Lobby sionista

Os dez políticos dos EUA que mais recebem dinheiro de ‘Israel’

Dezenas de milhões de dólares usados para financiar campanhas em prol do genocídio contra o povo palestino

Em recente investigação realizada pelos jornalistas do órgão de imprensa norte-americano Mintpress, cujos resultados foram publicados em matéria em sua página na Internet, foram listados os 10 políticos dos Estados Unidos que mais recebem dinheiro de organizações não governamentais vinculadas a “Israel”.

Tais organizações compõem o famoso lobby sionista Comitê de Assuntos Públicos Americanos Israelenses (AIPAC, na sigla em inglês), poderosíssimo lobby (um dos mais poderosos dos EUA) que conta com mais de 100 mil membros e 17 escritórios regionais.

Desde o ano de 2021, o AIPAC vem utilizando fundos próprios para financiar políticos norte-americanos de forma aberta (antes fazia de forma mascarada). Chegou, inclusive, a formar o que os norte-americanos chamam de um SUPER-PAC, ou seja, um grande Comitê de Ação Política, uma organização isenta de tributos que angaria fundos para financiamento eleitoral. A título de exemplo do poder econômico do lobby, sua receita declarada no ano de 2014 foi de US$77 milhões, algo que certamente aumentou desde então. Não é por nada que dizem nos EUA que nenhum presidente norte-americano é eleito sem o aval do AIPAC.

Assim, cumpre aqui repassar os dados levantados pelo Mintpress, sobre os principais políticos dos EUA financiados por “Israel”, pois serve para esclarecer uma das razões pelas quais os Estados Unidos seguiram apoiando o genocídio que “Israel” comete contra os palestinos apesar das massas de todo o mundo já se voltarem contra o Estado sionista, pressionando seus respectivos Estados nacionais.

Pois bem, quem são os 10 políticos norte-americanos que mais recebem dinheiro de “Israel” através do lobby sionista?

Em 10º lugar está Shontel Brown, do Partido Democrata, recebendo U$1.028.686,00 do sionismo durante campanha eleitoral realizada nos anos de 2020 e 2021. Ela rejeita a ideia de que “Israel” impõe um apartheid contra os palestinos, e vem apoiando o recente genocídio:

“Sejamos claros: Israel não é um estado de apartheid. Quaisquer descaracterizações tentarão deslegitimar Israel, uma democracia robusta, e servirão apenas para alimentar o crescente anti-semitismo. Sempre defenderei uma relação forte entre os EUA e Israel, baseada nos nossos valores partilhados.”

Detalhe que Brown é uma mulher negra, um fato que serve para desmascarar o identitarismo como política. Afinal, a “democrata” está em uma posição de poder, mas continua apoiando um Estado que possui uma política declaradamente racista contra um povo de pele escura.

Em 9º lugar está Josh Gottheimer, tendo recebido cerca de US$1.109.370,00 do lobby desde 2017, quando assumiu como congressista. Também é do Partido Democrata, mostrando que, de democrata, esse partido não tem nada. Ele já foi patrocinador de lei que equipara as críticas a “Israel” a antissemitismo, e outra com a finalidade de tornar crime as organizações de boicote econômico contra “Israel”, a mais notória dessas o BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções).

Seguindo na lista, recebendo cerca de US$1.126.020,00, está Dick Durbin. De qual partido? Novamente do Democrata. Senador dos EUA, deve sua carreira ao lobby, segundo a matéria do Mintpress, é um dos defensores ferrenhos do falso “direito à autodefesa” do Estado sionista.

Ron Wyden, também do Democrata, está em 7º, embolsando uma quantia de US$1.279.376,00. Um dos mais ferrenhos defensores do sionismo nos EUA, “em 2017, ele co-patrocinou um projeto de lei que tornou crime federal, punível com pena máxima de prisão de 20 anos, a participação de americanos ou mesmo incentivos a boicotes contra Israel e assentamentos ilegais israelenses”, segundo a matéria do Mintpress.

