Dados divulgados recentemente dão conta de que o número de palestinos presos na Cisjordânia já chegou a 4.695 apenas nos últimos dois meses. O número foi levantado pela Sociedade de Prisioneiros Palestinos e pela Comissão para Assuntos de Detidos e Ex-Detidos, que acompanham de perto essa prática rotineira de “Israel” nos territórios palestinos ocupados. Diante do atual massacre contra civis na Faixa de Gaza, os abusos contra os direitos democráticos dos palestinos que vivem na Cisjordânia foram apenas intensificados.
Segundo os relatos de dentro da Palestina, muitas pessoas são arbitrariamente presas nos diversos “postos de controle militares” instalados pelas forças de ocupação, enquanto outras são presas dentro das próprias casas. Nesses casos, as casas são vandalizadas e o que os militares israelenses encontram de valor, eles confiscam, ou melhor dizendo, roubam. Os relatos dão conta ainda de que outros palestinos acabam se entregando após terem suas famílias ameaçadas, algo possível de ser feito apenas por uma ditadura, como é de fato o Estado de “Israel”.
Outro ponto destacado no relatório conjunto foi a perseguição aos ex-prisioneiros palestinos, incluindo os que foram recentemente libertos pela resistência palestina em troca da libertação de reféns israelenses. Isso é uma amostra da tradicional indisposição israelense para cumprir acordos negociados com autoridades do povo palestino.
Por mais que esses fatos por si sós já demonstrem o nível da barbárie sofrida pelo povo da Palestina, o fascismo israelense vai ainda além. Não bastasse a violência contra os vivos, a ditadura sionista ainda violenta os mortos. A Sociedade dos Prisioneiros Palestinos confirmou recentemente que o corpo de Nasser Abu Hamid segue detido após um ano da sua morte em prisão israelense. Hamid batalhou com um câncer de pulmão na detenção e organizações palestinas denunciaram em consenso que houve “negligência médica deliberada”.
Segundo o Ministro de Defesa de “Israel” na época, Benny Gantz, o corpo de Nasser Abu Hamid estava sendo mantido como parte de uma política de retenção de prisioneiros mortos para eventuais trocas por reféns israelenses. Antigo membro da Fatá, Hamid havia sido condenado a sete sentenças de prisão perpétua mais 50 anos. Uma demonstração do nível de loucura que impera nas cortes sionistas contra os palestinos.
O relatório da Sociedade dos Prisioneiros Palestino lista Hamid junto a outros 16 prisioneiros palestinos mortos cujos corpos seguem sem serem devolvidos às respectivas famílias. O caso mais antigo que ainda segue nessa situação vexatória é o corpo de Anis Dawla, detido desde 1980. Seis prisioneiros assassinados sob tortura desde 7 de Outubro integram a macabra lista de palestinos presos até depois da morte.
A Unidade de Estudos e Documentação da Comissão de Assuntos de Prisioneiros e Ex-Detidos Palestinos já havia relatado que 600 palestinos presos enfrentam doenças nas prisões israelenses. O relato destaca as condições degradantes, que incluem maus tratos e torturas.
E isso é só o que organizações palestinas conseguiram ter acesso, pois “Israel” exerce um duro controle sobre a circulação de informações. Algo que já se espera de uma ditadura e algo fundamental para uma ditadura supremacista em pleno século XXI.