Pesquisa realizada pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, dá o tom de quantas andam as opiniões das populações fora do Ocidente em relação à China e Rússia. Como a pesquisa foi feita por uma instituição diretamente ligada ao imperialismo britânico, não poderia deixar de ser que: as conclusões das “descobertas em estudo combinado são robustas o suficiente para exigir de nós séria atenção”. (Site Outras Palavras, 03/03/2023)
Segundo a pesquisa, das 6,3 bilhões de pessoas que vivem fora do Ocidente, 66% tem sentimento positivo em relação à Rússia e 70%, o mesmo em relação à China. “Essas descobertas causaram alguma surpresa, e até raiva, no Ocidente. É difícil para os líderes ocidentais compreenderam que dois terços da população mundial simplesmente não estão alinhados com o Ocidente neste conflito”.
Em outra pesquisa, divulgada pela Folha de São Paulo, também no dia 3 de março, revela o crescimento do apoio da população russa à condução do conflito na Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin. Pela nova pesquisa, realizada pelo Centro Levada, constataram que 77% dos russos aprovam as ações das Forças Armadas na Ucrânia – 48% “definitivamente, e 29%, “provavelmente”. Por outro lado, nos EUA o apoio de envio de armas pelo governo norte-americano diminuiu. O apoio caiu de 60% em maio, pouco depois da invasão, para 48% em fevereiro, quando completou um ano do conflito, segundo estudo do Pew Research Center.
Um componente importante em relação às pesquisas é que a população dos países europeus e norte-americanos que foram inundados de informações falsas feitas pela a imprensa venal imperialista, com imagens de crianças morrendo, hospitais e escolas bombardeados, etc., esse tipo de propaganda não resistiu a passagem do tempo.
A população começou a olhar e a se perguntar porque estamos fazendo isso. Os países gastaram cerca de 120 bilhões de dólares em armamento e a própria situação desses países são muito ruins. Nos EUA teve o desastre de grandes proporções em Ohio e, o presidente Biden não deu a mínima, nem foi visitar o local.
Na Alemanha, a pressão inflacionária é muito grande e a população sente que eles estão pagando por uma guerra que eles não têm interesse direto, e se perguntam o que eles estão fazendo nessa guerra. A Alemanha, o país mais diretamente afetado, a campanha pela paz começa a crescer.
Na população europeia, como a guerra está muito próxima, deduzem que, daqui a pouco estaremos enviando soldados para guerra, e aí o conflito se dará dentro da própria Europa. Além disso, há o sentimento, se a OTAN entrar na guerra, há a possibilidade de um conflito nuclear eminente.
As pesquisas de opinião, tanto nos EUA quanto na Europa, mostram que o apoio à guerra está em queda livre.
Além de manifestações que acontecem nos países da Europa, já começam a aparecer manifestações nos Estados Unidos. A bancada republicana trumpista, no Congresso norte-americano, está dando o tem dessa crise e já pretendem bloquear a remessa de dinheiros para a Ucrânia. Para Andy Surabian, um estrategista republicano: “Nos primeiros meses, é sempre popular. As pessoas não gostam do que a Rússia fez; é horrível. Mas com o passar do tempo, o cansaço da guerra é uma coisa real, especialmente neste país, especialmente quando os eleitores não estão conectando o que está acontecendo na Ucrânia com sua própria segurança”.
As pesquisas é um claro indício que, as populações dos países afetados pela guerra não estão dispostas a arcar com mais esse ônus imposto pelos seus governos e, a cada dia, crescem as manifestações nesse sentido em toda a Europa e EUA.