O governo chavista de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, avança na luta contra o imperialismo. A Assembleia Nacional aprovou em primeiro turno um projeto de lei que determina a transparência para o funcionamento das chamadas ONGs, incluindo informações sobre o financiamento das mesmas, apelidado: Lei de Fiscalização, Atualização e Financiamento das Organizações Não Governamentais. O primeiro vice presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, deputado da Assembleia, deu uma série de declarações sobre o escarcéu feito pela direita e todos os capachos do imperialismo com o avanço da medida.
“Fizeram um escândalo pela apresentação do anteprojeto de lei que se realizou na segunda-feira passada perante a Assembleia Nacional sobre esta matéria, mas quem armou um escândalo? Pois aqueles que sabem que as ONGs vem sendo utilizadas por parte dos EUA como um mecanismo de financiamento de atividades para a subversão, desestabilização, perseguição contra os governos que não lhes são afins.”
Ainda, afirmou que as ONGs são “toda uma estrutura de conspiração […] do governo dos EUA e do imperialismo em geral.” E enfatizou que uma legislação regulando tais organizações “não pode esperar mais.”
Cabello denunciou ainda explicitamente o papel político desempenhado por parte das ONGs, se disfarçando sob o véu da assistência: “As ONGs são iniciativas sociais com fins humanitários, não é isso que fazem aqui. Provea não é uma ONG é uma organização política igual a Súmate. Agora, quem os financia? Isso é o que queremos saber e não é porque nós queiramos mas porque assim o exige a constituição.”
Diretamente, na sessão de terça-feira, o chavista denunciou que 62 ONGs se dedicam à atividade política, financiadas de fora do país, mas na sessão seguinte a coisa ainda se desenvolveu: “Disse que ao menos 62. Hoje (quarta-feira)H, me passaram outra lista, me passaram a lista de ‘Juanito Alimaña’ (Juan Guaidó) que lhes deu dinheiro.”
O parlamentar ainda pediu às ONGs “que verdadeiramente cumprem as funções humanitárias” não cair no que descreveu como “uma campanha dirigida a desinformar.”
“Aqui não vamos eliminar as ONGs, não, nós vamos é regular para que todas cumpram com a verdadeira função que tem e aos que andam por aí gritando os digo; acabou a anarquia e a desordem.”
Cerco e infiltração imperialista
Diosdado Cabello também relembrou a regulação da imprensa pelo chavismo, citando o Reino Unido e declarando que os meios de comunicação chamados independentes recebiam dinheiro daquele país.
“O Reino Unido disse que havia dado milhões a meios de comunicação, saíram retratados meios chamados pelo senhor [Elliot] Abrams como imprensa livre. É toda uma estrutura de conspiração contra os governos que não são alinhados ao imperialismo.” Elliot Abrams foi o Representante Especial dos EUA para a Venezuela de 2019 a 2021.
A atuação das ONGs no golpismo data desde o início dos governos de esquerda naquele país, com Hugo Chávez a partir de 1999. Nos anos de 2003 e 2004, a Súmate, hoje o partido Vente Venezuela, esteve à frente de um processo para a derrubada do governo que veio a ser conhecido como Lista Tascón. Se tratou de um referendo revogatório com a intenção de derrubar o presidente Chávez, publicada na internet, a ONG foi a responsável pela coleta das assinaturas, que não passou pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), apenas chegando a ele após pronta. A lista foi publicamente divulgada pelo CNE para motivo de averiguação dos cidadãos, caso seus nomes tivessem sido anexados contra sua vontade. O caso abriu uma crise política no país, mas não teve sucesso, e o referendo foi derrotado.
De lá para cá, o imperialismo coordena a oposição venezuelana utilizando de ONGs para parte de sua atuação em todos os planos e com destaque para a propaganda sobre os chamados direitos humanos, demagogia do imperialismo para atacar os governos de países atrasados que não se submetem. Todo tipo de operação é organizada na Venezuela em busca da desestabilização do governo, por exemplo: no mês de agosto do ano passado, a vice presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, denunciou como provocado o incêndio que atingiu um armazém de equipamentos médicos do Instituto de Seguridade Social em Antímano, e acusou a direita de sabotagem; em setembro do mesmo ano, foi denunciada a sabotagem da usina termoelétrica Josefa Camejo, onde dois indivíduos queimados pela explosão que causaram foram encontrados, três turbinas da usina tiveram que ser desativadas, deixando a península de Paraguaná, no estado Falcón, temporariamente sem energia elétrica.
A atuação do imperialismo se justifica também sob as acusações de violação de direitos humanos para impor suas sanções. Nesse sentido, as ONGs desempenham papel central no sufocamento do povo da Venezuela. Ainda assim, o governo Chávez e, hoje, o governo Nicolás Maduro, resiste bravamente e enfrenta a sabotagem, as sanções, tentativas de invasão, de assassinato e tudo o mais. A mesma medida contra as organizações imperialistas deve ser adotada no Brasil, para defender o governo Lula da pressão que se transforma em ameaça golpista. Fora o imperialismo da América Latina!
