Antes que me acusem de incentivo ao alcoolismo, já que ultimamente tem-se que tomar cuidado com qualquer coisa que se diga, o título é uma ironia com a campanha ridícula que as ONGs têm feito para que Lula escolha uma “mulher negra no STF”.
Gregório Duvivier, apresentador da emissora norte-americana HBO deu largada para que a campanha ganhasse corpo. Ele chamou Lula a “tomar um cafezinho com elas [as três mulheres negras que ele acha que devem estar entre as escolhidas]”. A promotora do tal cafezinho é a ONG Movimento Mulheres Negras Decidem. Não é preciso muito trabalho para, puxando o fio, chegar na origem do financiamento desse movimento: a Open Society Foundations, do bilionário George Soros.
Uma campanha cuja origem é o imperialismo, especialmente o norte-americano, o que está óbvio mesmo se não soubéssemos do financiamento da Open Society e outras organizações imperialistas. Nenhum movimento popular real teria condições de colocar outdoors em inglês em Nova Deli, na Índia, ou passar vídeo na Times Square, em Nova Iorque.
Além de tentar pressionar Lula a colocar uma pessoa da confiança do imperialismo, o objetivo é queimar Lula diante de uma classe média meio esquerdista que leva a sério e acredita que o identitarismo e o ambientalismo são pautas realmente de esquerda.
Estas, pelo contrário, são pautas da direita, do imperialismo. Elas não têm nada a ver com um movimento real de luta.
Mas já que a preocupação é que Lula tome medidas progressistas, vamos direto ao ponto. Esqueçamos a briga por um cargo no STF, esqueçamos a política de censura das redes sociais, vamos deixar de lado o fortalecimento da polícia e do judiciário golpistas e repressivos.
Lula precisa de uma política realmente popular. Lula precisa aumentar o salário mínimo de verdade.
Lula precisa acabar com as privatizações. Reestatizar a Eletrobrás, tornar a Petrobrás 100% estatal.
Lula precisa dar aumento salarial para os operários dos Correios, da Petrobrás e dos trabalhadores das demais estatais e servidores de modo geral.
Em suma, Lula precisa defender os interesses do povo. Do povo real, não do povo inventado pelos identitários e o imperialismo. Daquele peão que está na fábrica, no telemarketing, no ônibus, no trem, na construção. Aquela peãozada do mundo real, homens e mulheres que votaram em Lula e também os que não votaram.
Esse povo trabalhador, que os identitários que fingem se preocupar com a mulher negra têm nojo, é o que move o país.
Por isso, Lula, ignore o apelo para tomar o cafezinho com três juízas madames que o imperialismo que dar um cargo no STF.
Lula, se for para usar seu tempo para algo útil, tome uma cachaça com a peãozada para ouvir deles quais são seus interesses.
