Luis (74) e Fernando (54) são militantes do Partido Comunista de Cuba. Luis é o responsável por organizar as reuniões mensais do partido em seu bairro (Centro Havana), toda primeira segunda feira do mês. Fernando é o dirigente do Comitê de Defesa da Revolução (CDR) no bairro.
Dessa reunião participam todos os 32 militantes do partido no bairro e mais os convidados. Sempre que necessário, Luis convida a oficial de polícia do bairro para prestar contas aos moradores. Convidam também a delegada do bairro na Assembleia Municipal do Poder Popular de vez em quando para prestar contas (os delegados, que foram eleitos pelos moradores, devem participar de uma assembleia especial com o bairro para prestar contas a cada três meses).
Na reunião, eles estipulam tarefas para serem cumpridas no bairro até o próximo mês. Por exemplo, batem de porta em porta para convencer os moradores a ir ao desfile do 1° de maio. Ou batem de porta em porta para convencer os moradores a tomar a vacina contra o COVID.
Também fazem a segurança do bairro, contando com os CDRs para isso. Neste bairro (ou circunscrição) há 10 CDRs e Fernando é o coordenador dos CDRs do bairro, que têm 10 presidentes. Eles não permitem criminalidade no bairro. Se alguém está causando problemas de forma violenta, ou está alcoolizado e começa a tumultuar, eles intervêm para impedir que faça alguma besteira.
O bairro também elege uma representante para a Assembleia Municipal do Poder Popular, como se fosse uma vereadora. E ela deve prestar contas sempre que for chamada. Em cada bairro há armas alocadas para os moradores utilizarem caso seja necessário. O serviço militar é obrigatório e todo cubano sabe manejar armas. “Se os EUA invadem Cuba, em 24h oito milhões de cubanos estão armados para lutar contra o invasor”, diz Luis.