Mais acima na lista está o famoso Ted Cruz, desta vez um Republicano. Senador pelo Texas, conhecido por suas posições de extrema direita, dentre as quais estão inclusas ferrenho anticomunismo, que se manifesta no apoio incondicional à manutenção do bloqueio à Cuba; é igualmente contra o aborto e, como não poderia deixar de ser, um ferrenho defensor de “Israel”. Ocupa o sexto lugar nessa lista por ter recebido, durante sua carreira, US$1.299.194,00 milhões do lobby sionista, o que serve para explicar a seguinte declaração sua, dada a respeito do genocídio sionista intensificado após o 7 de outubro:

“Não condeno nada do que o governo israelense está fazendo. O governo israelense não tem como alvo civis; eles têm como alvo alvos militares… Não há militares na face do planeta, incluindo os militares dos EUA, que se esforcem tanto quanto os militares israelenses para evitar baixas civis.”

Chega-se, então, aos cinco políticos norte-americanos que mais recebem financiamento de “Israel” através do AIPAC e das organizações que congrega.

Para se ter uma ideia do pode dos sionista, o quinto lugar já chegou a ser líder da maioria da Câmara dos Deputados dos EUA, sendo um dos apoiadores mais incisivos de “Israel”. Fala-se de Steny Hoyer, tendo recebido, até o presente momento (valores declarados, isto é), US$1.620.294,00. Suas posições seguem as mesmas que as dos outros, já tendo votado a favor de projeto de lei que tipifica a oposição ao sionismo (a “Israel”), isto é, uma luta política, a antissemitismo (racismo). Qualquer semelhança com o que acontece no Brasil atualmente não é mera coincidência.

Em quarto lugar temos o atual líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, do Partido Democrata, um parlamentar que já recebeu US$1.725.324,00 milhões (declarados) das organizações financiadas por “Israel”. Quanto maior a soma, mais enfática a defesa do sionismo e de seu Estado. Nesse sentido, Schumer é um dos principais políticos responsáveis por propagar e pôr em prática a política de que o antissionismo, isto é, a luta contra o Estado de “Israel”, é a mesma coisa que antissemitismo. Ele também encabeça a propaganda de que o antissemitismo está se propagando desde o dia 7 de outubro.

Tal propaganda trata-se de uma falsificação da realidade, conforme desmascarou Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), na última Análise Política da Semana, que foi ao ar na quarta-feira (12). Afinal, o antissemitismo disseminado que existia no final do século XIX e durante o século XX era uma política da classe dominante mundial, europeia e norte-americana.

Especialmente a europeia, com destaque para a do leste europeu, algo que também era avalizado pela Igreja Católica. Contudo, atualmente, toda a burguesia imperialista e seus lacaios, incluso o Vaticano, são sionistas, sejam abertamente, sejam disfarçadamente. Até mesmo a extrema direita atual é, em sua esmagadora maioria, aliada do Estado de “Israel”. De forma que não há que se falar em crescimento do antissemitismo.

Dito isto, vale seguir na lista, informando o terceiro lugar, que ficou com o republicano Mitch Mcconell. Líder da minoria no Senado, é um dos políticos mais poderosos nos EUA e, pelos US$1.953.160,00 que recebe do lobby sionista, cumpre bem sua função de lacaio: tenta sistematicamente utilizar sua influência política para tornar o movimento BDS ilegal. Ademais disto, faz o mesmo no sentido de trabalhar para que os EUA continuem a vetar qualquer resolução na ONU que seja contrária aos interesses do sionismo.

Segundo lugar: Robert Menéndez, outro democrata. Este já recebe a vultuosa quantia de US$2.483.205,00. É melhor que as palavras do próprio a respeito da ação revolucionária da resistência palestina no dia 7 de outubro mostrem a validade do ditado popular “quem paga a banda escolhe a música”: chegou a exigir que os EUA ajudassem Israel a “varrer o Hamas da face da Terra”.

Por fim, o primeiro lugar fica com ninguém menos que o próprio presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Desde o início de sua carreira política, vem atuando fielmente a favor dos interesses de “Israel”. Não é por nada: que se sabe de valores declarados, Biden já recebeu US$4.346.264,00 do lobby sionista.

Portanto, não é nenhuma coincidência que os Estados Unidos sigam apoiando “Israel” e o governo Netanyahu. Mesmo que o genocídio que vem sendo cometido contra os palestinos em Gaza e na Cisjordânia venha afundando o Estado sionista em uma crise sem precedentes, podendo levar à sua dissolução, algo que provoca igualmente uma crise sem precedentes na história do imperialismo em geral, muito menos do norte-americano. Afinal, nunca houve uma época em que os EUA não tiveram o controle sobre o Oriente Médio e suas reservas de petróleo e rotas comerciais, marítimas ou terrestres.

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