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Flávio Dino e Paulo Gonet

PSTU: ministro golpista tudo bem, desde que seja mulher negra!

Agremiação morenista considera que indicar alguém pela cor da pele seria uma "questão democrática"

Em seu escatológico artigo “Lula não nomeia ministra negra, mas instrumentaliza o movimento negro para aumentar o tom de voz da burguesia branca”, assinado por Hertz Dias, o jornal Opinião Socialista, editado pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) esperneia porque o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não indicou uma “mulher negra” para as vagas então abertas no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-geral da República (PGR). Segundo o autor, “sanomeação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ultrarreacionário Paulo Gonet para a Procuradoria Geral da República (PGR), em meio à campanha do movimento negro pela nomeação de uma ministra negra para o STF, é inominável”.

O primeiro argumento que o PSTU apresenta é o de que “Lula contrariou a maioria da população brasileira que, de acordo com pesquisa divulgada pelo ‘Coalização Negras por Direitos’, eram favoráveis à nomeação de uma ministra negra”. A tal pesquisa, no entanto, ninguém sabe direito do que se trata. Sua única referência é um artigo publicado na Folha de S.Paulo, o mesmo jornal golpista que falsifica pesquisas pelo Instituto DataFolha, em artigo intitulado “Indicação para STF afetaria popularidade de Lula?”. O artigo, por sua vez, apenas informa que a pesquisa foi feita pela Coalizão Negra por Direitos e que “a média de apoio à nomeação de uma mulher negra por Lula como nova juíza da corte é de 65,4”. Quantas pessoas foram entrevistadas? Onde foi feita a pesquisa? Quais foram as perguntas? Ninguém sabe.

O que torna tudo ainda mais ridículo é que a Coalizão Negra por Direitos é notoriamente financiada por uma série de organizações do grande capital, como o Banco Itaú e a Open Society Foundation, de George Soros. Se o objetivo do PSTU era fazer um debate sério, não deveria sair por aí reproduzindo o que pesquisas suspeitas e financiadas pelo imperialismo dizem.

Um dado muito mais preciso que a pesquisa da Coalizão Negra por Direitos é: quantos votos Lula teve nas eleições presidenciais? 60 milhões, um recorde histórico. E quantas vezes ele falou na eleição que iria indicar uma mulher negra? Absolutamente nenhuma. Lula foi eleito sem se comprometer com tal “bandeira”. Pelo contrário: uma das coisas que mais os seus adversários o atacavam  era o fato de ter sido preso, o que mostra que a eleição de Lula foi, também, um protesto da população contra a atuação do Judiciário. Se é assim, sua vitória eleitoral significa, concretamente, que, para a maioria dos brasileiros, a preocupação de Lula deveria  ser com a de se opor ao regime vigente no Judiciário, e não se preocupar com a cor da pele de quem irá vestir a toga da ministro do STF.

O que o PSTU fez questão de ignorar ao falar que havia uma campanha por uma “mulher negra” no STF é quem promovia essa campanha. Além da Coalizão Negra por Direitos, a campanha foi promovida majoritariamente por Organizações Não Governamentais (ONGs), que, por sua vez, também são financiadas por institutos imperialistas. A campanha era tão pró-imperialista que o próprio PSTU admitiu, no artigo, ser apoiada pelo próprio STF: “(…)enquanto a campanha ganhava as redes sociais com adesão de figuras públicas, políticos, artistas e até mesmo da ex-ministra Rosa Weber(…) [grifo nosso]”. Não foi apenas Rosa Weber: o atual presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, também apoiou. Afinal, a campanha pela “mulher negra” era uma campanha do imperialismo, uma campanha para que Lula indicasse alguém intimamente ligado ao regime político.

O PSTU, então, segue afirmando que “a nomeação da ministra negra era uma questão democrática básica”.

Nunca foi uma questão democrática inventar critérios artificiais para indicar alguém a um cargo no Estado. Pelo contrário: o programa democrático sempre foi a luta contra o Estado, que é sempre uma ditadura dos grandes capitalistas contra o conjunto da população. E o PSTU ignora tanto isso que é incapaz de criticar a escolha de Flávio Dino por seu aspecto verdadeiramente negativo. O grande problema da indicação de Dino e Gonet não é que são “homens brancos (?!)”, mas sim que são engrenagens de um golpe de Estado que está sendo organizado contra o próprio governo.

A única discussão séria que pode ser feita em torno dessas nomeações é que Lula, pressionado pela direita, indicou figuras que irão, futuramente, conspirar contra o governo. Isto é, que são figuras que foram indicadas a dedo por Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes – isto é, pelos inimigos do governo Lula e dos trabalhadores. Por figuras que, na primeira oportunidade, irão se voltar contra o governo que lhes indicou.

Isso, por sua vez, nada tem a ver com a cor da pele. Tal coisa seria simplesmente a repetição do que fez Joaquim Barbosa, ministro do STF que fora indicado por Lula e conduziu o julgamento do “mensalão”. Barbosa era negro, e seu papel no regime político foi devastador.

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