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Kogos, o "desromantizado"

Resposta a um farsante reacionário

Paulo Kogos tenta provar que PCO não defende os direitos do povo e acaba se traindo, mostrando o contrário, que é ele que não defende de verdade

Paulo Kogos é um direitista extravagante que tem alguma audiência na internet mais pelo seu jeito histérico do que por suas ideias que, aliás, chegam perto de zero. Mas isso não é nenhuma novidade.

No último dia 14 de março, Kogos fez um vídeo ao vivo no YouTube chamado “Parem de romantizar o PCO”. Pelo título, uma advertência, um conselho, um pedido desesperado, para que sua audiência, cuja esmagadora maioria se diz de direita, não dê ouvidos ao PCO.

A tese fundamental do vídeo é a de que mesmo que se concorde com o PCO não se deveria concordar com o PCO. É estranho, mas é esse o objetivo de Kogos. Vejamos, um por um, seus argumentos.

As pessoas não deveriam dar ouvidos ao PCO porque é um partido comunista que “defende a abolição da propriedade privada que resultou na morte de 200 milhões de pessoas”.

O PCO e os comunistas não só defendem a abolição da propriedade privada, como a expropriação dos capitalistas. Mas o que isso tem a ver com a morte de 200 milhões de pessoas? Mais ainda, de onde Kogos tirou esse científico número? São os exageros e falsificações da direita.

Aqui, é preciso explicar uma coisa a Kogos. Esse número de 200 milhões atribuído ao “comunismo” de maneira geral é não só uma uma falsificação numérica mas uma falsificação histórico. Se houve mortes, assassinatos, repressão, e de fato houve, elas ocorreram durante o regime stalinista. O PCO, como uma organização trotskista, não só não tem ligação nenhuma com essas mortes, como faz parte dos revolucionários que lutaram contra a burocracia stalinista e foram inclusive perseguidos. Os trotskistas e revolucionários russos foram os primeiros a sofrerem com a repressão stalinista.

A coisa é tão insana que Kogos equipara o comunismo ao nazismo. Para direitistas, essa comparação sem pé nem cabeça é normal, afinal, eles ignoram inclusive o óbvio: que o nazismo perseguiu, torturou e assassinou implacavelmente os comunistas e socialistas. Mas o mais interessante é quando Kogos, num acesso de histeria, diz que o “comunismo é até pior do que o nazismo”. Aqui ele se revela.

Voltemos à propriedade privada. Por que Kogos relaciona a abolição da propriedade com o assassinato? Não há nenhuma relação direta, nem Kogos tenta explicar nada disso: é porque é. Talvez ele não faça a menor ideia do que o comunismo diz sobre a propriedade privada, assim como não tem a menor ideia de nada do que diz.

Kogos quer se apresentar, e aí o medo do PCO e as falsificações históricas, como um guru de uma direita que tenta se colocar como democrática, como defensora das liberdades democráticas. Mas Kogos falha miseravelmente nesse objetivo. Na tentativa de dizer que o PCO não defende aquilo que diz defender, Kogos revela que é ele o farsante.

Isso fica bem claro em dois pontos do programa do PCO. O primeiro é sobre o armamento. Kogos afirma que ele defende o armamento e o PCO não, pois o PCO “defende que bandidos estatais dominem a população”. O que exatamente ele quer dizer com isso, fica difícil de explicar, mas vamos tentar.

Para nós, “bandidos estatais” pode ser a polícia. O PCO não é a favor da existência da polícia, portanto, o PCO defende o armamento do povo, não de “bandidos estatais”. Um pouco mais adiante, Kogos afirma que ele não gosta da polícia; porém, diferente do PCO, não defende o fim da polícia. Bom, se é assim, sentimos muito em dizer que Kogos quer basicamente deixar os “bandidos estatais” armados.

Depois de alguns espasmos de histeria, Kogos continua e diz que “o PCO defende armar bandidos, (…) o PCO defende o armamento do cidadão ‘de mal’, enquanto ele [Kogos] defende o armamento do cidadão ‘de bem'”. Nessa frase, Kogos se traiu e revelou exatamente o oposto do que ele tentou prova.

Kogos tentou provar que ele é quem realmente defende o direito ao armamento e o PCO não. Mas se ele, Kogos, defende apenas o armamento do que ele, Kogos, considera ser o “cidadão de bem”, então é um farsante. Não defende o armamento como um direito de todo o povo, mas apenas armar aqueles que são seus amigos. Já o PCO, em cujo programa político a questão do armamento está presente há 40 anos, defende o armamento para toda a população, não apenas para a esquerda, mas como um direito universal. E mais, o PCO não quer que o armamento seja monopólio da polícia, ou seja, do Estado.

