de “Israel” no Oriente Próximo, mas o líder do Hamas caminha para ser legitimado como o líder do povo palestino em todo o mundo.

Finalmente, o imperialismo sucumbe cada vez mais perante a Revolução Palestina.

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