No último dia 28 de fevereiro, tomou posse, no prédio da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), localizado no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, o sindicalista João Luíz Fukunaga, funcionário do Banco do Brasil, diretor do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e, também, Coordenador Nacional da Comissão de Negociação dos Funcionários do BB.
Sempre é bom esclarecer, que há um gigantesco interesse, por parte dos banqueiros nacionais e internacionais, em colocar as mãos nos fundos de pensão das empresas estatais brasileiras, que constituem um patrimônio em torno de R$ 1,2 trilhão, e que sempre foram alvos da cobiça dos especuladores financeiros.
Para se ter uma ideia do que efetivamente se tentou fazer, no ex-governo do golpista Bolsonaro, através do transloucado ex-Ministro da Economia, Paulo Guedes, quando este preparou uma Medida Provisória (MP) para o setor de fundos de pensão do País, com objetivo de criar uma superagência para regular as atividades do setor, tanto de fundos privados quanto estatais. A medida tinha como finalidade colocar nas mãos dos banqueiros e dos especuladores do mercado financeiro os gigantescos recursos dos fundos de pensão das empresas estatais do País e administrar os recursos capitalizados que hoje estão na Previdência Social que, seria o próximo passo que os golpistas preparavam após a aprovação da “reforma” da Previdência no Congresso Nacional.
Paulo Guedes nada mais é que um dos maiores agentes especuladores do mercado financeiro nacional e alvo de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) por gestão fraudulenta, temerária e recebimento de vantagens indevidas em fundos de pensão de empresas estatais.
Inclusive, a direita golpista tentou, naquele período, através das suas instituições: imprensa, justiça, Polícia Federal, Congresso Nacional, imputar o “mau” gerenciamento dos fundos ao PT, aos governos do PT e a CUT, sendo que, segundo o Fórum Independente em Defesa dos Fundos de Pensão, destacava que a elevada participação dos fundos das empresas estatais em investimentos de alto risco, foi estabelecido nos governos da direita imperialista e de partidos, pais do fascista Bolsonaro, como o PSDB, na famigerada era do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), onde houve uma maior intensificação do uso dos recursos dos fundos das estatais em investimentos de sustentação dos negócios capitalistas em crise, e das negociatas, como nos casos das privatizações de empresas estatais, naquela época.
A indicação de um sindicalista, à frente de um dos maiores fundos de pensões na América Latina, que está ligado às lutas dos trabalhadores é de extrema importância, mas não podemos ter a ilusão que somente essa indicação irá conter as investidas dos banqueiros e especuladores financeiros nacionais e internacionais, que tentam a todo custo meter as suas mãos no patrimônio dos trabalhadores e, nesse sentido, as entidades de luta da classe trabalhadora não pode ficar de fora apenas observando e sim agir através das mobilizações, nas ruas, nas campanhas salariais, através da unidade com os demais trabalhadores das estatais, etc. contra a política da direita reacionária que, em nome de uma “suposta” moralização dos fundos, estão querendo aprofundar a roubalheira dos recursos dos trabalhadores.