O enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, desembarcou no Brasil trazendo na bagagem temas que hoje figuram como suposta “preocupação” do imperialismo no que diz respeito à preservação do meio ambiente. Vale destacar que Kerry – para que não nos esqueçamos – foi secretário de Estado (2013-2017) no segundo mandato do ex-presidente Barack Obama, o mandatário da maior potência capitalista do planeta que conspirou abertamente pela deposição da ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, apeada do cargo por um golpe de Estado em 2016, conspiração essa arquitetada diretamente pelo imperialismo norte-americano.
É de se admirar o cinismo dos EUA para a problemática do clima, pois os norte-americanos são hoje os maiores destruidores da biodiversidade, responsável pelas maiores catástrofes climáticas do planeta, em função da emissão de toneladas de gases poluentes na atmosfera. A emissão dos assim chamados agentes químicos são hoje a maior preocupação dos ambientalistas, pois repercutem diretamente na ampliação do buraco na camada de ozônio, o que é considerado pelos que se dedicam à temática do clima como um dos maiores cataclismas ambientais vivenciados pelo planeta.
No entanto, não obstante os problemas que dizem respeito à temática ambiental, Kerry e a comitiva que o acompanhou estiveram aqui, onde foram recebidos pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que vem abrindo as portas do país para os representantes do imperialismo, não para oferecer qualquer ajuda ao Brasil na problemática do meio ambiente, pois sequer foi anunciado qualquer valor a ser destinado a programas de preservação. Sobre isso, Kerry revelou “que seu governo está estudando a melhor modalidade de realizar esta contribuição, inclusive com aporte de recursos para o Fundo Amazônia”. Ou seja, a grande expectativa que cercou a visita de Kerry dizia respeito aos recursos que os “preocupados” senhores imperialistas iriam destinar para os programas ambientais (conservação das florestas; cessação do desmatamento e fim das queimadas; preservação dos rios, águas e mananciais; proteção das comunidades indígenas e ribeirinhas, etc.).
Todavia, Kerry não trouxe na bagagem a senha dos esperados dólares, mas tão somente expectativas frustrantes para os ingênuos dos diversos matizes que ainda creem na bondade e nas “justas preocupações” do imperialismo em relação ao meio ambiente.
Portanto, a vinda do representante do clima da maior potência econômica do planeta ao Brasil, muito longe de representar qualquer preocupação com o meio ambiente, assim como com os que estão expostos aos efeitos deletérios do clima, cumpriu outro propósito, vale dizer, o de especular sobre como melhor realizar a operação de rapina para surrupiar as riquezas nacionais.
É de domínio mundial que o Brasil é hoje o detentor das maiores jazidas de minerais estratégicos, sobretudo para a utilização na indústria bélica e é essa a cobiça do imperialismo.
Essas riquezas estão localizadas justamente na região amazônica, daí as “missões” de visitas ao Brasil, sob o mal disfarçado propósito de ajudar o Brasil a preservar seu parque ecológico.
