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Armamento militar

Por que Ucrânia tem tanto interesse nos aviões de combate F-16?

Na semana passada, a administração Biden deu mais um passo na escalada do conflito entre a OTAN e a Rússia na Ucrânia, anunciando planos para treinar pilotos ucranianos

Na semana passada, a administração Biden deu mais um passo na escalada do conflito entre a OTAN e a Rússia na Ucrânia, anunciando planos para treinar pilotos ucranianos para pilotar caças F-16 na Europa. Moscou criticou a medida e avisou que levará essas medidas “em consideração” em sua estratégia militar.

Os detalhes sobre a possível entrega de caças multifuncionais F-16 para a Ucrânia permanecem obscuros, com o governo Biden não oferecendo nenhuma informação sobre se os próprios EUA forneceriam os jatos, enquanto vários de seus principais aliados da OTAN, inclusive a Itália e a Polônia, já indicaram que não enviarão os seus.

Com a mídia descartando a possibilidade de Kiev obter F-16s de clientes dos EUA no Oriente Médio – onde há mais caças de quarta geração voando do que em toda a Europa juntos – pode ser que DinamarcaNoruegaBélgica Países Baixos, Estados com um estoque estimado de 125 F-16s, façam a “doação” para abrir espaço para seus novos F-35.

Por que Ucrânia quer caças?

A Força Aérea ucraniana foi dizimada ao longo do último ano e meio, perdendo mais de 60 aeronaves de asa fixa e mais de 30 aeronaves de asa rotativa, inclusive a maior parte de seu inventário anterior a fevereiro de 2022, além de caças e helicópteros entregues ao país por seus patronos da OTAN.

Como os estoques de aviões e helicópteros de fabricação soviética dos países do antigo bloco socialista que se tornaram países da OTAN estão se esgotando, Kiev precisa de uma nova fonte de caças com preços razoáveis para continuar as operações no conflito contra a Rússia.

Além disso, o compromisso do Reino Unido e França de enviar mísseis de cruzeiro de longo alcance Storm Shadow e Scalp (a variante francesa do Storm Shadow) para a Ucrânia significa que Kiev pode precisar de um portador dessas armas.

Embora os mísseis tenham sido projetados para uso a bordo dos caças Tornado, Typhoon, Rafale e Mirage 2000 do Reino Unido e França, modificá-los para uso a bordo de um F-16 pode ser considerado mais fácil do que instalá-los a bordo de caças de fabricação soviética.

O que há de tão especial no F-16?

O suprimento abundante de F-16 é provavelmente seu maior argumento de venda. Introduzido no final da década de 1970 e fabricado pela General Dynamics e pela Lockheed Martin, mais de 4.600 fuselagens de F-16 foram produzidas, com o jato exportado para mais de duas dúzias de países em todo o mundo durante seus quase 50 anos de vida útil.

Esses grandes números de produção significam, potencialmente, muitos aviões baratos e de segunda mão, além das peças sobressalentes que os acompanham. Dependendo da configuração, os F-16 podem custar aos contribuintes dos EUA e dos países da OTAN US$ 12-16 milhões (R$ 60-80 milhões) por cada um.

Que tipos de armas um F-16 pode carregar?

Embora tenha sido originalmente concebido como um caça de superioridade aérea projetado para enfrentar caças e bombardeiros soviéticos nas planícies da Europa, do Oriente Médio e da Ásia, o F-16 foi modificado com sucesso para servir como um caça-bombardeiro multifuncional, principalmente contra nações e atores não estatais com recursos de defesa aérea limitados ou inexistentes.

O F-16 básico vem com um canhão M61 Vulcan de 20 mm para combates aéreos e tem 11 hardpoints nos quais podem ser instalados diversos mísseis ar-ar, ar-terra e antinavio.

Entre eles, estão os mísseis ar-ar AMRAAM, IRIS-T, Python e Sidewinder, os mísseis HARM, JASSM, Maverick e JSOW de longo alcance para atacar alvos terrestres, uma variedade de bombas guiadas e não guiadas, mísseis antinavio Harpoon e Penguin.

Os aviões também podem transportar bombas nucleares B61 e B83 norte-americanas, que têm uma potência de explosão de até 400 quilotons (para comparação, a bomba nuclear dos EUA lançada sobre Hiroshima em 1945 tinha uma potência de explosão de “apenas” 15 quilotons).

Caça israelense F-16 D (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 22.05.2023

Caça israelense F-16 D (foto de arquivo)

© AFP 2023 / Jack Gues /

Qual é a velocidade e alcance máximos do F-16?

