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Esquadrões de extermínio

O povo brasileiro nunca irá gostar da Polícia

Na solenidade de lançamento do "Pacote Brilhante Ustra", Lula se queixou do fato de que o povo brasileiro não gosta da polícia, mas é impossível gostar de seu inimigo

Durante a cerimônia do Pacote de Proteção à Democracia de Flávio Dino, na qual Lula participou, ele fez uma fala com uma série de colocações absurdas e que devem ser devidamente respondidas. 

Primeiramente, é preciso reiterar que o lançamento desse pacote, que poderia ter sido chamado também de “Pacote Bolsonaro”, por apresentar uma política que mais se encaixaria na gestão do ex-presidente de extrema-direita, foi uma das derrapadas mais graves do governo Lula até então. Do ponto de vista do Partido da Causa Operária e deste Diário, não é nossa intenção deixar de defender o governo e de apoiá-lo nas suas ações mais positivas, no entanto, é muito importante fazer a crítica quando a crítica é necessária e esse é um desses casos.

Durante o discurso de lançamento deste que é um dos mais duros golpes contra os poucos direitos democráticos que a população ainda tem no Brasil, o presidente Lula demonstrou a gigantesca confusão política que uma decisão como essas é capaz de suscitar. Num primeiro momento, ele denuncia, de forma correta, que o encarceramento e a repressão policial atinge principalmente as pessoas mais pobres, ao dizer que “milhões e milhões de brasileiros muitas vezes são presos e são violentados porque entraram numa padaria e roubaram um pãozinho. Muitas vezes porque entraram numa farmácia e pegaram um remédio, que possivelmente estava precisando. […] essas pessoas são presas, ficam meses presas e, muitas vezes, não têm advogado e não vai o juiz ajudá-las […] e essas pessoas ficam lá sem ter ninguém para cuidar delas”. 

No entanto, logo após, ele já demonstra que está contando com a solução proposta pela direita e pela extrema-direita para a questão da criminalidade. Lula afirma que “está tentando estabelecer uma nova relação entre Estado e a Polícia”, e também que “está pensando em criar também uma nova Polícia”. Lula está, é claro, dizendo que seria preciso criar mais uma instituição repressiva para o país, o que é absurdo, já que a única função da Polícia, como se vê pelas estatísticas, é matar a população brasileira. 

Ademais, quando ele fala que quer mudar a relação do “Estado com a Polícia” também está incorrendo num erro de cálculo gigantesco porque ele acredita que irá diminuir o apoio a Bolsonaro dentro das polícias. No entanto, Lula quer fazer isso ao aplicar a mesma política que Bolsonaro aplicaria em seu governo. Mas é preciso ter claro que isso apenas fortalece a política bolsonarista. A conclusão é óbvia: se Lula está imitando a política de Bolsonaro é porque esta é a mais eficiente, portanto, o apoio deve ser a Bolsonaro, que vai ser quem realmente vai conseguir botar em prática esse aumento de penas e do aparato repressivo do Estado.

Outra fala que demonstra uma concepção muito errada com relação ao problema da Polícia é quando Lula diz: “A sociedade civil precisa aprender a conviver com a polícia como instrumento em defesa dela própria, mas muitas vezes o que acontece é que a polícia é tida

como adversário”. Segundo Lula, a “sociedade civil”, ou seja, o povo, encara a Polícia como um adversário, o que é natural. Se tem algo bom sobre a população brasileira é que o povo reconhece na Polícia um de seus inimigos.

A ideia de que a população deveria gostar da polícia é algo que simplesmente não vai acontecer. Seria absurdo esperar de uma população que vê a Polícia todos os dias matando os seus iguais, que ela tivesse uma visão positiva com relação aos policiais. Os policiais são verdadeiros jagunços armados da burguesia e isso a classe trabalhadora sente na pele. 

Todos veem a polícia entrando nas favelas do Rio de Janeiro, todos sabem que a polícia sumiu com diversas pessoas como o pedreiro Amarildo que até hoje não apareceu e todos se lembram do massacre do Carandiru. Isso é a polícia brasileira. 

A colocação de Lula é muito ruim, no entanto, ele continua, com algo pior ainda: “A gente vai continuar lutando por um país desarmado. Quem tem que estar armada é a polícia

brasileira e as Forças Armadas Brasileiras”. Trata-se de uma grande oportunidade que Lula perdeu de ficar quieto. 

O Brasil é um país extremamente violento, isso é dito por todos. Mas é muito difícil que as pessoas afirmem qual a verdadeira origem dessa violência, que é justamente a Polícia. Com um efetivo de cerca de 700 mil agentes, esse grupo de extermínio está armado até os dentes, e ele faz uso dessas armas amplamente contra o povo brasileiro. As PMs de todos os estados matam milhares de pessoas todos os anos. Sem distinção nenhuma, matam mulheres, crianças, homens ou idosos, contanto que sejam pessoas pobres. 

Quando Lula propõe que se desarme a população para manter esses brucutus armados, está defendendo que o povo brasileiro esteja indefeso diante de um dos seus piores e mais violentos inimigos. É uma política extremamente conservadora e irresponsável. 

Além do mais, fala-se o tempo todo em combater o bolsonarismo, combater o golpe de estado e outras coisas do gênero. No entanto, Lula e Dino defendem armar ainda mais os bolsonaristas e os responsáveis por todos os golpes de estado – policiais e militares – e retirarem do povo todas as suas armas. É totalmente absurdo, um contrassenso. 

Em suma, é preciso que os militantes do PT e de todos os partidos de esquerda questionem as colocações absurdas e a defesa de medidas que só irão aumentar os assassinatos da população e o número de pessoas nos presídios brasileiros. Com relação à polícia, deveria ser proposta uma ampla reforma em todo o aparato de segurança do estado. Deve-se defender o fim da polícia atual e a criação de uma polícia que seja controlada pelo povo. Além disso, o armamento é um direito democrático de toda a população. A cassação desse direito apenas favorece à direita e a extrema-direita golpistas. 

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