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Turquia

Hamas é o ‘líder da causa palestina’, diz Erdogan

No encontro, o presidente turco comunicou ao visitante que seu país está empregando todos os recursos diplomáticos para ressaltar a urgência de um cessar-fogo imediato

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, recebeu, no último sábado (20), o chefe do birô político do partido Movimento Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) e do governo exilado da Palestina, Ismail Hanié, em Istambul. O encontro fora antecipado pelo líder turco, que, ao anunciá-lo, declarou: “O líder da causa palestina será meu convidado neste fim de semana.”

No encontro, o presidente turco comunicou ao visitante que seu país está empregando todos os recursos diplomáticos para ressaltar a urgência de um cessar-fogo imediato, visando estabelecer um Estado palestino, descrito como “essencial para uma paz duradoura na região”, conforme divulgado em comunicado. Erdogan também descreveu o Hamas como um “movimento palestino de libertação nacional”:

“É crucial que os palestinos ajam com união neste processo. A resposta mais forte a Israel e o caminho para a vitória residem na união e na integridade”, disse Erdogan ainda sábado (20), ao término da reunião no Palácio de Dolmabahce, sede do governo turco, em Ancara (capital do país). A Turquia, que já enviou 45 mil toneladas de ajuda humanitária, restringiu severamente suas exportações para Israel como medida de retaliação pelos ataques em Gaza.

O líder turco disse ainda que “continuarei, enquanto Deus me der a vida, a defender a luta palestina e a ser a voz do povo palestino oprimido”. Por fim, Erdogan comparou a luta liderada pelo Hamas à luta pela independência do próprio país:

“O Hamas é exatamente o que as forças nacionais turcas eram na Turquia durante a Guerra da Independência [1919 a 1923, contra Inglaterra, França, Grécia e Itália]. Certamente, estamos cientes de que dizer isso tem um preço. Talvez não consigamos explicar parte do que fizemos, mas aqueles que duvidam de nossa sensibilidade em relação à Palestina sentirão vergonha mais cedo ou mais tarde e verão a extensão da injustiça que cometeram (contra nós).”

O encontro entre o chefe de Estado do país com o maior número de soldados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o líder do principal partido da Revolução Palestina tem uma importância enorme. Representa um golpe no esforço realizado pelo imperialismo para difamar a Revolução Palestina e, naturalmente, o seu principal partido, o Hamas.

O fato de o Hamas ser recebido no Palácio de Dolmabahce ajuda também a quebrar a rede de mentiras construídas pelo imperialismo contra o verdadeiro governo palestino, obrigado ao exílio devido às condições impostas pela ditadura invasora de “Israel”. Embora atualmente no Catar, a sorte deste governo não é diferente, por exemplo, do que aconteceu, na França, durante a invasão nazista e em diversos outros governos do gênero, como a Polônia também após a invasão do país pela Alemanha na Segunda Grande Guerra e o governo basco durante e ditadura de Franco, na Espanha.

O reconhecimento dado pela Turquia ao Hamas como a verdadeira autoridade política do povo palestino constitui um apoio ao movimento dos países árabes contra a ditadura de “Israel” e dos demais países atrasados contra o imperialismo. O presidente turco, no entanto, foi o segundo chefe de Estado a receber Hanié em caráter oficial. Atento a importância desta frente de luta contra a ditadura mundial, no dia 26 de março, o representante legítimo do povo palestino visitou Teerã, onde se encontrou com o líder supremo do Conselho de Guardiães do Irã, Ali Khamenei.

Poucos dias antes do encontro com Khamenei, o diplomata chinês Wang Kejian também se reuniu com o líder palestino no Catar, no dia 19 de março. Segundo o sítio oficial da chancelaria chinesa, o embaixador da China e o governo palestino “trocaram opiniões sobre o conflito em Gaza e outras questões”.

O líder palestino enfatizou na reunião “a necessidade de interromper rapidamente a agressão e os massacres”, para que os militares israelenses se retirem de Gaza e “alcancem as metas políticas e aspirações de estabelecer um Estado palestino independente”, de acordo com um comunicado emitido pelo governo do Hamas. O embaixador chinês no Catar, Cao Xiaolin, também esteve presente na reunião, segundo o comunicado. Hanié, por fim, “elogiou o papel desempenhado pela China no Conselho de Segurança, nas Nações Unidas e no Tribunal Internacional de Justiça”, concluiu a nota do partido governamental.

Embora também não seja uma reunião oficial com a presença de um chefe de Estado, o Hamas, Jiade Islâmica Palestina e a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) reuniram-se na Rússia, com a presença do vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov. Em Moscou, representantes da Síria e Líbano também participaram do evento, que, segundo o governo russo, fora convocado para reunir “todas as forças presentes” na região:

“Convidamos todos os representantes palestinos – todas as forças políticas que estão presentes em diferentes países da região, incluindo a Síria e o Líbano”, disse Bogdanov à rádio estatal Tass, acrescentando que “a maioria delas [as organizações participantes] é afiliada à Organização para a Libertação da Palestina, mas há também algumas organizações que ainda não se juntaram a ela – o Hamas e a Jiade Islâmica”, concluindo por fim que “nós as convidamos também”.

O Hamas recebeu a maioria no parlamento do país invadido, nas eleições de 2006 (as últimas ocorridas), conquistando mais 44% dos votos e com isso, 74 cadeiras das 132 do legislativo árabe. O fato de Rússia, China Irã e Turquia receberem os revolucionários palestinos já indiciaria o reconhecimento do Hamas e da Resistência Palestina como representantes legítimos do povo palestino.

Os encontros oficiais com os chefes de Estado do Irã e da Turquia dão um passo a mais nesse sentido, legitimando Hanié como o verdadeiro líder do partido do governo palestino no exílio.

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