Os chanceleres do Brasil e da Rússia, respectivamente Mauro Vieira e Sergey Lavrov, se reúniram nesta quarta-feira (1) em Nova Deli para discutir, entre outros assuntos, a operação militar russa na Ucrânia.
Os diplomatas se cumprimentaram calorosamente antes de iniciar a reunião às margens da reunião de ministros das Relações Exteriores do G20. Segundo a Folha de S. Paulo, Lavrov confirmou entender a posição brasileira sobre o conflito, reforçada no voto a favor da resolução da ONU que pede a retirada integral das tropas russas de Moscou e busca criar condições para negociações de paz. Ao mesmo tempo, o Brasil é contra as sanções anti-Rússia e tem criticado o isolamento de Moscou.
O assessor-chefe do presidente Lula, Celso Amorim, já havia declarado, em entrevista à TV 247, que a diplomacia russa entedia perfeitamente a complexidade do voto do Brasil na ONU e que Moscou não “cancelaria” Brasília.
A disposição de Vieira em reunir-se com Lavrov contrasta com o cancelamento da Rússia promovido por autoridades europeias e dos Estados Unidos. A União Europeia não apoiará uma declaração conjunta na reunião dos chanceleres do G20 se esta não contiver “condenação da guerra” na Ucrânia.
Em 25 de fevereiro, os ministros das finanças do G20 e os governadores dos bancos centrais adotaram um documento resumido sobre sua reunião sem condenar a operação militar especial da Rússia na Ucrânia devido a objeções de Pequim e Moscou.
As discussões sobre um comunicado final na reunião ministerial do G20 ainda estão em andamento em meio a relatos de que os ministros das Relações Exteriores não chegaram a um acordo sobre a declaração conjunta, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, nesta quarta-feira (1).