Artigo publicado no sítio Sumaúma, sob título “A ‘governabilidade’ tem as mãos sujas de sangue”, tenta coagir as pessoas a partir do medo, do fim iminente da Terra, do Apocalipse; e mente sobre a conivência governamental da ‘reforma’ dos ministérios e sobre a votação do Marco Temporal no Congresso.
Todo mundo está vendo que Lula trava uma queda de braços com o Congresso, notadamente na figura de Arthur Lira. A reforma nos ministérios é uma clara ingerência do Legislativo sobre o Executivo, que sequer pode formar seus ministérios, vivemos uma espécie de parlamentarismo de ocasião. Por isso, é falso afirmar que “assistimos a tudo isso acontecer com o aval do presidente”. A própria imprensa burguesa, como a CNN, reconhece que “Lula resiste à reforma ministerial”, o que é uma leitura óbvia dos fatos, pois isso tira parte significativa de seu poder presidencial.
Para fechar o parágrafo em seu tom ‘trágico’, a autora do texto, Erica Saboya, diz que “Não é Lula que “foi emparedado pelo Congresso”. Somos nós e todos os outros”. Como assim? O governo mal consegue governar, aprovar praticamente nada, e não está emparedado? Esse tipo de atitude nós já presenciamos inúmeras vezes, em todas a esquerda estava se bandeando para o lado dos golpistas. É o mesmo roteiro utilizado contra Dilma Rousseff, por isso precisamos denunciar.
Alarmismo barato
O texto diz que há uma ‘desgraça’ em curso, estamos perto da “última chance de impedir que a floresta amazônica chegue ao ponto de não retorno”. Mas temos de lembrar que a Amazônia Legal ocupa praticamente 60% do território brasileiro, vivem ali cerca de 13% da nossa população, que precisa de eletricidade, escolas, hospitais etc. A região tem que se desenvolver, claro que com o menor impacto possível, mas qualquer atividade humana produz algum tipo de impacto. O que não podemos é abandonar milhões de pessoas no escuro.
Em outra parte do texto temos a velha ladainha: “As pessoas ainda não entenderam que os dias para barrar o aquecimento global estão contados”. O ‘aquecimento global’ é uma invenção. Não existem dados suficientes sobre isso, ou melhor, não existem dados confiáveis. Há muito cientistas – devidamente silenciados – apontam que os oceanos, especialmente o Pacífico, estão resfriando, e são eles que regulam a temperatura do planeta.
Houve, por décadas, inúmeras promessas de que as geleiras iriam derreter, continentes inteiros vivariam desertos, que as marés subiriam até engolir as principais cidades do mundo e, até agora, nada. Hoje, cada vez menos se fala em aquecimento global, sorrateiramente mudaram o nome para “mudanças climáticas”, mas qualquer geólogo sabe que a Terra já passou por dezenas de milhares de mudanças climáticas.
Mais ataques à esquerda e aos ‘homens’
É curioso que o artigo desfira vários golpes contra o governo, como aqui: “Ora, dizem os petistas e parlamentares da base aliada, “não tinha alternativa, é a governabilidade”. Quem não tem alternativa somos nós(…)”. Ou “Não, não nos venham falar em “governabilidade”. A governabilidade já avalizou horrores demais no Brasil em anos recentes. A governabilidade tem sangue nas mãos. Alegar governabilidade não vai salvar ninguém da extinção”.
É preciso falar em governabilidade, pois a questão ambiental é uma questão política, não vivemos em uma comunidade hippie. Se um governo não tem maioria no Congresso, vai ter de negociar, a menos que conte com outra alternativa. Nós, por exemplo, defendemos que o governo Lula se apoie na classe trabalhadora para pressionar por reformas sociais.
Como não poderia faltar em um texto identitário, temos que o seguinte trecho sobre o Congresso “É importante, porém, lembrar que eles – a maioria são homens”. Longe de nós querer defender esses deputados, no entanto, precisamos lembrar que se determinados homens desempenham um papel negativo na política, não podemos nos esquecer de figuras como Margaret Thatcher, Hillary Clinton, Kamala Harris; as duas ministras do nosso STF que votaram pela prisão de pessoas inocentes. Enfim, gênero, para o que está em questão, não significa absolutamente nada.
O imperialismo e a catástrofe
Essa política ambientalista que impõe uma catástrofe, caso a Amazônia não seja preservada, não passa de uma política do imperialismo que não quer que o Brasil, ou qualquer outro país atrasado, se desenvolva.
De repente, o destino do Planeta depende da Amazônia, o que é uma farsa. Os países ricos se estivessem preocupados o clima deveriam se empenhar em restaurar suas próprias matas. Por que não fazem? Eles não querem parar sua industrialização, querem aumentá-la, e em troca quer nos “pagar” em créditos de carbono.
Em outras palavras, querem que nos limitemos a vender commodities, que são baratas, e que compremos produtos que eles industrializam e que têm maior valor agregado. Conclusão: ficam a cada dia mais ricos e nós mais pobres.
Enquanto o imperialismo financia ambientalistas, ONGs e até ministras do Meio Ambiente para barrar nossa exploração de petróleo na Margem Equatorial, suas multinacionais estão ali do lado perfurando poços e mais poços.
Para negociar com o Mercosul, a União Europeia não queria comprar carne de áreas que tivessem sido desmatadas, porém, países como a Alemanha estão transformando florestas milenares em carvão e assim movimentar termelétricas. Não se vê ecologistas chorando sangue por conta disso, o problema se concentra na Amazônia.
Os países desenvolvidos, de forma irresponsável, não pensam duas vezes em destruir a natureza. No entanto, para certos ‘ambientalistas’, o peso do futuro da humanidade deve ser jogado sobre nossas costas.