O F-16 tem uma velocidade máxima de até Mach 2,05 (ou cerca de 2.530 km/h) e uma velocidade de cruzeiro de cerca de 930 km/h. O avião tem um raio de combate de cerca de 860 km, que pode ser expandido drasticamente com o uso de tanques ejetáveis, às custas da capacidade de manobra e de carregar armas, para até mais de 4.200 km.

Os caças também podem ser reabastecidos no ar, embora seja improvável que a Ucrânia tenha essa capacidade, já que não recebeu nenhum avião-tanque da OTAN, e seus próprios aviões-tanque Ilyushin Il-78 são vulneráveis a ataques russos.

Forças Armadas dos EUA ainda usam F-16s?

Os Estados Unidos têm mais de 1.000 F-16s operacionais, sendo que os aviões são pilotados pela Força Aérea dos Estados Unidos e pela Guarda Nacional Aérea, um pequeno número de aeronaves têm a Marinha dos EUA e a NASA, que os utiliza como banco de testes aerodinâmicos.

O que torna o F-16 famoso?

Os F-16 são algumas das aeronaves militares mais reconhecidas no mundo, com imagens e vídeos de seu uso na Guerra do Golfo em 1991, na invasão do Iraque em 2003, nas operações de bombardeio da OTAN na antiga Iugoslávia, na guerra do Afeganistão e no bombardeio da Líbia em 2011, gravados nas mentes das pessoas em todo o mundo.

A aeronave também foi amplamente utilizada por membros das coalizões lideradas pelos EUA e pela Arábia Saudita em ataques aéreos na Síria, no Iraque e no Iêmen.

Aeronaves da Força Aérea dos EUA da 4ª Ala de Caça (F-16, F-15C e F-15E) sobrevoam os incêndios de petróleo no Kuwait, provocados pelo Exército iraquiano em retirada durante a operação Tempestade no Deserto em 1991. - Sputnik Brasil, 1920, 22.05.2023

Aeronaves da Força Aérea dos EUA da 4ª Ala de Caça (F-16, F-15C e F-15E) sobrevoam os incêndios de petróleo no Kuwait, provocados pelo Exército iraquiano em retirada durante a operação Tempestade no Deserto em 1991.

© Foto / Força Aérea dos EUA

Qual é o equivalente russo do F-16?

Os observadores ocidentais costumam comparar o F-16 com o Sukhoi Su-35, um caça russo de quarta geração, multifuncional e de superioridade aérea, desenvolvido na década de 1980 e que entrou em serviço com a Força Aérea russa em meados da década de 2010.

Entretanto, uma comparação mais adequada seria o MiG-29, que foi introduzido na década de 1980 como uma resposta direta ao F-16. O MiG apresenta características superiores de velocidade e capacidade de manobra (velocidade máxima de Mach 2,25 vs. Mach 2,05, alcance de 2.100 km vs. 860 km, teto de serviço de 18.000 m vs. 15.200 metros), mas só pode carregar cerca de 3.500 kg de armamento, em comparação com os 7.700 kg de algumas variantes do F-16.

O MiG também tinha uma outra vantagem – dois motores em comparação com o único do F-16, o que significa que, em caso de emergência, o MiG-29 teoricamente terá mais chances de voltar para sua base aérea do que seu equivalente norte-americano.

Aeronave MiG-29 da equipe de acrobacia aérea Strizhi realiza um voo no Show Aéreo e Espacial Internacional de Aviação MAKS 2019 em Zhukovsky, região de Moscou. - Sputnik Brasil, 1920, 22.05.2023

Aeronave MiG-29 da equipe de acrobacia aérea Strizhi realiza um voo no Show Aéreo e Espacial Internacional de Aviação MAKS 2019 em Zhukovsky, região de Moscou.

© Sputnik / Mikhail Voskresensky

Pilotos ucranianos já estão treinando para pilotar F-16s? Quanto tempo levará esse processo?

Os Estados Unidos autorizaram formalmente o treinamento de pilotos ucranianos na semana passada. Segundo a Casa Branca, o processo “ocorrerá fora da Ucrânia em locais na Europa e levará meses para ser concluído”.

Washington espera “iniciar esse treinamento nos próximos meses”. Em outras palavras, o treinamento ainda não começou.

Uma avaliação da Força Aérea dos EUA obtida pela mídia norte-americana indica que o treinamento provavelmente levará cerca de quatro meses – muito abaixo dos 18 meses estimados anteriormente.

Cortes no tempo de treinamento provavelmente significarão menor eficiência em combate, agravando os problemas que os caças inevitavelmente enfrentarão se forem pressionados a combater a Rússia, como mísseis antiaéreos terrestres e aéreos de longo alcance e ataques de mísseis hipersônicos e balísticos contra suas bases.

Fonte: Sputnik

* Os artigos aqui reproduzidos não expressam necessariamente a opinião deste Diário

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