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Editorial

Processo constituinte no Chile é derrotado mais uma vez

Nova derrota sepulta insurreição popular de 2019

Neste domingo, 17 de dezembro, uma nova proposta de Constituição para o Chile foi rejeitada. Com 54% das urnas apuradas, mais de 55% dos cidadãos votaram contra o novo texto, enquanto 45% votaram a favor da proposta construída.

Segundo o jornal da burguesia brasileira O Estado de S. Paulo, “o resultado de hoje parece consolidar o fim de um processo iniciado durante o estouro social de 2019 no país sul-americano, quando milhares de chilenos saíram às ruas para exigir uma série de reformas profundas, paralisando a nação com algumas das manifestações mais violentas da história do Chile e abrindo as portas de um debate complexo sobre a herança ditatorial atrelada aos últimos governos”. De fato, a rejeição da Constituição vem para selar um processo que, há muito tempo, já estava fadado ao fracasso.

Em 2019, os chilenos saíram às ruas em uma mobilização com fortes tendências revolucionárias. As manifestações contra o governo de Sebastián Piñera não eram atos quaisquer: eram protestos de caráter insurrecional. Em inúmeras ocasiões, a população se enfrentou com a polícia, chegando a incendiar delegacias e até mesmo a atear fogo em um edifício da Enel, companhia de energia elétrica, devido aos altos preços. Mais de 200 pessoas ficaram cegas devido à repressão policial.

Naquele momento, as condições estavam dadas para a derrubada imediata do governo. O protesto foi um levante contra a política neoliberal no país andino, que ainda vive sob um regime que foi moldado pelo fascista Augusto Pinochet. A revolta dos chilenos foi tão importante naquele período que certamente influenciou na decisão do regime político de libertar o então ex-presidente Lula.

Acontece que essa mobilização, que poderia modificar o regime profundamente e enfim enterrar o pinochetismo, foi vítima de uma série de manobras operadas pelos grandes capitalistas com o aval, consciente ou não, das principais organizações da esquerda chilena. A principal delas foi justamente a substituição da reivindicação mais urgente – a derrubada do governo Piñera – por uma reivindicação distante, que daria muita margem para a interferência da burguesia: um processo constituinte, que seria levado adiante com o próprio Piñera como presidente.

O resultado já era esperado: a promessa de um processo constituinte foi utilizado para, aos poucos, acabar com os protestos, ao mesmo tempo em que Piñera reorganizava o regime. A eleição de Gabriel Boric, um direitista infiltrado na esquerda, veio como mais um duro golpe contra a mobilização.

A rejeição da constituinte, segundo apresenta a imprensa, se dá porque hoje ela já é considerada muito direitista. E é fato: não bastasse o arrefecimento da mobilização, o governo Boric veio para desmoralizar de vez a esquerda, deixando o caminho livre para que uma extrema direita muito agressiva, liderada por Antonio Kast, se recuperasse e passasse a aspirar cada vez mais o poder político.

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