Publicamos abaixo, na íntegra o chamados dos professores do PCO, Educadores em Luta, do Distrito Federal, para toda a categoria, que se reune em assembleia de greve, nesta quinta-feira.
Toda força à greve
Nossa greve foi aprovada na última assembleia no dia 26 de março, mostrando enorme disposição da nossa categoria para ir à luta.
Sob grande pressão dos professores, a direção do Sindicato cedeu à vontade da categoria.
A tarefa agora é arregaçar as mangas, construir comandos de base para fazer reuniões e garantir a paralisação em todas as escolas.
Nossa greve precisa ganhar o apoio da comunidade escolar, dos pais e estudantes e ocupar as ruas, pois só através de uma intensa luta política podemos sair vitoriosos contra o governo reacionário de Ibaneis.
Esmola não! Queremos reposição das perdas
O aumento salarial que o governo Ibanez quer conceder aos professores é uma migalha e ainda vem parcelada em três anos.
Não recompõe, nem de longe, nossas perdas salariais em oito anos sem reajuste.
A proposta do governo de aumento em três parcelas, começa por não assegurar nem mesmo o percentual de 14,95% que foi estabelecido para o piso salarial nacional dos professores a partir de 1º de janeiro deste ano.
Ano | proposta de reajuste | inflação estimada | “ganho real” |
2023 | 6% | 5,89% | 0,11% |
2024 | 6% | 4,02% | 1,92% |
2025 | 6% | 3,78% | 2,22% |
De fato estamos ameaçados com novas perdas reais para os nossos salários que valem hoje menos da metade do que valiam há oito anos atrás.
Prá piorar, geralmente as metas inflacionárias são revistas e sempre são maiores que as previsões, ou seja, o famigerado aumento pode ser menor que a inflação real e nossas perdas aumentarem. Vamos acabar pagando para trabalhar.
De acordo com o próprio SINPRO-DF, em matéria publicada em seu site no dia 22/2/22, nossa categoria estava há sete anos sem reajuste salarial. Especificamente, desde março de 2015, quando foi atualizada a tabela. Até janeiro de 2022, a inflação total acumulada pelo INPC Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi de 49%. Se esse percentual fosse aplicado ao salário ele passaria de R$4.228,56 para R$6.300,55.
Ainda segundo o DIEESE o salário-mínimo necessário para qualquer trabalhador do Brasil, mesmo sem qualquer especialização, não deveria ficar abaixo de R$6.571,52, em março deste ano. Isso para garantir as necessidades básicas do trabalhador e de sua família conforme estabelece a Constituição Federal:
“Art. 7º – IV – …de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”
Para alcançar esse valor mínimo, nossa categoria precisa lutar, portanto, por um índice de cerca de 55% de recomposição das perdas.
É essa proposta que nossos representantes devem defender na mesa de negociação.
Para tanto, propomos que junto da diretoria, estejam presentes representantes da base da categoria, para bater forte na defesa da restituição daquilo que nos roubaram e não aceitar migalhas.
Pelo cumprimento da Meta 17 do PDE
O Plano Distrital de Educação, na sua meta 17, diz que até 2024 os professores deveriam receber a média salarial dos demais servidores públicos de nível superior. Pelo andamento da atual política do DF, o caminho é contrário.
Das 30 profissões que exigem nível superior no DF, somos a 29a. no ranking, ou seja, a penúltima.
Para bater a meta 17 do PDE, nosso reajuste teria que ser 89%, isto é, o salário deveria ser hoje de R$4.228,56 + 89% = R $7.991,97.
Rebaixar a proposta, nunca serviu de nada em nossa luta.
Nossas reivindicações somente serão alcançadas, com muita luta e mobilização.
É preciso começar, não abrindo mão da defesa do poder de compra dos nossos salários.
Denunciar o roubo do governo que anunciou aumento de 25% para os cargos comissionados e quer continuar nos roubando.
A nossa arma é a mobilização nas ruas, para a qual temos que trazer todos os setores da comunidade escolar.
Por isso, vamos exigir uma forte campanha de denúncia da política do governo por parte do nosso Sindicato, com propagandas na TV, outdoors, milhares de cartazes e panfletos divulgando e convocando nossa luta.
Formar comandos de base em todas as regiões.
Para todas as escolas até a reposição de nossas perdas!