Em seu perfil no Twitter, o youtuber Felipe Neto, sem motivo muito explícito, resolveu citar o Partido da Causa Operária:
“Por que que eu vou criticar o PCO? O movimento de extrema-esquerda é absolutamente minúsculo e insignificante no Brasil”.
O tuíte é uma resposta a um seguidor do youtuber, que pediu a sua opinião em uma discussão sobre os ataques da extrema-direita aos LGBTs. Disse o internauta: “Felipe, uma pergunta: e a extrema-esquerda? Critica os dois também. Não é uma pergunta ofensiva, só queria que você falasse também”.
Podemos inferir, portanto, que o PCO estaria sendo comparado à extrema-direita nos ataques à população LGBT. Embora não tenha sido mencionado qual seria o “ataque”, o provável é que seja parte de uma calúnia bastante conhecida contra o PCO: a de que o Partido seria de extrema-direita por não fazer demagogia com os LGBTs.
O fato é que o PCO é o maior defensor dos oprimidos no Brasil, uma vez que é o Partido que nunca abaixa a cabeça para a extrema-direita. O que o Partido não faz, contudo, é defender a política reacionária do identitarismo, uma política da burguesia que se baseia numa defesa falsa dos oprimidos para defender os interesses do imperialismo. Quando os caluniadores falam que o PCO é “homofóbico”, está, na verdade, se entregando como um defensor da política do imperialismo.
Felipe Neto diz que não quer criticar o PCO, mas já criticou, ao falar que é minúsculo e insignificante.
O que ele não se dá conta, contudo, é que o PCO, junto com este Diário, esteve no último final de semana (10 e 11) ajudando a organizar a III Conferência Nacional dos Comitês de Luta, uma atividade com centenas de militantes e ativistas de todo o Brasil e de dezenas de movimentos.
O Partido “insignificante” estava no evento ao lado de figuras que você também deve considerar irrelevantes, como o cônsul de Cuba, Pedro Monzón, o ex-senador Roberto Requião, do PT, e Paulo Cayres, metalúrgico e secretário sindical nacional do PT.
Se o que você considera “extrema-esquerda” é defender os direitos dos trabalhadores e denunciar os crimes do imperialismo, ao qual o senhor é bastante ligado, então podemos dizer que a Conferência foi um evento de “extrema-esquerda”. E não foi nada insignificante: foi o mais importante passo dado para mobilizar os trabalhadores contra a direita que sabota o governo Lula e o conjunto da população.
Na Conferência, várias pessoas “minúsculas” falaram coisas insignificantes do movimento do qual o PCO faz parte – isto é, dos comitês de luta:
– Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, com 4 milhões de professores na base: “evento fantástico”, “muito importante essa atividade para a gente mobilizar os comitês populares de luta”
– Paulo Cayres, metalúrgico (não youtuber): “nada mais importante do que essa Conferência dos comitês de luta”
– Roberto Requião: “este tipo de evento, para mim, é fundamental”.
Nós entendemos Felipe Neto. Organizar uma conferência de luta não é significante para quem está doidinho atrás de um cargo ou para quem quer passar a vida sendo paparicado pela Rede Globo. Se esse é seu objetivo, está no caminho certo ao atacar o governo Lula por receber Nicolás Maduro. Mas que fique longe do movimento dos trabalhadores.