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Apoio de mentirinha

Quem “não tolera o Hamas” apenas finge que apoia a Palestina

O imperialismo impôs um veto proibindo apoiar o Hamas

Uma corrente interna do PSOL, chamada Esquerda Marxista, parece estar bastante imbuída de justificar seu malabarismo político em dizer que a apoia a luta palestina mas ao mesmo tempo não apoia o Hamas.

Essa parece ser a tarefa central de quase toda a esquerda pequeno-burguesa, diante do veto imposto pela propaganda imperialista contra o Hamas.

Em artigo intitulado “Abaixo a hipocrisia! Defendam Gaza! – Declaração da CMI”*, publicado em 13/10, o grupo gastas dezenas de parágrafos para demostrar seu apoio à Palestina. Porém, quando o assunto e Hamas, a coisa muda de figura:

“Nossos inimigos dirão: então vocês apoiam o Hamas. A esta acusação responderemos: nunca apoiamos o Hamas. Não partilhamos a sua ideologia nem toleramos os métodos que utiliza.”

A primeira pergunta que se deve fazer diante de tal afirmação é a seguinte: se não apoia o Hamas, quem eles apoiam? O dogmatismo na política da esquerda é uma fábrica de confusão, mas nesse caso é também uma cobertura para uma política capituladora e direitista.

O Hamas é o principal grupo de resistência nesse momento na Palestina. Ele está coligado com outros grupos que estão lutando contra o Estado de Israel.

Se realmente apoiamos a luta do povo palestino, temos a obrigação de apoiar os grupos que estão ali lutando. Para isso, não é necessário, nem mesmo possível, exigir que esses grupos tenham a mesma ideologia que nós.

Se a Esquerda Marxista existisse em Gaza nesse momento ela iria rejeitar qualquer frente ou aliança prática com o Hamas e os grupos que lá estão para lutar sozinha. Afinal, a Esquerda Marxista sequer “tolera os métodos do Hamas”. Ainda bem que a Esquerda Marxista não está na Palestina e apenas se limita a escrever bobagens na internet.

Quem não está na luta real pode falar qualquer coisa.

“Somos comunistas e temos as nossas próprias ideias, programas e métodos, baseados na luta de classes entre ricos e pobres, opressores e oprimidos. É isto que determina a nossa atitude em cada caso.”

A Esquerda Marxista fala em luta de classes, mas parece que não tem ideia do que isso significa na prática. Se se baseasse na luta de classes real, a Esquerda Marxista não ficaria em considerações abstratas sobre o programa do Hamas, mas declararia seu apoio incondicional à luta do povo palestino em todas as suas expressões.

* Corrente Marxista Internacional, grupo do qual a Esquerda Marxista é membro

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