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Entregar para o imperialismo?

PSTU responsabiliza trabalhadores pela tragédia Ianomâmi

A situação de extrema miséria vivida pelo povo Ianomâmi não será superada através da política de entrega das riquezas ao imperialismo

Uma questão presente na conjuntura nacional – e que tem sido objeto de muita confusão e incompreensão – diz respeito à problemática envolvendo os indígenas da etnia Ianomâmi.

Aqui trataremos de esclarecer alguns pontos que julgamos pertinentes para jogar no debate. 

A quase unanimidade das opiniões que se formam a respeito da situação de penúria e miséria vivida pelos indígenas ianomâmis buscam responsabilizar a atividade do garimpo nas terras pertencentes à etnia como sendo a fonte de todos os males. Seriam os garimpeiros, portanto, os responsáveis pela poluição e contaminação dos rios, assim como pela disseminação de doenças entre os indígenas. Isso, no entanto, está longe de corresponder à realidade.

A atividade do garimpo nessas terras é realizada por garimpeiros que em sua maioria exploram o minério de forma artesanal, ou seja, são trabalhadores pobres que foram empurrados para essa atividade em função da inexistência de outro meio de sobrevivência em seus locais de origem. Dessa forma, compõem – juntamente com outros segmentos de trabalhadores igualmente explorados – a massa de deserdados que buscam tão somente sobreviver. Nesse sentido, não podem ser responsabilizados pelas mazelas que atingem as comunidades indígenas da região. Muitos ou a totalidade trabalham em condições absolutamente precárias, submetidos aos piores tratamentos, comparáveis à situação de semi-escravidão.  

Um desses setores da esquerda nacional que busca responsabilizar a atividade do garimpo artesanal exercida por trabalhadores é o PSTU. Em matéria publicada no sítio do partido na internet, datada de 02 de fevereiro, intitulada  “Derrotar o genocídio dos Yanomami, sem anistiar os culpados”, os morenistas não tecem uma só palavra sobre a principal causa determinante da situação de miséria dos ianomâmis, limitando-se a criticar a atividade mineradora na região. Trata-se de uma crítica superficial e rasa, pois não entra na problemática principal, qual seja, a ausência de atividade produtiva nas imensas terras demarcadas que pertencem à etnia. Não basta expulsar os garimpeiros e tomar medidas para que a atividade ilegal não volte a ocorrer. Essas medidas são, inclusive, muito limitadas para coibir a atividade de extração de minérios nas terras Ianomâmis. 

A questão central diz respeito à garantia de alguma forma de sobrevivência própria dessas comunidades, que passa, necessariamente, por dotar os indígenas de condições para o desenvolvimento de atividade econômica para a própria subsistência. Não é razoável e menos ainda racional que diante da imensidão de terras pertencentes à etnia o povo Ianomâmi permaneça em condições de vida tão precárias, sendo que há enormes riquezas em suas terras que poderiam ser exploradas sem nenhum prejuízo para a cultura e o modo de vida, hábitos e costumes do povo Ianomâmi. 

Outra questão relevante diz respeito ao posicionamento das chamadas lideranças que buscam falar em nome das comunidades indígenas. Muitas delas advogam em favor dos interesses estrangeiros, deixando a entender que o Estado brasileiro é incapaz de cuidar e proteger os indígenas. Nada mais estão fazendo do que convocar o imperialismo internacional (europeu e norte-americano) para assumir o controle dos territórios onde vivem os indígenas. O drama dos Ianomâmis, portanto, se tornou um aríete para a defesa de posições abertamente pró-imperialistas.

A luta em defesa da sobrevivência dessas comunidades, assim como a preservação dos aspectos essenciais que dizem respeito à sua cultura e modo de vida, não passa pelas soluções que vêm sendo apontadas pelos diversos segmentos que lidam com a problemática indígena no país, incluindo as ONG’s e os países europeus que se apresentam como “preocupados com a defesa da causa dos povos da floresta”. Isso não passa de demagogia, pois o verdadeiro interesse não é preservar, mas explorar, pilhar as riquezas nacionais existentes nesses territórios.

Portanto, está mais viva do que nunca a palavra de ordem que deve guiar a luta dos povos indígenas em defesa das suas terras, da sua cultura, dos seus hábitos e costumes: FORA O IMPERIALISMO DA AMAZÔNIA! NÃO À ENTREGA DAS RIQUEZAS NACIONAIS EM MÃOS ESTRANGEIRAS!!! 

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