Kogos não defende o armamento. A última cartada sua é inventar a história de que Lênin desarmou o povo. Essa é mais uma invenção de Kogos que, ou não sabe nada de história e política, ou é um mal-intencionado, provavelmente as duas coisas.

Lênin defendia o armamento do povo, assim como Trótski e todos os marxistas revolucionários.

Mas essa é só uma das falsificações de Kogos. Já vimos a cifra absurda dos 200 milhões de mortos. Ele também falsifica a história do PCO, dizendo que o partido fez parte, nos anos 80, da Convergência Socialista. Para quem não sabe, esse é o nome que o PSTU atual tinha quando era uma corrente interna do PT. Qualquer um que conheça um pouco a história do movimento de esquerda no Brasil e as relações super conturbadas entre PCO e PSTU deveria saber que as duas organizações nunca foram a mesma.

A outra via de Kogos para tentar mostrar-se mais radical que o PCO, no quesito liberdades democráticas, é a defesa da liberdade de expressão. E mais uma vez, Kogos mostra o oposto do que tenta provar.

Ao falar que o PCO defende a liberdade de expressão, Kogos afirma histericamente: “Explodam! Queimem! Eu não ligo para o que eles falam, comunista para mim não é gente, já falei que tem que desumanizar comunista”.

Para o PCO, Kogos pode falar o que quiser, até essa montanha de estrume que ele fala em seus vídeos, justamente porque o PCO defende a liberdade de expressão para todos, inclusive para os seus inimigos. Mas pelo que diz Kogos, sua concepção de “liberdade de expressão” só serve para os amigos. Se for um comunista, como ele diz, ele defende “desumanizar”, o que em última instância poderia ser levado até o ponto de impedir que um comunista fale. Ou seja, Kogos não é favor da liberdade expressão ilimitada como é o PCO.

Mais uma vez, para confundir a sua posição, inventa livremente coisas sobre a posição de Lênin. Afirma que Marx e Lênin eram ditadores que defendiam a liberdade de imprensa. Gostaríamos de perguntar a Kogos qual governo Marx liderou para poder ser ditador. Tirando o absurdo dessa ideia, para Kogos, os marxistas seriam farsantes porque falam que defendem, mas não defendem de verdade. Tudo bem que não devemos acreditar em tudo o que se diz, mas fato é que os marxistas defenderam do começo ao fim essa liberdade, isso é fato. Diferente do que diz Kogos.

Para “embasar” sua tese, o youtuber direitista afirma que Lênin era contra a imprensa burguesa a serviço do autoritarismo e que isso seria a censura. Diferente do que acha Kogos, essa ideia de Lênin é a mais democrática possível. Ele defende que cada cidadão tenha o direito de se expressar e que o poder do dinheiro não seja determinante para a imprensa. Muito diferente, por exemplo, do que acontece no Brasil, onde poucas famílias detêm a esmagadora maioria dos meios de comunicação.

Kogos processou o PCO porque em um artigo no Diário Causa Operária ele foi comparado a Boulos. Onde está a sua defesa da liberdade de expressão, seu Kogos? Está provado que, para ele, os direitos são só válidos se são para os seus amigos. Nesse sentido, Kogos se parece mesmo com a esquerda pequeno-burguesa, da qual Guilherme Boulos é representante, que quer censurar todo mundo que pensa diferente ou que falar qualquer coisa que o desagrade. Será que ele vai nos processar de novo?

A última grande tacada de Kogos é dizer, citando Olavo de Carvalho, que “não existe nacionalismo de esquerda”. Segundo ele, como os comunistas são internacionalistas, o nacionalismo do PCO seria falso. Com certeza, Kogos não sabe sequer o que é o internacionalismo, mas ele também não sabe o que é nacionalismo. Será que Kogos é nacionalista mesmo? Ele é a favor da entrega criminosa das empresas estatais aos capitalistas estrangeiros? Sim. Ele é a favor da nacionalização do petróleo? Não. Bom, parece que quem não é nacionalista mesmo é Kogos. O PCO, pelo contrário, é internacionalista porque acredita que os trabalhadores do mundo todo devem se unificar para acabar com a exploração mundial, mas esse internacionalismo do PCO passa por defender as riquezas do Brasil e do povo brasileiro.

Parece que Kogos mais uma vez se dá mal na sua tentativa de representar os democratas. Ele quer ser o representante legítimo de uma direita que se agrupa em torno de questões democráticas. Precisamos dizer para essas pessoas que, como prova Kogos, a direita não é a verdadeira defensora desses direitos. Kogos é um farsante como representante dessa política.

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