O positivo das crises é que elas retiram o véu que encobre a realidade em tempos normais, deixando-a completamente exposta, revelando a real essência das coisas. No caso a essência do Estado de Israel, do sionismo e de suas intenções em relação aos palestinos.
Na conjuntura dos ataques genocidas de Israel contra a Faixa de Gaza e contra Cisjordânia, desatados após a ação revolucionária do Hamas no último dia 7, o fascista Yoav Gallant, ministro da defesa de Israel declarou expressamente suas intenções nesse sábado (21). E não, não é simplesmente combater o Hamas, o “terrorismo”. Seu alvo é o povo palestino.
Conforme relata o jornal imperialista The Financial Times, o ministro nazista realizou uma reunião com Comitê de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento israelense na sexta-feira. Nela, delineou que a operação militar israelense será dividida em três etapas. A primeira, que já está em curso, é a de pesados bombardeios, e inclui também manobras terrestres “com o objetivo de destruir operacionais e danificar infraestruturas, a fim de derrotar e destruir o Hamas”.
A segunda etapa, por sua vez, corresponderá a combates de menor intensidade no enclave, visando eliminar “bolsões de resistência”.
Por fim, com a terceira e última etapa, Israel visa criar “um novo regime de segurança” em Gaza, no qual seus habitantes não serão mais autorizados a entrar em Israel e muito menos trabalhar lá. Ou seja, serão completamente trancados lá. Se Gaza antes já era um campo de concentração, que dirá agora.
Ademais disto, o nazista Gallant disse que o Estado sionista não terá mais “responsabilidade pela vida cotidiana na Faixa de Gaza” assim que as hostilidades terminarem.
“Israel não fará parte da solução em termos de dar trabalho [aos habitantes de Gaza]”. “Desconectamos o cordão umbilical”, acrescentou.
Em outras palavras, fará de Gaza uma prisão total e, ao mesmo, deixará os palestinos completamente abandonados.
Deve-se recordar que a maior parte dos víveres que chega a Gaza só chega com a aquiescência de Israel. Estamos vendo isto agora com o bloqueio total.
De forma o plano final de Israel, conforme enunciado por Yoav Gallant, não é apenas desconectar o “cordão umbilical”, mas também abandonar o bebê. Só que no caso de Israel, eles vão olhar o bebê morrer de fome e impedir qualquer um de alimentá-lo.
Embora já banalizada, nazismo continua sendo uma palavra adequada para caracterizar o sionismo e o Estado de Israel.