Está em curso nos bancos a mesma ofensiva que até pouco tempo imperava no governo golpista Bolsonaro para os servidores públicos de arrocho salarial, demissões em massa, liquidação da previdência, etc.
Com o violento roubo salarial implementado pelos banqueiros, os trabalhadores bancários estão sendo chamados a entregar os seus próprios empregos para que esses sanguessugas de toda a população mantenham os seus astronômicos lucros. O arrocho salarial e as demissões são as duas faces da política dos banqueiros de descarregar sobre as costas o ônus de toda a orgia financeira e capitalista levada às últimas consequências por um punhado de parasitas especuladores e inadimplentes (estes sim os verdadeiros devedores do País), que têm levado a economia nacional à falência.
No embalo dessa política, as mais de 50 mil demissões ocorridas no ano passado, por apenas os cinco maiores bancos brasileiros, são apenas a ponta do iceberg que visa, através das famigeradas reestruturações beneficiar os banqueiros privados.
Um dos golpes aplicados pelos banqueiros, com o nome suntuoso de reestruturação, é o que já vem acontecendo com vários bancos, em criar uma nova empresa, vinculada ao próprio banco, mas com um CNPJ novo, e transferir setores inteiros do banco para esse CNPJ, passando os bancários, compulsoriamente, a serem trabalhadores terceirizados. Sendo assim, os banqueiros encontraram uma forma jurídica e política para atacar, ao mesmo tempo, o valor da força de trabalho e a organização sindical dos trabalhadores.
Contra esse ataque feroz, os bancários devem levantar a voz e dizer aos banqueiros um retumbante e unitário NÃO. Não aceitar as demissões. Os funcionários dos bancos devem refutar qualquer pressão e qualquer “tentativa de negociação” que vise fazer os trabalhadores engolirem as demissões. O emprego é inegociável.
No sistema capitalista o único direito de fato que tem o trabalhador é o direito de ser explorado.
São os trabalhadores, que produzem a riqueza desse País, não são os responsáveis pela falência do regime dos patrões. Não são eles que arrombam os cofres da União, não são os que giram bilhões de dólares na ciranda financeira e, muito menos os causadores da inflação. Portanto, não devem aceitar arcar com a orgia capitalista. Que os verdadeiros devedores do País paguem pela sua própria crise.
Os banqueiros declararam guerra contra os trabalhadores. Nessa guerra, os trabalhadores, não podem utilizar bolandeiras, quando os nossos inimigos utilizam fuzis. Nesse sentido, a reação dos bancários contra os banqueiros tem que se dar em torno de um programa de mobilização e de lutas que aponte não apenas para a categoria bancária, mas para o conjunto dos trabalhadores. Uma forte reação unitária e coesa contra a ofensiva dos patrões.
Para tanto, é necessário exigir das direções locais e nacionais, a realização de plenárias regionais com a perspectiva de uma plenária nacional, cujo o objetivo seja organizar imediatamente uma campanha contra as demissões, pelas reposições das perdas salariais, contra as famigeradas reestruturações, etc., na perspectiva de uma luta unitária e de conjunto de todos os bancários com as demais categorias de trabalhadores, particularmente as que estão na linha de frente dos ataques (eletricitários, petroleiros, servidores, etc.)